O ex-policial civil Ricardo José Guimarães, que estava foragido há quase três anos, foi recapturado na tarde de quinta-feira em São Paulo. Além de suspeito de ter cometido pelo menos 12 homicídios, o ex-policial era um dos líderes de um grupo de extermínio composto por policiais civis e militares, que atuou entre 1996 e 2004 em Ribeirão Preto.Guimarães foi encontrado com documentos falsos de mais de uma pessoa, na casa onde residia em São Paulo, no bairro de Itaquera, na Zona Leste da capital, e foi levado para a Superintendência da Polícia Federal de São Paulo. Ele havia sido preso em flagrante em 29 de março de 2004, pelo assassinato da dona-de-casa, Tatiana Azussena, no bairro Ipiranga. Aproximadamente três meses depois, o ex-policial fugiu do Presídio Especial da Polícia Civil em São Paulo pela porta de entrada.De acordo com o promotor de Justiça Aroldo Costa Filho, que faz parte do Grupo de Atuação Especial para Prevenção ao Crime Organizado (Gaerco), a captura de Guimarães seria importante para ajudar nas investigações sobre o grupo de extermínio. "Com a captura de Guimarães poderemos dar continuidade aos mais de dez processos que estavam parados e investigar quem foram os outros autores dos crimes", afirma Aroldo. Segundo o promotor, ainda não estão definidas as datas para o depoimento de Guimarães. O Ministério Publico Estadual (MPE) atribui a Guimarães pelo menos 12 homicídios praticados em Ribeirão Preto e em Santana do Livramento, no Rio Grande do Sul. Algumas das vítimas são os adolescentes Enoch de Oliveira Moura e Anderson Luis de Oliveira, em 1996, Tiago Xavier de Stéfani, em 2003, o preso João Paulo Alves dos Santos, dentro de uma cela em 2002 e o assassinato do traficante Sandro Alberto Lima, dentro da Santa Casa de Ribeirão Preto, em 2002. Além disso, Guimarães é acusado de ter participado em 2005 de uma quadrilha de contrabando de mercadorias e evasão de divisas, que atuava no Brasil, no Uruguai e nos EUA.