Curitiba, 1 de Março de 2007 - Apesar das empresas não confirmarem a operação, o processo revela o interesse da Coca-Cola na Leão. A Coca-Cola encaminhou ontem o processo de compra da centenária Leão Júnior, fabricante de chás Matte Leão, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que vai julgar o processo sobre a concentração de mercado. O envio do processo ao órgão da concorrência revela, no mínimo, o interesse da Coca-Cola na Leão. Especialmente porque o envio prévio de um negócio não é uma prática comum do mercado.
A empresa também enviou o documento às secretarias de Acompanhamento Econômico (Seae) do Ministério da Fazenda, e de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça. As duas secretarias têm que dar o parecer sobre o processo antes da compra começar a ser julgada pelo Cade. A Matte Leão é líder em chás prontos para consumo, com 45,7% de participação, segundo dados da AC Nielsen. A Coca–Cola, que tem uma parceria com a Nestlé nesse setor, possui 24,4% com a marca Nestea. A Lipton, da Unilever tem 24,7%.
No documento enviado ontem à tarde, a Coca-Cola é representada pela Recofarma Indústria de Bebidas. A Coca-Cola ainda aguarda o julgamento sobre as suas aquisições recentes na área de sucos. A empresa comprou, nos últimos dois anos, a Sucos Mais e a Del Valle, essa última adquirida emparceria com a Femsa.
Procurada, a Leão Júnior, que ontem à tarde reuniu seu conselho de acionistas, não se pronunciou sobre a venda das suas operações. Analistas apostam que o valor do negócio possa variar de R$ 200 milhões a R$ 400 milhões se envolver toda a operação da empresa, a marca e as fábricas. Fundada há 105 anos, a Leão possui fábricas em Curitiba -onde está sua sede e é produzida a linha de chá seco- no Rio de Janeiro, que faz a linha de chás prontos para consumo e em Fernandes Pinheiro (PR).
Fortalecimento
Com a aquisição, a Coca-Cola fortalece sua posição no mercado de chás prontos para beber, que movimenta R$ 150 milhões por ano no Brasil. Além disso, poderá aproveitar sinergias na área de distribuição com outras categorias, como refrigerantes e água, na avaliação do consultor Christian Majczak, da Go4! Consultoria, de Curitiba. A dúvida fica por conta do futuro da linha seca, na qual a Leão também é líder, com mais de 60% de participação e que, segundo fontes do mercado, não seria o foco estratégico para a Coca-Cola. O interesse da empresa estaria apenas na área de bebidas prontas. A capacidade de envase da Leão é de 60 milhões de litros por ano. A Leão Júnior, que emprega 800 funcionários, faturou R$ 158,9 milhões em 2006, volume 18,4% maior do que em 2005 e viu seu lucro líquido subir 125%, de R$ 11,3 milhões para R$ 25,3 milhões na mesma base de comparação.
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 16)(Cristina Rios
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