Madeleine McCann

Novos testes apontam participação dos pais

Seis meses após o desaparecimento da pequena Madeleine McCann, 4, no sul de Portugal, o mistério permanece e ninguém sabe o que aconteceu naquele 3 de maio no balneário de Praia da Luz, quando a menina desapareceu do quarto onde dormia com os irmãos gêmeos, enquanto seus pais jantavam com amigos em um restaurante próximo.

Focalizada inicialmente na tese do seqüestro, a investigação deu uma reviravolta em agosto quando os policiais portugueses se disseram convencidos de que a menina estava morta. Em 7 de setembro, os pais de Madeleine, que chegaram a mobilizar até o papa para encontrar sua filha, foram colocados sob suspeita. A polícia portuguesa os acusou de ter ocultado o corpo da filha após uma morte acidental. Desde então, a investigação não evoluiu.

Mas novos testes de legistas ingleses parecem apoiar a teoria da polícia lusa, informou ontem o jornal Evening Standard. O jornal londrino divulga o resultado de testes baseados no DNA da menina, obtido de fluidos corporais achados no veículo alugado pelos McCann, que indicam que são de um cadáver e que o corpo foi, além disso, transferido de local.

Francisco Marco, detetive espanhol contratado por Gerry e Kate McCann, acredita que a menina está viva e se encontra atualmente no Marrocos, segundo uma entrevista divulgada nesta quinta-feira (1º). Para o detetive, não há nenhuma dúvida sobre a inocência dos McCann. (das agências)
Jornal O POVO
Pistas de Marrocos voltam a dominar busca de Maddie
Marroquina garante ter visto a criança entrar à força para um táxi
No dia em que passam seis meses do desaparecimento de Madeleine McCann da Praia da Luz ressurgem as informações vindas de Marrocos. Por um lado, uma equipa com mais de três dezenas de detectives privados contratados recentemente pelo casal McCann à empresa espanhola Método 2, com sede em Barcelona, procura Madeleine numa zona montanhosa do norte de Marrocos, onde proliferam traficantes de droga. Por outro, uma residente naquele país do norte de África assegura ter visto a criança britânica desaparecida a ser levada para um táxi por uma mulher marroquina, de 40 a 50 anos.

"Vi a marca da íris idêntica à de Madeleine. Antes de conseguir lançar o alarme, a mulher fechou-a num táxi de fugiu. Olhei para os olhos da menina e tive a certeza de que era Madeleine. Não há engano naquela marca do olho", afiançou Naoul Malhi, em declarações prestadas à imprensa inglesa - desde o desaparecimento de Maddie que uma marca negra na íris se tornou como que uma imagem de marca para que a criança pudesse ser reconhecida. A convicção desta marroquina, de 30 anos, vai mesmo ao ponto de descrever que o cabelo louro de Madeleine até "estava mais curto".

Esta testemunha acrescenta a existência de "uma grande ferida na cara". "Parecia muito infeliz", observou Naoul Malhi. Quem levava na altura a menina reconhecida como podendo ser Madeleine, "prendia-a com muita força e não quis ter contacto visual comigo. Assim que percebeu o que estava a acontecer, começou a arrastar a criança e apanhou um táxi", acrescentou.

Como em Marrocos partilhar um táxi é prática comum, Naoul ainda tentou seguir na mesma viatura. "Corri para tentar entrar. Quis parar a mulher antes que ela levasse a criança dali, mas ela empurrou-me, entrou no táxi e mandou o condutor seguir", disse.

Só nos últimos dias, a empresa de detectives espanhola contratada recebeu informações sobre uma dezena de casos em que pessoas alegaram ter visto Madeleine McCann. De resto, desde Maio, as autoridades têm recebido indicações nesse sentido, depois de uma turista norueguesa garantir ter visto a criança num posto de gasolina em Marraquexe.

Protesto diplomático

Entretanto, a embaixada portuguesa no Reino Unido apresentou ontem um protesto veemente junto do órgão de regulamentação da imprensa britânica contra um artigo do tablóide Daily Mirror que insultou o embaixador por declarações sobre o caso Madeleine. "Apresentámos um protesto veemente devido ao teor ofensivo e insultuoso do artigo e pedindo que tome medidas adequadas", revelou fonte diplomática em Londres.

Em causa está uma crónica publicada segunda-feira nesse jornal onde Tony Parsons qualificava declarações do embaixador português, António Santana Carlos, sobre o "caso Madeleine" como "estúpidas e desnecessárias". "Mantenha fechada a boca estúpida e trituradora de sardinhas", disse o cronista.
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