Defesa: culpa é dos pais. Pai :a culpa é da creche pela falta de socorro

Defesa de creche: se há culpa por morte, é dos pais

Paraíba .com
AE



O advogado Roberto Rinaldi, que representa a creche Pedacinho da Lua, onde morreu Gabriel, 7 meses, afirmou que uma eventual culpa pela morte da criança seria dos pais. Ele reafirmou que o casal não comunicou à escola o problema de refluxo gástrico e que isto pode ter sido determinante na morte da criança. "Não há nenhuma das modalidades de culpa (para a escola), nem imprudência, nem imperícia, nem negligência. Se há (culpa), esta recairia sobre os pais, que não informaram da patologia", disse.

A dona da creche, Suzana de Sarro Leão, além de 11 funcionárias, depuseram nesta quarta-feira à polícia no 90º Distrito Policial (Parque Novo Mundo), na zona norte de São Paulo. Entre elas estavam as duas profissionais que estavam com Gabriel e outros seis bebês no berçário. Rinaldi relatou que Suzana, em depoimento à polícia, disse terem sido adotados todos os procedimentos de segurança e voltou a afirmar que a morte do bebê foi uma fatalidade.

O advogado apresentou documentos que, segundo ele, comprovariam que a escola não tinha informação sobre o refluxo gástrico de Gabriel. Ele disse que, caso a escola soubesse do problema, daria um tratamento diferente ao menino. "Há outras crianças com refluxo na creche e elas são colocadas em posição de ângulo de 30 graus, como é recomendado", afirmou.


Foto: globo.com
Rinaldi chegou a dizer que deve surgir uma outra causa para a morte do menino. "Com certeza virá aí, entendo, uma causa da morte que ninguém espera. Muito longe desse problema de refluxo", disse. Ele comparou ainda o caso ao da Escola Base, ocorrido nos anos 1990, em que membros de uma instituição de ensino do bairro Aclimação, na zona sul de São Paulo, sofreram acusações de abuso sexual contra crianças que freqüentavam o local. O inquérito acabou arquivado por falta de provas.

Mais cedo, o pai do bebê, Júlio César Ribeira, disse que a morte "não foi uma fatalidade" e que seu filho não foi socorrido. "Eu gostaria de dizer que o problema não é o refluxo, se o meu filho tinha alguma doença ou não tinha. O meu filho estava com saúde. O problema é: não houve atendimento para o meu filho. Não houve resgate, nem pessoa para dar os primeiros socorros. Por favor, parem de falar no refluxo. Pois o refluxo não teve influência nenhuma na morte do meu filho", afirmou Ribeira.
Mario Ângelo/ AE
O advogado disse ainda que o pai da criança está "desesperado" e "mudou sua versão dos fatos". Ainda de acordo com Rinaldi, as berçaristas não viram quando a criança ficou roxa, pois ela estaria virada de frente para a parede. Os depoimentos seguem amanhã, quando os médicos que deram atendimento ao menino serão ouvidos pela polícia.




Fonte: Terra

Médicos que atenderam Gabriel vão depor nesta quinta
Estadão

Pai culpa creche pela morte e diz que bebê não foi socorrido; advogado diz que ficha não citava doença

Solange Spigliatti e Camilla Haddad - estadao.com.br e Jornal da Tarde

SÃO PAULO - Serão ouvidos nesta quinta-feira, 31, os dois médicos que atenderam o bebê Gabriel Ribeira, de sete meses, que morreu na última sexta-feira,25, na creche Pedacinho da Lua, na Vila Medeiros, zona norte da capital. Os depoimentos serão dados no 90º Distrito Policial, no Parque Novo Mundo, e ainda não há confirmação do horário, segundo informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Na quarta, foram ouvidos na mesma delegacia a dona da creche, Suzana Leão, e outros 11 funcionários da escola.

Júlio César Ribeira, pai do bebê, disse na quarta-feira, 30, que seu filho morreu por falta de socorro e não por causa de refluxo. Gabriel sofreu uma parada cardiorrespiratória no último dia 25, após ficar por três horas na creche. Até terça-feira, a família do bebê afirmava ter avisado a creche de que a criança tinha refluxo - que poderia ter causado a morte.

"O problema foi falta de atendimento. Lá (creche) não tinha gente preparada. Se tivesse alguém para dar os primeiros socorros ao meu filho a tempo, nada disso teria acontecido, eu estaria com ele feliz em casa", disse Ribeira. Ele esteve no 90º Distrito Policial (Parque Novo Mundo), onde foram ouvidas pela manhã a dona da creche, Suzana Sarro Leão, e outras sete funcionárias. Suzana prestou depoimento durante duas horas.
Foto: Mario Ângelo/AE

Um dos advogados da proprietária, Alberto Brito Rinaldi, chegou ao DP às 9h30. "Também viemos aqui entregar o diário de Gabriel, onde eram escritos os recados para a família e ainda trouxe a ficha de saúde dele", disse. "No diário não existe alerta da família sobre refluxo." O pai da criança acusou a creche de ter alterado o diário. "Isso é absurdo. Veja que ele (Júlio) já mudou a versão", disse Rinaldi, que se propôs a entregar o diário para o pai do bebê avaliar possível alteração.




Foto: globo.com


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