Presidente de Guiné-Bissau é assassinado

Presidente de Guiné-Bissau é assassinado

AE-AP - Agencia Estado

BISSAU - Soldados renegados assassinaram hoje o presidente de Guiné-Bissau, João Bernardo Vieira. O magnicídio ocorreu no palácio presidencial horas depois de uma explosão ter matado o comandante das Forças Armadas do país. O Exército de Guiné-Bissau divulgou pelo rádio uma mensagem na qual assegurava que não havia nenhum golpe militar em andamento.

O comandante das Forças Armadas, Batiste Tagme na Waie, assassinado na noite de ontem, era considerado um dos principais rivais de João Bernardo Vieira. Na mensagem, o Exército informou ainda que respeitaria a ordem constitucional, segundo a qual o presidente do Parlamento substitui o presidente do país em caso de morte deste. A declaração atribuía o assassinato a um grupo "isolado" de soldados não identificados e informava que os suspeitos de participação estão sendo procurados.

http://www.estadao.com.br/noticias/internacional,presidente-de-guine-bissau-e-assassinado,332018,0.htm

Saiba mais sobre o presidente assassinado de Guiné-Bissau

João Bernardo Vieira chegou ao poder em golpe militar em 1980.
Após ser derrubado em 1999, ele voltou ao governo pelas urnas em 2005.

Da AFP, em Bissau

Foto: Thierry Charlier/AP
Thierry Charlier/AP
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João Bernardo 'Nino' Vieira, em foto de 18 de maio de 2006 (Foto: Thierry Charlier/AP)

Autor do primeiro golpe de Estado na Guiné Bissau em 1980, o presidente João Bernardo Vieira, derrubado por rebeldes em 1999 e de volta ao poder em 2005 com o apoio das urnas, foi assassinado nesta segunda-feira por militares .

Ex-eletricista nascido em Bissau, em abril de 1939, foi general de divisão e uma das figuras da 'luta pela libertação nacional' travada durante 11 anos contra Portugal, antiga potência colonial desse país pobre e instável da África ocidental.

Desde 1962, João Bernardo Vieira era seguidor de Amilcar Cabral, que, nove anos antes, havia fundado o Partido Africano para a Independência da Guiné Bissau e Cabo Verde (PAIGC), e que se converteria no herói da independência, conseguida em 1974.

Em novembro de 1980, o primeiro presidente do país, Luis Cabral, meio-irmão de Amilcar, foi derrubado por um golpe de Estado encabeçado pela comissão principal. Primeiro-ministro, "Nino" Vieira que se faria eleger presidente em 1981 e depois em 1994 e 1998.

Mas o ex-golpista foi, por sua vez, derrubado em maio de 1999, depois de uma rebelião de 11 meses conduzida pelo general Ansumane Mané, que afundou o país no caos. Expulso do poder, Vieira se refugiou em Portugal.

Em abril de 2005, Vieira concorreu à eleição presidencial, apesar da proibição de atividade política que pesava contra ele. Ele se lançou então como candidato independente, sem o apoio do PAIGC, e foi eleito no segundo turno.

Carente de apoio político, trocou quatro vezes de primeiro-ministro em apenas três anos. Em 23 de novembro de 2008 escapou de uma tentativa de assassinato organizada por militares.

Em 25 de dezembro passado, Vieira se viu obrigado a nomear o primeiro-ministro Carlos Gomes Junior, líder do ex-partido único PAIGC, grande vencedor das eleições legistivas do mês anterior, com quem mantinha más relações.

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