Conversa com BIal
Entrevista - Rede Globo
terça-feira, 13 de julho de 2021 - 01:30
Ex-comandante da Rota discute as origens do racismo na Polícia Militar: 'Criada para proteger as elites'
Programa começa a semana discutindo o racismo na instituição policial.
O Conversa com Bial de segunda-feira, 12/7, discute como a Polícia Militar brasileira se desmoraliza quando seus integrantes cometem crimes de farda, atingindo majoritariamente a população negra. Para tentar entender as razões e soluções para o racismo na instituição, o programa recebe o advogado Bruno Cândido Sankofá e o oficial da reserva da PM de São Paulo, tenente-coronel Mário Filho.
O advogado Bruno Cândido Sankofá participa do 'Conversa com Bial' — Foto: TV GloboSão comuns operações policiais que culminam na morte de inocentes como a carioca Kathlen Romeu, grávida assassinada com um tiro na cabeça no Complexo do Lins, Zona Norte do Rio de Janeiro. Ex-comandante de três forças especiais da corporação, a ROTA, o COE e o GATE, Mário Filho estudou em seu mestrado e doutorado o racismo e a intolerância religiosa na Polícia Militar de São Paulo. “A nossa pesquisa apontou que o Policial Militar é oriundo de uma sociedade racista, uma sociedade conservadora em que o ditado do ‘bandido bom é bandido morto’ é uma ideia bastante forte nessa comunidade”, contextualiza. A origem desse racismo também remete à própria gênesis da instituição:
"A polícia foi criada, o que viria a ser a polícia, para proteger as elites dos escravizados ou dos homens alforriados, fugidios”, explica, “sempre para proteger a sociedade do homem negro”. “Isso permaneceu até a abolição da escravatura. Depois disso, a polícia fazia ronda para impedir o ajuntamento de negros. Era proibida a capoeira."
'Conversa com Bial' com o tenente-coronel Mário Filho. — Foto: TV Globo
A conversa é hoje, depois do Jornal da Globo.
Pedro Bial recebe o advogado Bruno Cândido Sankofá e o tenente-coronel Mário Filho. — Foto: TV Globo