"Esse cartório já não pertence a ela a (sic) muito tempo, naum (sic) sei o que o Baiano está esperando, ele mesmo disse que ia mandar ela plantar mandioca na roça", registra um dos trechos publicados no DO do dia 25, que levou à abertura de um procedimento administrativo pelo TJ.
Segundo o juiz, o autor da fraude é um servidor do próprio TJ e a máquina que enviou o texto à Imprensa Oficial é de outra Vara do Fórum de Santana. Ele chegou ao responsável pela farsa a partir de um rastreamento da Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp).
"Eu tinha certeza absoluta de que não tinham sido eles. Os conheço há muito
tempo e conheço o modo como escrevem, o linguajar que utilizam", disse Santos,
aliviado pelo fato da fraude não ter partido de seus funcionários.
"Pelo Estatuto do Funcionário Público, a pena prevista é de demissão, a bem do serviço público", adiantou o juiz, que encaminhará à Polícia Civil o inquérito para a ação penal. "Ele deve ser indiciado pelos crimes contra a honra, falsificação, fraude e outros."
O juiz contou que a publicação provocou um "mal-estar geral no cartório" na
segunda-feira. "Mas logo passaram a me apoiar muito, sabiam que eu seria incapaz de fazer uma coisa dessa", reagiu André Leôncio antes de o juiz anunciar que chegara ao autor da fraude. Oficial maior do cartório, Leôncio aparece no Diário Oficial como um dos interlocutores do diálogo.
Santos já desconfiava de alguém do próprio TJ, pois na conversa outras quatro
pessoas são citadas, todas do cartório. Há ainda uma referência à eventual aposentadoria do juiz, que admitiu já ter pensado no assunto. "Quem fez isso conhece aqui dentro. O conteúdo não é verdadeiro, mas todo o resto é factual. Fizeram para fritá-lo, não há dúvida", avaliou o magistrado.
Além da Prodesp, Santos acionou a Imprensa Oficial, interrogou todos seus funcionários, designou um perito e solicitou parecer da Microsoft para esclarecer o caso. O juiz acredita que até sexta-feira vai concluir seu relatório e enviá-lo à polícia e ao juiz da Vara Cível do fraudador.
Repercussão
Leôncio e o juiz se surpreenderam com a repercussão que o caso teve, principalmente hoje, quando sites publicaram reportagens dando o diálogo como verdadeiro."Ele foi forjado. Me debrucei por horas e na minha análise ficou claro de que o texto foi montado por uma só pessoa."
Os dois criticaram o fato de a notícia pipocar na internet sem que ninguém os procurasse. "Estávamos aqui o dia todo e ninguém veio nos procurar. A gente não se nega a atender", disse Leôncio.
"Aquilo que foi publicado e não nos ofende não tem problema nenhum. O problema são as notícias infamantes, vexaminosas. O pessoal publicou sem nos ouvir, dando isso como verdadeiro", protestou Santos.
"Quando tudo estiver resolvido vou analisar todas as notícias com cuidado e
as que me ofendem vou entrar com ação, e, modéstia a parte, disso eu entendo",
prosseguiu o juiz, autor do livro Dano Moral Indenizável.
Funcionário da 7ª Vara há 14 anos, Leôncio contou que evitou contar aos parentes sobre o assunto, mas que ele foi tomando corpo pelo Fórum e entre seus amigos advogados. "Me tornei uma celebridade negativa aqui no Fórum", definiu. "Meus amigos me apoiaram muito, me ligavam para dizer que eu me mantivesse tranqüilo, que tudo ia se resolver."
Diário Oficial (www.diariooficial.sp.gov.br), na coluna da esquerda, selecionar o Caderno "Judiciário II", dia "25/06/2007". Na página que abrir, do Adobe Reader, página 150.
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