Cem mil podem ter morrido em Mianmar, diz diplomata
Sobreviventes famintos do ciclone do último fim de semana em Mianmar saqueavam lojas das cidades devastadas no delta do Rio Irrawaddy, informou a Organização das Nações Unidas (ONU). Cinco dias depois da catástrofe natural que matou mais de 22 mil pessoas (segundo dados oficiais) neste fechado país asiático, a ajuda humanitária enviada à área afetada ainda é escassa. Cadáveres flutuam em poças d'água e testemunhas relatam casos de sobreviventes buscando desesperadamente um lugar seco a bordo de botes com lençóis usados como velas.
A ONU calcula que o ciclone Nargis tenha deixado sem abrigo cerca de 1 milhão de pessoas. "Basicamente, toda a área baixa do delta está debaixo d'água", disse Richard Horsey, porta-voz da Agência de Coordenação Humanitária da ONU, conhecida pelas iniciais Ocha, em Bangcoc, na vizinha Tailândia. "As equipes falam em corpos flutuando na água. Estamos lidando com um imenso desastre", prosseguiu.
Horsey acredita que o número de mortes ainda aumentará dramaticamente. De acordo com a mídia estatal birmanesa, 22.464 mortes foram confirmadas até o momento. Mas dezenas de milhares de pessoas estão desaparecidas, alimentando temores de que o custo humano da catástrofe tenha sido muito maior.