Manchetes dos jornais: Marina admite disputar a Presidência pelo PV
Marina não descarta disputar Presidência
Convidada a trocar o PT pelo PV, a senadora Marina Silva (AC) não descarta disputar a Presidência. Indagada se está preparada para enfrentar Dilma Rousseff, candidata do presidente Lula, perguntou: "Por que precisa ser enfrentamento?" Disse que Dilma e o tucano José Serra não são as únicas opções. Serra reuniu-se com o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ).
Bate-boca com palavrão reabre guerra no Senado
Um dia após o arquivamento das acusações contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), um novo bate-boca no plenário da Casa, com xingamentos e até um palavrão, reacendeu a guerra entre oposição e governo. Um dos comandantes da tropa de choque de Sarney, o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), pediu a cassação do líder tucano, Arthur Virgílio (AM), e Tasso Jereissati (CE) defendeu o correligionário. Renan chamou Tasso de "coronel", e este rebateu chamando o peemedebista de "cangaceiro". Renan xingou o tucano com um palavrão. Sarney, que presidia a sessão, ficou impassível, sem condições de conter o tumulto. Quatro partidos contrários ao arquivamento das acusações contra Sarney divulgaram manifesto assinado por 39 senadores de vários partidos, pedindo seu afastamento. Na primeira reunião da CPI da Petrobras, os governistas barraram pedidos da oposição e adiaram votações sobre a Receita Federal e a Fundação José Sarney.
Assembleia gaúcha abrirá CPI para investigar Yeda
A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul vai criar CPI para investigar as denúncias contra a governadora Yeda Crusius (PSDB). O requerimento para instalação da comissão foi protocolado ontem com 38 assinaturas de deputados, o dobro do necessário. Anteontem, o Ministério Público pediu que Yeda, acusada de desvio de verba e enriquecimento ilícito, seja afastada do caso.
Gripe afeta as escolas particulares
A maioria das escolas particulares seguiu o estado e adiará a volta às aulas no Rio para o dia 17. Apesar da gripe suína, servidores da saúde ameaçam greve.
Lula rejeita interferência na Colômbia
O presidente Lula pediu ao colega da Colômbia, Álvaro Uribe, que rejeite interferência de países de fora da região (em alusão aos EUA) no combate ao narcotráfico.
Ministro ataca senadora por Codefat
Para o ministro Carlos Lupi, a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, que liderou a saída de entidades patronais do Codefat, está habituada a lidar com "boi no pasto".
Tarso: censura ao 'Estado' não é censura
O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que não é censura a decisão judicial que proibiu "O Estado de S. Paulo" de noticiar investigação da PF sobre Fernando Sarney, filho de José Sarney. Para Tarso, foi proibida a divulgação de fatos que podem ser falsos.
Renan ameaça oposição e Senado tem pior dia de sua crise sob Sarney
Um movimento da oposição, que insistiu ontem no afastamento de José Sarney (PMDB-AP) da presidência do Senado, incendiou o plenário e transformou a quinta-feira no pior dia da crise política da Casa. O agravamento da crise aconteceu após um dia de negociação entre setores da oposição e do PT para tentar enterrar a denúncia do PMDB contra o líder tucano, Arthur Virgílio (AM) - em troca, a oposição garantiria a permanência de Sarney no posto. Ontem, o Senado lembrou os tempos de paralisia que tomaram conta da Casa entre 2000 e 2001, na crise decorrente do confronto entre Jader Barbalho e Antonio Carlos Magalhães - que terminou com os dois renunciando aos cargos para evitar a cassação dos respectivos mandatos. Irritado com a insistência da oposição em pedir o afastamento de Sarney, o líder do PMDB, Renan Calheiros (PMDB-AL), transformou a leitura da representação contra Virgílio em um discurso recheado de provocações e ameaças à oposição, dirigidas principalmente à bancada tucana. No fim do discurso aconteceu o bate-boca.
Em carta, oposição pede que senador se afaste
Em mais um dia de troca de ofensas e bate-boca no plenário, os partidos de oposição enviaram ontem uma carta ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB), pedindo seu afastamento do cargo para a apuração das denúncias contra ele, que vão de nepotismo à contratação de aliados por atos secretos, além do desvio de verbas de uma fundação que leva seu nome. Embora o PT tenha defendido a licença de Sarney em várias ocasiões, o líder do partido no Senado, Aloizio Mercadante (SP), não assinou o manifesto contra o peemedebista.
A carta de nove linhas foi subscrita pelo PSDB, DEM, PDT, PSOL e também por senadores de partidos da base aliada, como os dissidentes do PMDB Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcellos (PE),os petistas Tião Viana (AC) e Flávio Arns (PE), além de Renato Casagrande (ES), do PSB.
Sarney nega elo com nomeado e é desmentido
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), reuniu argumentos ontem para rebater novas acusações de ter mentido em plenário - o que pode caracterizar quebra de decoro parlamentar. Sarney atribuiu a um homônimo do genro de Agaciel Maia, Rodrigo Cruz, o fato de na véspera ter declarado na tribuna que não o conhece. Em nota divulgada ontem por sua assessoria de imprensa, Sarney disse que, na verdade, se referiu a outra pessoa, chamada "Rodrigo Miguel Cruz". Segundo o senador, o rapaz seria ex- funcionário de Roseana Sarney e seu nome é o que aparece na representação protocolada pelo PSOL no dia 30 de junho. "É este que está relacionado na denúncia do PSOL, que se baseia em O Estado de S. Paulo", informa a nota.
Senado valida 152 atos considerados secretos
A diretoria-geral do Senado divulgou ontem a lista de 152 atos considerados secretos, mas que foram convalidados porque, embora tenham sido escondidos do Boletim de Administração de Pessoal, foram publicados no Diário Oficial do Senado. Sobraram, no total, 511 atos secretos editados desde 1995, entre eles os que beneficiaram aliados e parentes do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). A existência desses boletins foi revelada pelo Estado no dia 10 de junho. Pelo menos 79 servidores nomeados por atos secretos ainda continuam no quadro da Casa e podem ser beneficiados pela decisão do diretor-geral, Haroldo Tajra, de não demiti-los imediatamente. Bastará um pedido do gabinete que emprega o funcionário para que o Senado o mantenha no quadro. Nesse grupo está uma sobrinha de Sarney, Maria do Carmo de Castro Macieira. Ela foi nomeada em 29 de junho de 2005 para trabalhar no gabinete de Roseana Sarney (PMDB-MA), então senadora.
Tropa de choque livra Sarney de CPI
Em seu primeiro dia de trabalho, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobrás começou do jeito esperado: o governo acionou o rolo compressor e escanteou a oposição ao impedir a investigação do convênio da Petrobrás com a Fundação José Sarney e evitar o depoimento da ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, que foi demitida depois de divulgar nota em que considerou irregular a manobra contábil feita pela estatal para alterar seu regime tributário, no ano passado. Ao mesmo tempo que blindou o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), a comissão de inquérito aprovou um plano de trabalho que prevê a investigação de contratos de patrocínios da Petrobrás, no período de 1998 a 2009, atingindo os convênios firmados no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Desvios na Câmara começam a ser apurados
O corregedor da Câmara, ACM Neto (DEM-BA), deu início à investigação contra dois deputados suspeitos de participar de esquema de venda de passagens aéreas da cota parlamentar. A comissão administrativa da Casa apresentou elementos envolvendo os deputados Paulo Roberto (PTB-RS) e Eugênio Rabelo (PP-CE), que justificaram a criação de uma sindicância parlamentar pelo corregedor para apurar a suposta participação dos dois na chamada "máfia das passagens?. Outros três deputados serão objeto de investigação. ACM Neto vai fazer diligências para esclarecer até que ponto os deputados Márcio Junqueira (DEM-RR), Roberto Rocha (PSDB-MA) e Raymundo Veloso (PMDB-BA) tiveram ligação com o esquema.
Sindicalistas ''alugam'' claque para manifestos
Sindicalistas de Brasília encontraram uma forma prática de arregimentar manifestantes sem ter de convencê-los dos seus pontos de vista: pagá-los. Gastando R$ 40 por cabeça, um grupo pode ser reunido para protestar a favor da liberação dos bingos, fazer número na Marcha dos Trabalhadores ou qualquer outra ação, contra ou a favor qualquer coisa, em nome de qualquer partido. Criada há cerca de quatro anos, a Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) parece ser freguesa assídua do agenciamento de manifestantes. Em reportagem publicada pelo site Consultor Jurídico, Bruno Maciel, membro da Nova Central, garante aos repórteres que já fez "diversas vezes" a contratação de 50 a 800 pessoas e foi tudo tranquilo.
Delúbio insiste em volta ao PT
Mesmo depois de ter ouvido da direção do PT que o momento era inoportuno para que tentasse retornar ao partido, o ex-tesoureiro da sigla Delúbio Soares continua em campanha para se refiliar. Delúbio retirou o pedido formal para voltar à sigla do Diretório Nacional petista, mas escolheu o congresso da Central Única dos Trabalhadores (CUT) para distribuir uma revista e lançar um blog na internet. No interior da revista, intitulada Companheiro Delúbio, estão artigos e depoimentos em defesa de seu retorno ao PT. O material traz textos assinados por vários dos antigos colegas de partido do ex-tesoureiro. Nas últimas páginas da revista, Delúbio montou uma galeria de imagens de petistas, sob o título "Companheiros de Delúbio". Na lista, o senador Eduardo Suplicy (SP), o ex-ministro José Dirceu, os deputados José Genoino (SP), Cândido Vaccarezza (SP) e Antonio Palocci (SP), entre outros.
STF autoriza extradição de uruguaio da Operação Condor
O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou ontem o governo brasileiro a extraditar para a Argentina o militar uruguaio Manuel Juan Cordeiro Piacentini, acusado de ter participado da Operação Condor - uma articulação das ditaduras do Cone Sul na perseguição a opositores dos regimes na década de 1970. Há suspeitas de que o militar tenha envolvimento com o sequestro do menor argentino Adalberto Soba Fernandes, em 1976. Com a decisão, o STF sinaliza que crimes como desaparecimento de pessoas, que foram cometidos na época das ditaduras militares, ainda podem ser punidos. Por 6 votos a 2, o tribunal concluiu que apesar de os supostos crimes imputados a Piacentini terem sido praticados há mais de 30 anos, ele ainda pode responder por eles. No julgamento, os ministros não adiantaram suas posições sobre as repercussões de uma eventual anistia a envolvidos com crimes da época da ditadura.
Funcionários da TV Cultura podem parar
Depois de um piquete e duas assembleias ontem, uma às 12 horas e outra às 16 horas, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão no Estado de São Paulo decidiu que, a partir de segunda-feira, parte dos empregados da rádio e TV Cultura pode entrar em greve. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Cultura informa que vai se pronunciar oficialmente hoje, dia em que também tentará uma conciliação com os funcionários. O protesto refere-se ao não-cumprimento do acordo coletivo, que determinou 5,83% de reajuste e 35% de abono salarial.
Aliados de Yeda aderem a CPI, para ação de blindagem
As bancadas aliadas do governo de Yeda Crusius (PSDB) aderiram, ontem, à CPI proposta pela oposição para investigar supostas irregularidades no Executivo do Rio Grande do Sul. O objetivo é blindar a governadora durante as investigações. O requerimento foi elaborado pela bancada do PT no início de maio, depois de escândalo indicando que o casal Carlos e Yeda Crusius teriam usado dinheiro do caixa 2 da campanha de 2006 para compra de um imóvel. O casal nega.
Com Sarney blindado, PMDB e oposição se atacam no Senado
Com José Sarney (PMDB-AP) blindado no Conselho de Ética, a tropa de choque do PMDB partiu ontem para cima da oposição em plenário, o que resultou no dia mais tenso da crise política até agora. Por mais de três horas, um bate-boca envolvendo senadores de vários partidos incluiu acusações irônicas, ofensas, xingamento e a promessa de mais um processo por quebra de decoro parlamentar. Hoje, o grupo pró-Sarney dará novo passo para salvar o presidente do Senado, arquivando mais sete processos contra ele no Conselho de Ética. Os pareceres para isso estão prontos.
Peemedebista nega ter citado genro de Agaciel
O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), tentou justificar o motivo de ter dito, em discurso em plenário anteontem, não conhecer Rodrigo Lima Cruz -um dos servidores da Casa nomeados por ato secreto e citados na representação do PSOL que pede processo por quebra de decoro contra ele. Em 10 de junho, Sarney foi padrinho do casamento de Lima Cruz com Mayanna Maia, filha do ex-diretor Agaciel da Silva Maia. Para oposicionistas, ao dizer que não conhecia o rapaz, Sarney teria mentido em plenário, o que poderia resultar em processo por quebra de decoro.
Voto do PT vai decidir futuro de Sarney e de Virgílio no conselho
Os votos do PT no Conselho de Ética do Senado decidirão o futuro de José Sarney (PMDB-AP) e Arthur Virgílio (PSDB-AM) -ambos podem responder a processos que resultariam em cassação de mandato.
Sem o PT, a oposição não vai conseguir reabrir as acusações feitas contra Sarney que foram arquivadas pelo presidente do conselho, Paulo Duque (PMDB-RJ). Tampouco os sarneyzistas terão como avançar na investigação contra Virgílio a ponto de tirar o mandato do líder tucano.
O PT tem três senadores no conselho: João Pedro (AM), Delcídio Amaral (MS) e Ideli Salvatti (SC). Para aprovar ou rejeitar os recursos contra as decisões de Duque são necessários oito votos. A oposição já conta com cinco.
Base também ajuda presidente do Senado na CPI
Um dia após arquivarem quatro denúncias contra José Sarney (PMDB-AP), senadores governistas blindaram outra vez o presidente do Senado. O plano de trabalho da CPI da Petrobras prevê rejeição dos pedidos de prestação de contas e das notas fiscais da Fundação José Sarney, suspeita de desviar recursos vindos da estatal. Relatado pelo líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR), o plano foi preparado para rejeitar 66 requerimentos, que miravam, além de Sarney, a ministra Dilma Rousseff, presidente do Conselho de Administração da Petrobras, e o PT-BA, Estado governado pelo petista Jaques Wagner.
Senadora usou cota aérea para turismo
Suplente do Conselho de Ética do Senado, Rosalba Ciarlini (DEM-RN) usou verba pública para pagar viagens de turismo para ela, marido, filhos, além de outros parentes, amigos, o advogado e a mulher do advogado, no país e no exterior. Custeou passagens e, em alguns casos, até estada em hotéis. Em seu primeiro mandato, ela bancou essas despesas com recursos de sua cota aérea, criada para permitir o deslocamento de congressistas no exercício da atividade parlamentar. O ato do Senado que regulamenta a concessão das passagens não prevê o uso da cota para pagamento de hotel.
Congressista do DEM diz que não houve ilegalidade
A senadora Rosalba Ciarlini (DEM) disse, em nota, que os bilhetes para parentes e amigos foram emitidos com as sobras de sua cota aérea, dentro do que as regras permitiam. "Quando cheguei ao Senado, havia diversas complementações da remuneração básica do senador, entre elas uma parcela para viagens", disse.
69% dos deputados apoiam CPI contra Yeda
O requerimento que cria CPI para investigar denúncias de corrupção no governo de Yeda Crusius (PSDB), no Rio Grande do Sul, foi assinado ontem pela maioria dos deputados gaúchos. Foram 38 assinaturas, de um total de 55 deputados. O documento, apresentado em maio pela deputada Stela Farias (PT), estava havia cerca de dois meses com 17 assinaturas -duas a menos do que o número mínimo de 19 adesões necessário para pedir a CPI.
Tucana chama ação da Procuradoria de "circo eleitoral"
A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), se manifestou ontem pela primeira vez sobre a denúncia do Ministério Público Federal contra ela e outras oito pessoas por improbidade administrativa. Yeda classificou o anúncio feito pelos procuradores como um "circo eleitoral". "São armadilhas, armações. Há uma campanha eleitoral antecipada. Os interessados, que certamente não estão no nosso governo, se organizam. A oposição tem aparelhos espalhados por todo canto", declarou a governadora à Rádio Gaúcha. "São poderosos esses que passam 24 horas por dia tentando demolir minha história de vida", completou.
STF autoriza extradição de militar para Argentina
O STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou ontem, por 6 votos a 2, pedido de extradição, feito pela Argentina, contra o major uruguaio Manuel Juan Cordeiro Piacentini. O militar é acusado de ter participado da Operação Condor, aliança das ditaduras do Cone Sul para eliminar opositores durante os anos 70, quando teria sequestrado um menino até hoje desaparecido.
Mulher morre atropelada em marcha do MST
Uma integrante do MST morreu e outra ficou ferida ontem após serem atropeladas na rodovia Anhanguera, em Vinhedo (79 km de SP), durante uma marcha pela reforma agrária iniciada em Campinas com destino a São Paulo. A direção estadual do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) informou que Maria Cícera, 58, foi atropelada por volta das 13h30 e morreu no local.
Roteiro da blindagem
A CPI da Petrobras aprovou ontem 22 convocações de autoridades e pedidos de informação. Todos tinham como autores os governistas João Pedro (PT-AM) e Romero Jucá (PMDB-RR), presidente e relator da comissão, e têm pouco potencial para produzir constrangimentos ao governo e à ministra Dilma Rousseff, pré-candidata à Presidência. Foi a confirmação de um roteiro já esperado para a apuração parlamentar: os aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em ampla maioria na CPI, ditaram o ritmo dos trabalhos e neutralizaram qualquer tentativa da oposição de mudar esse quadro. Os adversários de Lula até que tentaram. Miraram num aliado do petista: José Sarney (PMDB-AP), acossado por uma série de denúncias. Integrantes do PSDB e do DEM abordaram as suspeitas de irregularidades nos convênios entre a Petrobras e a Fundação Sarney, entidade ligada ao presidente do Senado. Não conseguiram avançar. A estratégia foi derrotada pelos governistas.
Petistas fogem da crise
Espremido entre o que deseja o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a pressão pelo afastamento do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o PT mergulhou. Seus principais expoentes, como o comandante da bancada Aloizio Mercadante (SP), e a líder do governo no Congresso, Ideli Salvatti (SC), preferiram ficar longe do plenário ontem à tarde, quando os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) se envolveram num bate-boca, o segundo da semana. Os petistas também decidiram não assinar em bloco o manifesto em que PSDB, DEM, PDT e mais seis senadores avulsos pedem a investigação de todas as denúncias e a licença de Sarney. “A nota da oposição virou uma nota de rodapé. Foi um reconhecimento de que a posição da bancada do PT era a mais correta”, afirmou Mercadante ao Correio.
Deputado vira réu no caso da merenda
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu abrir ação penal contra o deputado federal Joaquim de Lira Maia (DEM-PA). Por unanimidade, o tribunal aceitou denúncia do Ministério Público contra o parlamentar, que passou à condição de réu. Ele foi acusado de envolvimento em supostas irregularidades em 24 licitações para a compra de merenda escolar na rede pública de Santarém (PA), em 2000, quando era prefeito do município. Segundo o MP, o superfaturamento ultrapassaria a quantia de R$ 1,9 milhão, em valores da época. A acusação relata que “empresas de fachada” teriam participado das licitações, oferecendo produtos com preços acima do mercado. O julgamento do processo ainda não tem data marcada para ocorrer. Lira Maia já responde a outras três ações penais no STF.
Aliados de Yeda endossam CPI
Sem alternativa que não fosse participar da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) proposta pela oposição para investigar supostas irregularidades no Executivo do Rio Grande do Sul, as bancadas aliadas do governo de Yeda Crusius (PSDB) aderiram à proposta que acabou protocolada ontem. Inicialmente, vão trabalhar pela blindagem do governo e para evitar que o PT faça das sessões um palanque para 2010, quando tem no ministro da Justiça Tarso Genro um forte candidato ao Piratini. Ao mesmo tempo, deixam o caminho aberto para abandonar o barco governista e cuidar dos próprios interesses se durante as investigações aparecerem provas que comprometam a governante. O requerimento foi elaborado pela bancada do PT no início de maio, depois de a revista Veja publicar transcrições de conversas entre o ex-representante do governo gaúcho em Brasília, Marcelo Cavalcante, morto em fevereiro, e o pivô da fraude do Detran, Lair Ferst, indicando que Carlos e Yeda Crusius teriam pago R$ 400 mil “por fora”, com dinheiro do caixa dois da campanha de 2006, na compra de um imóvel. O casal Crusius nega a irregularidade.
Guerra no ciberespaço derruba gigantes da web
“Uma extensão da ciberguerra entre Rússia e Geórgia”. Foi assim que Bill Woodcock, diretor de uma organização que mede o tráfego da internet, classificou a ação de hackers que ontem tirou do ar o serviço de microblogging Twitter e o Gmail, o e-mail do Google, e causou lentidão na rede social Facebook. Para o especialista, a ofensiva contra alguns dos sites mais populares do mundo não foi obra de hackers comuns, mas de pessoas com motivação política - a data escolhida, véspera do primeiro aniversário da guerra da Ossétia do Sul, é um indício. O Twitter confirma ter sido alvo de um "ataque malicioso". "Vamos investigá-lo", escreveu, em tweet, o cofundador do serviço, Biz Stone. Também cauteloso Google informou, à tarde, que estava normalizado.
Inflação tem maior queda em 65 anos
O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) recuou 0,64% em julho - uma deflação que dobrou em relação ao mês anterior. Segundo a Fundação Getulio Vargas, o índice deve fechar 2009 com a menor taxa nos 65 anos da série histórica. A queda se deveu principalmente ao movimento dos preços das matérias-primas de alimentos no atacado. O economista Salomão Quadros, da FGV, diz que há fôlego para mais dois meses de deflação e prevê variações mais fortes no segundo semestre.
Senadores quase se estapeiam
"Não aponte esse dedo sujo". "Dedos sujos são os dos jatinhos que o Senado pagou para Vossa Excelência". O bate-boca entre o senador tucano Tasso Jeresati e o líder peemedebista Renan Calheiros foi travado após o discurso em que o líder do PSDB, Arthur Virgílio, defendeu-se do processo contra ele pedido pelo PMDB no Conselho de Ética.