Tio do milionário da Mega-Sena, Calisto Fernandes dos Santos Filho foi preso nesta sexta-feira (2) ao prestar depoimento, na Delegacia de Homicídios do Rio, sobre a morte do assassinato de Renné Senna. Administrador de um sítio do sobrinho, Calisto tinha um mandado de prisão preventiva por ter estuprado a filha, em 1994, em Itaboraí, Região Metropolitana do Rio, que na época tinha apenas 13 anos.
Perguntado sobre o processo na delegacia, ele alegou que tudo não passou de um engano na época, e que seu advogado teria resolvido tudo. O processo, no entanto, continua em andamento na 2ª Vara Criminal de Itaboraí.
O documento foi descoberto depois que a polícia pesquisou seu nome no sistema, antes de prestar depoimento sobre a morte do milionário. O crime, cometido há 13 anos, teria tido o agravante de violência presumida, quando a vítima é menor de 14 anos, portadora de deficiência mental ou, por qualquer outro meio, não pode oferecer resistência, além de ter havido lesão corporal.
Viúva tentou tirar nome de milionário de conta depois do crime
Escutas mostram Adriana Almeida pedindo informações a gerente de banco.
Para transferir o dinheiro, ela teria que pagar R$ 7 mil.
A polícia liberou nesta sexta-feira (2) escutas telefônicas que mostram que a viúva da Mega-Sena tentou, em vão, retirar o nome do milionário Renné Senna da conta conjunta que mantinha com o marido depois de seu assassinato. Em seguida, ela tenta se informar sobre uma transferência no valor de R$ 1,8 milhão da conta.
Em um dos trechos gravados com autorização da Justiça, Adriana Almeida é avisada pelo gerente do banco que, para transferir o montante para outra conta, teria que pagar R$ 7 mil só de CPMF. Segundo a polícia, em dezembro, a viúva teria feito um único saque de R$ 100 mil. Em depoimento, Adriana disse que o valor foi usado para comprar um carro para sua irmã.
Leia a transcrição na íntegra:
Valmir: Adriana? Valmir, tudo bem?
Adriana: Tudo bom, Valmir.
Valmir: Deixa eu te falar uma coisa, eu estava tentando ver a opção de excluir o primeiro titular da conta por falecimento, mas o sistema não prevê, não autoriza excluir o primeiro titular. Então, o melhor negócio aqui, a gente tava conversando, seria ou você vir aqui, ou a gente eleva uma autorização, e você transferir todo esse recurso pra sua conta particular.
Adriana: Ah, tá?
Valmir: Tá? Ele vai zerar R$ 7 mil de CPMF.
Adriana: ã-hã.
Valmir: Tá, mas eu acho que pra medida de... você se preservar, né?
Adriana: ã-hã.
Valmir: Porque, do jeito que eles estão fazendo essa boataria, né?
Adriana: ã-hã.
Valmir: Tá bom? Então eu vou passar aí. Você está hoje aí o dia todo?
Adriana: Tô, tô em casa. Pode vir aqui?
Valmir: Então, tá. A gente vai fazer um...
Adriana: Quando você chegar a gente conversa sobre isso.
Valmir: Então, tá bom.
Adriana: Tá bom?
Valmir: Então, tá.
Adriana: Tchau.
Os policiais não quiseram informar se a transação financeira foi feita, argumentando que iriam quebrar o sigilo bancário da suspeita.