Crianças estão se tornando alvos constantes da violência no Rio
Em 10 meses, pelo menos 30 crianças foram baleadas ou mortas.
'Esses atos criminosos não podem cair na banalidade', afirma padre.
Durante uma reunião de lideranças comunitárias, na quarta-feira (23), na favela Vila Cruzeiro, na Penha, bairro tradicional do subúrbio do Rio, uma criança de 6 anos levou os adultos às lágrimas ao reproduzir trechos de uma música que costuma cantarolar quando atravessa o fogo cruzado entre policiais e traficantes: "Lá-rá-rá-rá, não tô sentindo nada, Deus vai me proteger, nenhuma bala vai me pegar". A cantiga inocente em forma de oração feita pelo menino despertou uma preocupação latente nas pessoas: as crianças estão se tornando alvos constantes da violência urbana. De acordo com levantamento feito pelo G1, em 10 meses, pelo menos 30 crianças foram baleadas ou mortas em situações de violência no Rio.
“É preciso dar um basta nisso. Esses atos criminosos não podem cair na banalidade. Cada morte dessa destrói uma família, que vai definhando aos poucos com esse sofrimento”, afirmou o padre Serafim Fernandes, reitor do Santuário de Nossa Senhora da Penha, durante o encontro. “Eu percebo esse sentimento de tristeza nos pais que freqüentam a nossa paróquia. Nós, da Zona Norte, onde acontece o maior número dessas tragédias, vivemos por conta do descaso. Parece que existe o Rio de Janeiro e o Rio do Bueiro, que é aqui”, lamentou.
Ainda durante o evento, no Centro Cultural e Esportivo da Vila Cruzeiro, outras duas crianças emocionaram ao pedir que os tiroteios diários chegassem ao fim. Adriele, de 7 anos, e Wesley, de 10, que estudam na Escola Municipal Juraci Camargo, disseram que “querem voltar a estudar sem ter medo de sair à rua”. Dez escolas estão sem aulas desde que iniciaram os tiroteios na região, no início de maio. Nesse período, o conflito deixou 52 pessoas baleadas e 16 mortos na região.
G1
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