Incêndio no Centro Cultural SP danificou 2,5 mil documentos


SÃO PAULO - Cerca de 2,5 mil documentos históricos e parte de uma exposição em mostra foram afetados pela água usada para apagar as chamas que atingiram, na madrugada desta quinta-feira, o Centro Cultural São Paulo, na Rua Vergueiro, Paraíso. Ao todo, dez equipes do Corpo de Bombeiros foram necessárias para conter o incêndio.

Foram destruídos 1,2 mil metros quadrados do telhado, o equivalente a 75% do setor atingido. Por causa do tipo do material (acrílico translúcido) o fogo se alastrou rapidamente. Os bombeiros tiveram de agir com os jatos de água numa área de 2, 5 mil metros quadrados, para evitar que destroços do telhado dessem início a mais focos de incêndio. Não houve feridos e a estrutura do prédio não foi comprometida.

O prefeito Gilberto Kassab, que esteve na tarde desta quinta-feira no local, disse que, além de crime, soltar balões na Cidade é perigoso. "O estrago poderia ter sido muito maior, colocando em risco a vida das pessoas”, disse. Mais de 900 mil pessoas visitam o espaço anualmente.

Quatro mesas sobre as quais havia pilhas de jornais antigos também foram danificadas, tanto pelo fogo quanto pela água utilizada no combate às chamas. Não se sabe ainda se os jornais faziam parte do arquivo do Centro. A estrutura do prédio não foi comprometida.

O secretário Municipal de Cultura, Carlos Augusto Kalil, disse que serão gastos R$ 50 mil na construção de um telhado provisório e prometeu um novo telhado em 180 dias. Kalil disse que o projeto do novo telhado está pronto e será feito com material à prova de fogo e que permita a entrada de luz natural. O telhado antigo era de acrílico, material inflamável.

Crime inafiançável

Soltar balões é crime no Brasil desde 1988. O delito é inafiançável, por ser uma ameaça ao meio ambiente. A pena para o infrator é de 1 a 3 anos de detenção ou multa. Apesar disso, apenas uma multa por uso de balões foi aplicada em São Paulo desde 88. De acordo com a Secretaria de Subprefeituras, os fiscais não têm poder de polícia para multar quem solta balão. Por isso, a punição só poderia ser aplicada em ações conjuntas do município com a Polícia Militar ou guarda Civil Metropolitana.

Os incêndios são as conseqüências mais freqüentes dos balões, mas não as únicas. Alguns modelos têm capacidade para alcançar alturas de até 5 mil metros, altura em que é possível atingir aviões comerciais.

Para denuncias os baloeiros, os telefones são 156, da Prefeitura, ou 193, dos Bombeiros. A denúncia também pode ser feita sem identificação, pelo Disque-Denúncia, no telefone 181.



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