A brasileira Sabine Heitling, que conquistou neste sábado o ouro nos 3.000 m com obstáculos nos Jogos Pan-Americanos, não poderia imaginar que uma preparação inadequada, que rendeu choros e desespero, contribuiria para o seu triunfo no Rio de Janeiro.
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A atleta gaúcha treina em uma pista de carvão em sua cidade natal, Santa Cruz do Sul (RS). Durante os seus treinos de preparação para o Pan, a pista não tinha como ser utilizada devido ao clima frio e úmido. A solução foi treinar nas ruas escorregadias da cidade.
"Eu cheguei a chorar e ficar desesperada por causa da preparação. Treinava na rua, o que era muito perigoso. Ficava muito apreensiva por causa do clima e não via a hora de chegar ao Rio", afirmou.
Mas justo no dia de sua prova, neste sábado, o clima no Rio ficou parecido com o de sua cidade natal, com garoa e frio no estádio João Havelange, o que a ajudou a faturar o ouro.
Um dos primeiros "agradecimentos" após a vitória foi ao clima. "Nossa, o tempo aqui me ajudou muito, foi fundamental por causa dos meus treinos em condições parecidas. Foi o melhor tempo da minha vida", disse a eufórica gaúcha.
A outra brasileira na distância, Zenaide Vieira, uma das favoritas ao ouro, ficou em terceiro, após liderar boa parte da prova e ser superada de modo incrível nos metros finais pela mexicana Talis Apud, que ganhou a prata --praticamente caminhava quando foi ultrapassada pela rival.