Camila, que parece ter 10, 11 anos no máximo, posa para a foto à beira da piscina com um sorriso de orelha a orelha. Aline, um pouco mais nova mas igualmente sorridente, aparece de pijama de ursinhos. As amigas Karina, Lígia e Lia jogam bola na praia - “tentam jogar” é uma definição mais apropriada para a cena, já que duas estão estiradas na areia. Essas e tantas outras fotografias postadas na internet não deveriam passar de imagens ingênuas, instantâneos da infância que renderão boas risadas no futuro. Mas, no presente, servem de munição para uma legião de pedófilos que se esconde e prolifera nas páginas da internet.
Há tempos que o mundo virtual perdeu a inocência. Sem dificuldade - e, principalmente, sem legislação clara -, criminosos trocam mensagens e e-mails com fotos de menores em situações supostamente eróticas como se fosse uma coisa normal, banal até. O Orkut, site de relacionamentos com 25 milhões de brasileiros, acabou transformando-se em paraíso desses pedófilos virtuais. Numa comunidade de troca de imagens, além de encontrar as cenas de Camila, Aline, Karina, Lígia e Lia, é possível aprender até uma receita de droga para “desacordar a menina e facilitar o trabalho”, como ensina um dos internautas.
Para conscientizar pais e torná-los multiplicadores, a WCF-Brasil lança nesta semana cartilha educativa com dicas e soluções para evitar que meninos e meninas fiquem à mercê dos criminosos na internet. Com uma tiragem inicial de 330 mil exemplares, o livreto Navegar com Segurança será distribuído nas unidades do Sesi/Senai e no Shopping Pátio Higienópolis, na região central de São Paulo. “A cartilha mostra desde explicações básica sobre como funciona a internet até como instalar filtros para evitar que os filhos acessem conteúdo impróprio”, conta Ana Maria Drummond.
Fonte: Agência Estado