Entre os fãs de Harry Potter, nunca foram poucos os rumores sobre o destino dos personagens da saga e sobre os mistérios que cercavam a trama antes de “Harry Potter and the Deathly Hallows” ser lançado, há uma semana.
Principalmente depois do sexto livro, todas as hipóteses possíveis pareciam ter sido traçadas em blogs ou comunidades no orkut.
Pareciam. Na derradeira obra da série, a escritora britânica J. K. Rowling mostra que sempre teve as rédeas da saga épica do menino bruxo que sobreviveu ao ataque do lorde das trevas e cria um final digno da série, inacreditavelmente surpreendente até para os mais fanáticos.
Sempre ficou claro que a autora se aproveitou da fama crescente de sua obra para soltar suas asas e rebuscar cada vez mais sua narrativa em cada livro lançado – não que isso fosse algo necessariamente positivo.
Em “Deatlhy Hallows”, porém, Rowling encontrou o equilíbrio, e talvez pensando no amadurecimento de seu público (a série foi iniciada há dez anos), criou um desfecho adulto, obscuro e sem exageros ou omissões.
Muitos nós são desatadados, mas alguns ainda permanecem – prova de que Rowling criou um universo paralelo, assim como Tolkien (“O Senhor dos Anéis”) e George Lucas (“Guerra nas Estrelas”), onde a riqueza de detalhes é tamanha que nem sete livros podem retratá-los.
O fio condutor de “Deatthly Hallows” é a busca de Harry, Rony e Hermione (junto com a Ordem da Fênix e a Armada Dumbledore) pelas horcruxes, objetos onde Lord Voldemort deixou partes de sua alma para evitar ser morto.
Antes do lançamento do livro, era fácil supor que o próprio Harry era uma das horcruxes e que, assim, precisaria morrer para pôr fim ao lorde das trevas.
Mas nada seria tão óbvio para Rowling. No meio da fuga do trio protagonista contra as investidas de Voldemort e os comensais da morte, descobrem-se as relíquias mortais, três objetos que dão poder de controlar a morte a quem os possuir.
Até descobrir onde localizar todos eles – e se quer realmente usá-los –, Harry vê Voldemort e seus asseclas tomarem o Ministério da Magia e promoverem uma espécie de “limpeza étnica” contra trouxas (os não-bruxos), numa clara referência ao totalitarismo europeu.
Os maiores lances do livro ficam por conta da revelação de quem de fato é Severo Snape (o personagem mais complexo da trama), do desenrolar de alguns romances (sim, também há espaço para eles) e, é claro, do apoteótico final.
Nos capítulos finais, Rowling deixa a trama desenrolar-se na boca dos personagens, pontuando com frases curtas de narrativa onisciente, numa esperta estratégia para aumentar o suspense e impedir que o leitor desgrude das páginas. O desfecho é digno de uma grande saga heróica, com grandes “cenas”, reviravoltas e surpresas. E com o mocinho... Bem, os “spoilers” neste texto não chegarão a tanto.
Basta saber que a guerra do bem contra o mal é impiedosa e não poupa alguns dos personagens principais, mas que tudo é coerente aos rumos que a série tomou.
Futuro
Poucas vezes se viu alvoroço tão grande em torno do lançamento de um livro. O catatau de quase 800 páginas saiu no Brasil em inglês, e já é fácil encontrar na internet versões traduzidas. Ontem, a rede NBC publicou entrevista com J. K. Rowling sobre sua intenção de fazer uma enciclopédia com o futuro detalhado de cada personagem. Prova de que os rumores ainda estão longe de acabar.
Principalmente depois do sexto livro, todas as hipóteses possíveis pareciam ter sido traçadas em blogs ou comunidades no orkut.
Pareciam. Na derradeira obra da série, a escritora britânica J. K. Rowling mostra que sempre teve as rédeas da saga épica do menino bruxo que sobreviveu ao ataque do lorde das trevas e cria um final digno da série, inacreditavelmente surpreendente até para os mais fanáticos.
Sempre ficou claro que a autora se aproveitou da fama crescente de sua obra para soltar suas asas e rebuscar cada vez mais sua narrativa em cada livro lançado – não que isso fosse algo necessariamente positivo.
Em “Deatlhy Hallows”, porém, Rowling encontrou o equilíbrio, e talvez pensando no amadurecimento de seu público (a série foi iniciada há dez anos), criou um desfecho adulto, obscuro e sem exageros ou omissões.
Muitos nós são desatadados, mas alguns ainda permanecem – prova de que Rowling criou um universo paralelo, assim como Tolkien (“O Senhor dos Anéis”) e George Lucas (“Guerra nas Estrelas”), onde a riqueza de detalhes é tamanha que nem sete livros podem retratá-los.
O fio condutor de “Deatthly Hallows” é a busca de Harry, Rony e Hermione (junto com a Ordem da Fênix e a Armada Dumbledore) pelas horcruxes, objetos onde Lord Voldemort deixou partes de sua alma para evitar ser morto.
Antes do lançamento do livro, era fácil supor que o próprio Harry era uma das horcruxes e que, assim, precisaria morrer para pôr fim ao lorde das trevas.
Mas nada seria tão óbvio para Rowling. No meio da fuga do trio protagonista contra as investidas de Voldemort e os comensais da morte, descobrem-se as relíquias mortais, três objetos que dão poder de controlar a morte a quem os possuir.
Até descobrir onde localizar todos eles – e se quer realmente usá-los –, Harry vê Voldemort e seus asseclas tomarem o Ministério da Magia e promoverem uma espécie de “limpeza étnica” contra trouxas (os não-bruxos), numa clara referência ao totalitarismo europeu.
Os maiores lances do livro ficam por conta da revelação de quem de fato é Severo Snape (o personagem mais complexo da trama), do desenrolar de alguns romances (sim, também há espaço para eles) e, é claro, do apoteótico final.
Nos capítulos finais, Rowling deixa a trama desenrolar-se na boca dos personagens, pontuando com frases curtas de narrativa onisciente, numa esperta estratégia para aumentar o suspense e impedir que o leitor desgrude das páginas. O desfecho é digno de uma grande saga heróica, com grandes “cenas”, reviravoltas e surpresas. E com o mocinho... Bem, os “spoilers” neste texto não chegarão a tanto.
Basta saber que a guerra do bem contra o mal é impiedosa e não poupa alguns dos personagens principais, mas que tudo é coerente aos rumos que a série tomou.
Futuro
Poucas vezes se viu alvoroço tão grande em torno do lançamento de um livro. O catatau de quase 800 páginas saiu no Brasil em inglês, e já é fácil encontrar na internet versões traduzidas. Ontem, a rede NBC publicou entrevista com J. K. Rowling sobre sua intenção de fazer uma enciclopédia com o futuro detalhado de cada personagem. Prova de que os rumores ainda estão longe de acabar.