RAFAEL TARGINO
Colaboração para a Folha de S.Paulo
KLEBER TOMAZ
da Folha de S.Paulo
O piloto do helicóptero que caiu no dia 1º de novembro em Carapicuíba (Grande São Paulo) estava com o certificado de habilitação técnica vencido desde dezembro de 2004. A informação foi confirmada ontem pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
Esse certificado diz que o piloto está apto a conduzir um determinado tipo de aeronave --no caso, o helicóptero Robinson-R44. O piloto não pode voar sem o certificado em dia.
Para renová-lo, é preciso fazer aulas e prova teóricas e passar por treinamento em simulador. Por fim, deve-se fazer uma prova no simulador, acompanhada por inspetor da Anac ou de escola credenciada.
Segundo a Anac, esse era o único problema na documentação de Ignácio Bueno de Moraes Neto, 62, que morreu ao dar entrada no hospital Albert Einstein. No acidente, morreram sua sogra e seu enteado. A mulher continua internada.
A Aeronáutica chegou a dizer que o exame médico de Bueno não estava em dia. A agência negou e também afirmou que nem o certificado de aeronavegabilidade nem o seguro obrigatório do helicóptero estavam vencidos. O erro foi creditado a uma desatualização no site.
A agência disse que a fiscalização da habilitação dos pilotos é feita aleatoriamente, mas não soube dizer quantos fiscais fazem esse serviço.
Ontem, uma reportagem da TV Globo mostrou que o helicóptero pode ter saído com excesso de peso do heliponto Helipark, em Carapicuíba.
O registro da aeronave diz que o peso máximo permitido era de 1.088 kg. Segundo a TV Globo, ela voava com 1.132 kg. O desempenho da aeronave pode ter sido reduzido também por conta do calor que fazia na hora da decolagem. A temperatura chegou a 29C na cidade.
Ninguém da Helipark foi encontrado para comentar o caso. À Globo a empresa disse que não tem poder para fiscalizar os helicópteros. A Aeronáutica tem até fevereiro para concluir a investigação.