Renault se defende da acusação de espionagem contra a McLaren

Por: Folha On Line

A equipe francesa Renault se defendeu nesta sexta-feira da acusação de espionagem contra a McLaren qualificando de "incidente infeliz" as informações que estavam de posse de um de seus engenheiros.

O construtor francês, que denunciou o engenheiro Phil Mackereth, apresentou sua defesa um dia depois da intimação para comparecer diante do Conselho Mundial da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), no dia 6 de dezembro, em Mônaco.
A Renault deverá explicar a acusação de ter tido acesso, entre setembro de 2006 e outubro de 2007, a documentos e informações confidenciais da escuderia McLaren.

A Renault, que demitiu Phil Mackereth, acrescentou ter "informado imediatamente a McLaren da situação" depois de ter informado a FIA.
A equipe francesa dirigida por Flavio Briatore finalizou sua defesa assegurando ter "plena confiança na decisão do Conselho Mundial em dezembro próximo".

Renault revela que engenheiro passou dados

A Renault divulgou nota nesta sexta-feira (9) à tarde para esclarecer sua visão na vertente do caso de espionagem da F-1 em que é acusada de obter informações da McLaren via um ex-funcionário do time de Woking que agora faz parte de seu grupo. Falando ter feito uma investigação interna, a equipe confirmou que alguns de seus membros souberam do caso, mas que agiu com lisura para não saber minucias dos dados da rival.


A escuderia de Flavio Briatore revelou que só teve ciência de que o engenheiro Phil Mackereth, seu membro desde setembro de 2006, tinha trazido consigo "algumas informações que eram propriedade da McLaren" e que estavam contidas em disquetes "cópias de alguns desenhos de engenharia da McLaren e planilhas eletrônicas técnicas" exatamente um ano depois de seu ingresso na equipe. Também alegou que tais dados ficaram concentrados apenas no sistema operacional de Mackereth e que isso foi feito "sem o conhecimento de ninguém". No fim do comunicado, houve a confissão de que "alguns de nossos engenheiros souberam de parte das informações na forma de desenhos de engenharia em escala reduzida".


Os velhos discos de computador apresentavam detalhes do sistema de reabastecimento, a unidade do câmbio, o sistema de refrigeração de óleo, o sistema de controle hidráulico e um novo componente da suspensão, que seria um amortecedor de massa — peça que foi abolida do R26, do ano passado, porque se movia, ferindo o regulamento. Segundo a Renault, "nenhuma das informações foi usada para influenciar decisões de desenhos relacionados aos carros

da Renault". Ainda, o time anglo-francês pôde observar que o amortecedor da suspensão "tinha um desenho que poderia ser considerado ilegal" e que "um esclarecimento subseqüente da FIA confirmou isso".


Como conseqüência da ação detetivesca, a Renault tomou cinco atitudes, que foram 1) limpar completamente a informação vinda com Mackereth do sistema, 2) informar a McLaren e a FIA da situação, 3) contar à equipe e à entidade todas as descobertas que teve durante essa investigação, 4) suspender o engenheiro de sua posição e 5) guardar a sete chaves os disquetes e devolvê-los à McLaren. A equipe encerra o comunicado falando estar disposta a dar todos os detalhes possíveis do caso e que agiu "com completa transparência".


A FIA convocou a Renault a comparecer na próxima reunião do Conselho Mundial, marcada para 6 de dezembro.