China desativa site pornô em tempo real

PEQUIM (Reuters) - A polícia chinesa fechou um site que vendia pornografia em tempo real e deteve 33 pessoas, informou a mídia estatal na quarta-feira, como parte de uma campanha que levou ao fechamento de 44 mil sites e à detenção de 868 pessoas nos últimos 12 meses.

A China lançou uma campanha de repressão à pornografia online e ao conteúdo "insalubre" de Web depois que o presidente Hu Jintao afirmou que a ampla difusão da Internet no país representava uma ameaça à estabilidade social.

O site de sexo ao vivo, cujo servidor está instalado em Taiwan, cobrava dos visitantes para que assistissem a strip-teases ou outros espetáculos eróticos encenados na China, de acordo com a agência de notícias Xinhua.

"Essa operação foi iniciada no segundo semestre de 2006 e arrecadou mais de um milhão de yuan (137 mil dólares) em apenas três meses", afirmou a agência.

Segundo as informações, o site pornográfico era o mais visitado entre aqueles que foram fechados em função da mais recente campanha de repressão, informou a Xinhua.

As autoridades chinesas fecharam 44 mil sites domésticos e home pages, e detiveram 868 pessoas, na investigação de 524 processos criminais instaurados durante a campanha.

A campanha será mantida até setembro, depois do encerramento da Olimpíada de Pequim.

Os grupos de defesa dos direitos dos cidadãos disseram que a campanha havia sido usada como um mal disfarçado pretexto para reprimir dissidentes e deter os opositores que utilizam a Internet antes dos jogos.

A China vem tentando reprimir as críticas online ao Partido Comunista, que governa o pais, e qualquer discussão sobre tópicos sensíveis como o Tibete e Taiwan, e para isso ordenou que os sites se registrem junto às autoridades.

O governo emprega dezenas de milhares de censores e uma vasta rede de filtros para controlar as informações online.

A China anunciou no mês passado que reprimiria os sites de vídeo na Web, e que só permitiria que sites sob controle do Estado postassem conteúdo em vídeo online. As novas restrições entrarão em vigor no dia 31 de janeiro.

(Por Ian Ransom e Nick Macfie)

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