Ford revela imagens do novo Fiesta

Hatch deve ser vendido no Brasil até o final da década
A nova geração do Fiesta está pronta. Este é o veredicto dado pela Ford, indiretamente, através da divulgação das primeiras informações e imagens da nova geração de seu hatchback compacto. A princípio, apenas a versão de 3 portas teve fotos exibidas, mas outras de quatro (sedan) e cinco também estão por vir, como os conceitos Verve. Sua comercialização começa ainda este ano e o lançamento oficial está marcado para março, durante o Salão de Genebra.

A Ford não divulgou as medidas do Fiesta e limitou-se a dizer apenas que a nova geração é mais leve que a vendida atualmente, o que pode ser considerado um grande feito. De todo modo, o moderno estilo da linha "kinetic" caiu bem num hatch de números compactos. Os faróis rasgados, como no Focus e no Mondeo, e as lanternas elevadas da antiga geração estão presentes. A grande novidade é o efeito visual provocado pela linha inferior dos vidros, auxiliada pelo largo vinco que começa na roda dianteira e percorre a carroceria até as lanternas. O retrovisor segue a nova tendência européia, enquanto a janela-espia dianteira, outra "moda" no mundo automotivo, completa o desenho. No final, visto de lado, o Fiesta lembra o Citroën C4 (3p), mas tem bastante personalidade.

Por dentro, as mudanças foram ainda mais significativas. Seguindo as linhas do conceito Verve, o painel ganhou modernidade na disposição dos comandos do console central, em especial na área superior, formando um belo conjunto visual com os difusores de ar. Outros itens também receberam atenção da Ford, como as maçanetas internas, o painel das portas, a empunhadura do volante e da alavanca de câmbio, etc. Há sistema de telefonia e navegação, conexão Bluetooth com celulares, aparelho de som com entrada USB, volante multifuncional com ajuste de altura e profundidade, sistema de partida sem chave e air-bag para o joelho do condutor. A iluminação é feita em um tom de vermelho.

Sabe-se que a empresa norte-americana oferecerá versões de motor. Serão três a gasolina: 1.3 (a Ford chamará de 1.25, mas tem 1.297 cm³) de 80 cv, 1.4 de 91 cv e 1.6 Ti-VCT de 115 cv. Movidas a diesel, serão outras duas opções: 1.4 TDCi de 68 cv e 1.6 TDCi de 90 cv, ambas oferecidas no modelo atual. Para alguns mercados, haverá a possibilidade de se optar por um "1.25" de 60 cv. Todos os motores contam com caixa de câmbio manual de cinco velocidades, enquanto o 1.4 a gasolina conta com uma transmissão automática de quatro marchas como opção.

Entre os itens da atual geração que permanecem na nova está a suspensão. Ela mantém o conjunto independente tipo McPherson na dianteira e o eixo de torção na traseira. Uma das novidades é que o novo Fiesta terá a opção de uma versão ECOnetic, linha de veículos da Ford com baixos consumo e emissão de poluentes. Ela emite menos de 100 gramas de gás carbônico (CO2) por quilômetro rodado e estará disponível a partir do fim do ano.

A produção do novo Fiesta também mudará de lugar. Atualmente, o compacto sai das linha de produção da planta de Colônia, na Alemanha. A nova geração, porém, será construída na fábrica de Valência, na Espanha, destinada ao mercado europeu. Esta é a planta de onde saíram as primeiras unidades do modelo, em 1976. Segundo informações, a marca quer fazer do novo Fiesta um carro mundial, com linhas de montagem também na Ásia e na América, ainda em dúvida entre Norte e Sul.

A dúvida entre as duas partes da América se justifica: se o Brasil for escolhido, a Ford terá um importante representante no mercado sul-americano. Caso a produção seja feita no México, o mais provável, o veículo será um grande aliado para o mercado estadunidense, onde a empresa perdeu o posto de segunda colocada para a Toyota. De todo o modo, ele deverá ser vendido no Brasil até o final da década, abrindo espaço para a "família Ka". Assim, confirma-se que haverá uma versão de cinco portas, uma sedan e a nova geração da Courier derivados do modelo de entrada da Ford. Agora o jogo de marketing da empresa no lançamento do renovado compacto começa a fazer sentido.

Texto: Matheus Q. Pera