Rapaz foi localizado em site de relacionamento na internet.
A pernambucana Josefa Maria da Silva, de 58 anos, é faxineira no interior de São Paulo. Há pouco tempo, ela começou a estudar à noite para se alfabetizar e pediu ao pessoal da escola ajuda para achar o filho, com quem não se encontrava havia 10 anos. O reencontro emocionou seus professores e colegas.
A saudade do filho caçula durou quase 10 anos. Muito tempo para a mãe que lembrava dele como um jovem franzino, que ganhou o mundo em busca de trabalho. O último encontro foi quando José Alaércio tinha 17 anos.
Josefá também deixou Gravatá, em Pernambuco, e foi para Ribeirão Preto, no interior paulista. Casou de novo, arrumou emprego de diarista, resolveu estudar e nunca esqueceu do filho caçula.
Ela entrou na escola porque queria aprender a ler e a escrever. Na sala de aula, foi apresentada ao computador e ficou encantada porque descobriu que, entre tantas utilidades, a máquina tinha também a
A professora de português Sandra Cristina Camargo pediu ajuda às turmas de 7ª e 8ª séries da escola pública onde também dá aula. Os adolescentes se envolveram com a história da diarista. Cada um escreveu uma carta de incentivo, quase cem ao todo.
Logo perceberam que aquilo ajudava, mas não resolvia, e deram início a uma busca pela internet, principalmente em sites de relacionamento. Depois de um mês, o resultado apareceu.
“Escrevi o nome dele e apareceu a foto de uma menininha chamada Isabela com uma legenda na foto, escrito “eu e meu querido papai José Alaércio. Falei: ‘Professora, acho que nós achamos’”, relembra Kellen Larissa de Souza, de 14 anos.
A professora Sandra entrou em contato com José Alaércio, em Vila Velha, no Espírito Santo, e fez uma surpresa para dona Josefa, registrada pela câmera do celular.
“Eu falei: ‘Dona Josefa, a senhora reconhece essa voz?’. Ela falou: ‘Alô’, o rapaz perguntou quem estava falando e já gritou ‘meu filho’. Foi uma emoção até para os colegas”, comemora a professora.
O marido de Josefa propôs atrasar uma prestação do carro e dar o dinheiro para a viagem de Ribeirão para Vila Velha. “Como fazia muitos anos que ela não via o filho, eu estava ganhando pela felicidade dela e a minha, mesmo atrasando uma prestação do carro”, fala o jardineiro José Antônio Gabia.
Mas ela recusou a oferta generosa. Sem dinheiro, achava que ainda ia demorar para ver o filho outra vez. O Fantástico, porém, resolveu dar uma mão para juntar a família e foi buscar José Alaércio e a família no Espírito Santo. A mãe dele não sabia de nada.
Surpresa
Depois desse encontro, a família quer voltar a se ver nas férias e aproveitar a praia em Vila Velha. A história da diarista deu ânimo também aos alunos, que encaram agora a busca por pessoas desaparecidas como um projeto de vida.
“Foi uma lição de que a esperança é a maior coisa que a gente deve ter na vida”, declara a aluna Kellen, enquanto abraça Josefa, chorando de felicidade.