quarta-feira, 08 de outubro de 2008
Folha de S. Paulo
PSDB em SP não tem "dedazo" nem "coronel", afirma Serra
O governador de São Paulo, José Serra, afirmou ontem à Folha que está à disposição da equipe de campanha do prefeito Gilberto Kassab (DEM) para o segundo turno. Questionado se não poderia ter evitado a crise interna, disse: "No PSDB em São Paulo, não somos partido de coronéis, não pratico "dedazo" [indicação de presidentes por antecessores no México]".
Alckmin evita comentar eleição e diz que voltará a trabalhar com medicina
Dois dias depois da eleição que o deixou de fora do segundo turno em São Paulo, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) definiu os seus próximos passos: "Volto a clinicar na sexta". O tucano recebeu a Folha ontem em seu escritório político, no Itaim Bibi. Pouco antes, falou com seu vice na disputa, Campos Machado (PTB).
Marta se esquece de Lula e critica Kassab por se "colar" a Serra
A despeito de ter centralizado a campanha na associação de sua imagem à do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a petista Marta Suplicy criticou ontem a estratégia do prefeito Gilberto Kassab (DEM) de se "colar" no governador José Serra (PSDB) neste segundo turno. "Quem não tem imagem própria tem que se associar a alguém", afirmou Marta pela manhã, ao visitar Itaquera (extremo leste da cidade). Desde o início de junho, quando desembarcou em São Paulo para assumir a candidatura à prefeitura, Marta vem explorando sua relação com Lula.
Executiva do PT não vai intervir na campanha de SP
Ao fazer um balanço do desempenho do PT, a Executiva Nacional do partido concluiu que, apesar de Marta Suplicy ter dificuldades para conquistar a classe média, a direção petista não pretende interferir na campanha no segundo turno. Em entrevista, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, disse que "isso já havia ocorrido em 2004". E acrescentou: "Vamos fazer sugestões, mas não significa que eles vão aceitar". Nenhum coordenador da campanha de Marta foi à reunião.
Paes pede apoio a Lula, que deixa decisão para PT do Rio
O candidato do PMDB à Prefeitura do Rio, Eduardo Paes, ex-crítico severo do governo de Lula na CPI do Mensalão, disse ontem ter pedido o apoio do presidente em almoço, após ter esperado por ele três horas na base aérea de Santa Cruz (zona oeste do Rio). O encontro terminou sem que Paes tivesse tido, por enquanto, sucesso em seu intento. Fernando Gabeira (PV), ex-aliado do presidente, agora sugere a neutralidade de Lula no processo eleitoral do Rio. Na caça por apoios, Paes formalizou aliança com o PSB e aguarda -além de PT, PDT, PC do B e PSC- o PRB de Marcelo Crivella, com quem negocia cargos em um eventual mandato. Gabeira aceitou o apoio do DEM, partido de Cesar Maia.
Indefinição sobre alianças adia campanha
A indefinição das alianças e das estratégias para o segundo turno em Porto Alegre atrasou o reinício da propaganda eleitoral no rádio e na TV do candidato à reeleição José Fogaça (PMDB, 44% dos votos válidos no primeiro turno) e da deputada federal Maria do Rosário (PT, 23%).
Os programas poderiam ser veiculados a partir de hoje à noite, mas um acordo entre coordenadores das campanhas adiou para sábado a volta da propaganda no rádio e na TV. O principal alvo do assédio dos candidatos é Manuela D'Ávila (PC do B), que teve 15% dos votos válidos.
Geddel culpa PT por disputa local com PMDB
O ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional), do PMDB, ponta-de-lança nacional da candidatura de João Henrique Carneiro (PMDB) à reeleição em Salvador no segundo turno, disse à Folha que a relação com o PT baiano mudou e que não haverá "atrelamento automático para 2010".
Tratando com naturalidade o fato de o PMDB, principal pilar de sustentação do governo Lula, disputar em Salvador com o petista Walter Pinheiro, Geddel jogou para o PT a responsabilidade pelo cenário de polarização com seu partido.
Aécio sofre perda de terreno para PT e PMDB
O governador Aécio Neves (PSDB) colecionou contratempos nas eleições em Minas Gerais. Além do revés em Belo Horizonte, com a presença inesperada de Leonardo Quintão (PMDB) no segundo turno contra seu "afilhado" Marcio Lacerda (PSB), ele viu cair o número de prefeituras comandadas por tucanos no Estado (de 170 para 159) e se fortalecerem justamente seus dois principais adversários políticos.
Os ministros Patrus Ananias (Desenvolvimento Social), do PT, e Hélio Costa (Comunicações), do PMDB, começam com vantagem a corrida de 2010.
O Estado de S. Paulo
Dólar dispara com corrida de empresas
As incertezas a respeito da economia global e sobre a solvência do sistema financeiro dos Estados Unidos e da Europa mantiveram os investidores distantes de ativos arriscados e derrubaram de novo as bolsas de valores ontem. No Brasil, o dólar disparou 5,09% e atingiu R$ 2,312. Do início de agosto até ontem, a moeda americana já se valorizou 48% ante a brasileira. A cotação de ontem é a maior desde maio de 2006. O Índice da Bolsa de Valores de São Paulo perdeu 4,66%. O Índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, caiu 5,11% e a bolsa eletrônica Nasdaq, 5,85%.
Mapa da reeleição coincide com liberação de recursos por Lula
Dos 15 prefeitos de capitais que conseguiram liquidar a fatura eleitoral no primeiro turno, 9 integram a base aliada e figuram no grupo dos que mais verbas receberam do governo federal neste ano. No topo da lista de liberações está Iradilson Sampaio (PSB), reeleito para Boa Vista (RR), com o importante apoio do líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB). Neste ano, o governo liberou R$ 52,9 milhões para a cidade, que tem 159 mil eleitores. Na média, são R$ 332,80 por voto. O petista Roberto Sobrinho, que se reelegeu em Porto Velho (RO), ocupa o segundo lugar da lista (R$ 178,20 por eleitor e R$ 45,1 milhões no total). Em terceiro, outro petista: Raul Filho, reeleito em Palmas (TO), com R$ 102,60 por eleitor e repasses de R$ 13 milhões.
Kassab não tem imagem própria, alfineta Marta
A candidata do PT à prefeitura paulistana, Marta Suplicy, ironizou ontem os planos do rival Gilberto Kassab (DEM) de aproximar-se ao máximo do governador José Serra (PSDB), como forma de desviar dos ataques lançados nas últimas semanas pela campanha petista. "Quem não tem imagem própria tem que se associar a alguém", acusou Marta, que esteve ontem novamente na zona leste da capital, um de seus principais alvos na nova etapa da corrida municipal.
Metade dos ''fichas-sujas'' volta às Câmaras
Metade dos vereadores "fichas-sujas" que concorriam à reeleição em 19 capitais do Brasil conseguiu seu objetivo, de acordo com levantamento da ONG Transparência Brasil. Dos 75 parlamentares com pendências judiciais, 37 mantiveram o mandato. São Paulo reelegeu o maior número de vereadores com pendências judiciais: nove dos 12 "fichados" voltaram à Câmara. Em Belo Horizonte foram reeleitos três e em Fortaleza, Palmas, Cuiabá e Boa Vista, um por capital.
ACM Neto fechará com PMDB para derrotar PT baiano
O PMDB do ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, vai se juntar ao DEM baiano para tentar derrotar o PT do governador Jaques Wagner, na briga pela Prefeitura de Salvador. O DEM e o PR de Salvador anunciam, nas próximas 24 horas, apoio à reeleição do prefeito João Henrique Carneiro (PMDB), contra o petista Walter Pinheiro, que, por sua vez, já atraiu para a sua campanha os tucanos e ainda deve contar com o apoio do PSOL, que fazem oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O próprio João Henrique preparou o terreno para receber o apoio da oposição, com uma campanha anti PT no primeiro turno.
Apoio de Lula a Eduardo Paes só depende de aval do PT
Valeu a pena o esforço do PMDB do Rio por uma aproximação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com seu candidato à prefeitura, Eduardo Paes. Um dia depois de avisar que não participaria do segundo turno na cidade, Lula disse ontem que vai esperar a decisão do PT fluminense e cogitou a hipótese de fazer campanha. O PT do Rio deve formalizar hoje o apoio a Paes, aliado do governador Sérgio Cabral. O peemedebista disputa a prefeitura com Fernando Gabeira, candidato do PV em aliança com o PSDB. Cabral conseguiu um encontro de Paes com o presidente, durante almoço com oficiais na base aérea de Santa Cruz. Falaram de eleições, mas Lula não assumiu nenhum compromisso de engajamento no segundo turno carioca.
Em 2005, ele tachava governo de corrupto
A atuação de Eduardo Paes na CPI dos Correios, em 2005, como deputado tucano, é a maior cobrança enfrentada pelo agora candidato do PMDB à Prefeitura do Rio. À época, ele fez uma série de acusações ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ministros e dirigentes petistas. O confronto com os petistas da comissão de inquérito era permanente e os aliados de Lula atribuíam a Paes o vazamento de dados sigilosos no escândalo do mensalão. Ele também cobrou investigação sobre o investimento de R$ 5 milhões feito pela companhia telefônica Telemar na empresa Gamecorp, que tem entre os sócios o biólogo Fábio Luiz Lula da Silva, filho de Lula. A cobrança irritou o presidente e a primeira-dama, Marisa.
TSE decide dispensar tropas
Ao contrário do que ocorreu na votação de domingo, os ministros do Tribunal Superior Eleitoral decidiram ontem que não será necessário convocar as tropas federais para reforçar a segurança do segundo turno da eleição municipal no Rio de Janeiro. O presidente do TSE, Carlos Ayres Britto, disse que chegou à conclusão após conversar com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, o governador do Rio, Sérgio Cabral, o almirante responsável pelas tropas, Prado Maia, e o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Rio, Alberto Motta Moraes.
Os donos dos grotões
O PT melhorou o desempenho em relação às eleições de 2004, mas não conseguiu avançar nos grotões do país tanto quanto esperava. Quem manteve o domínio absoluto nos pequenos municípios, elegendo o maior número de prefeitos, foi o PMDB, seguido a uma boa distância pelo PSDB. As maiores perdas nessa faixa do eleitorado foram sofridas pelo DEM. O PT só consegue igualar o PMDB nas cidades de 50 mil a 100 mil eleitores. E obtém o melhor desempenho entre todos os partidos nos municípios na faixa de 100 mil a 200 mil eleitores. A liderança das grandes metrópoles só poderá ser definida após o segundo turno das eleições.
Lobby para manter cidades
Nem bem a campanha política acabou e 57 prefeitos eleitos, e alguns dos atuais administradores municipais, já iniciaram uma nova fase de acordos e articulações. Desta vez, o objetivo não é angariar votos de eleitores, mas conseguir apoio dos deputados federais para o projeto que regulamenta a emancipação dos seus municípios. Por terem sido criados depois de 1996, as 57 cidades podem desaparecer, caso uma lei federal não seja aprovada até 16 de novembro.
Lula e Paes fumam o cachimbo da paz
O impensável aconteceu — mérito do pragmatismo da política e do poder de convencimento do governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva almoçou ontem durante uma hora e meia, na Base Aérea de Santa Cruz, vindo de Angra dos Reis, com o candidato do PMDB a prefeito do Rio, Eduardo Paes, e não apenas liberou o PT a apoiá-lo, o que vai acontecer hoje, como admitiu que sua imagem seja usada na campanha contra o opositor Fernando Gabeira (PV). A única condição imposta por Lula ao seu ex-inimigo público é que Paes consiga aglutinar as forças da base governista, incluindo aí, além do seu PMDB, o PT e o PSB, o PRB do senador Marcelo Crivella e o PCdoB de Jandira Feghali, para fazer frente ao bloco formado do outro lado entre PPS, PSDB e DEM, além do PV.
Leo Kret, uma transsexual na Câmara
Doze mil e oitocentos soteropolitanos entraram na seção eleitoral e digitaram 22024. A cada confirmação de voto, a transexual Leo Kret do Brasil (PR) saía da condição de “candidata bizarra” para se tornar a quarta vereadora mais votada da capital baiana. Desde que foi consagrada nas urnas, a vida da dançarina de pagode se acelerou mais do que os rodopios que a tornaram celebridade no subúrbio ferroviário. O celular não pára de tocar. São entrevistas de 10 em 10 minutos. “Para mim, não foi surpresa nenhuma. O público que freqüenta o meu show vai direto no meu olho e fala a verdade. Diz que vai votar e vota. Nas campanhas em bairros menos favorecidos, o que via era a sinceridade”, conta.
O Globo
Dólar chega a R$ 2,31 e Lula recomenda manter consumo
O dólar fechou a R$ 2,31 ontem, com alta de 5,4%. Nem os leilões do Banco Central conseguiram segurar a cotação. A disparada da moeda americana está levando indústrias e comércio a rever seus planos para o Natal. A maioria das empresas de eletrodomésticos, como Semp Toshiba, suspendeu temporariamente as vendas. Fabricantes de brinquedos prevêem altas de 15% a 25% dos importados para o fim do ano. A Abras, associação de supermercados, também aposta na necessidade de renegociar contratos fechados para o Natal. Com a crise se agravando na Europa e nos EUA, a Bovespa caiu 4,66%. O presidente Lula, no entanto, pediu que a população não reduza o consumo: "Continuem fazendo as mesmas coisas que vocês faziam."
FMI: US$ 12,3 tri estão sob risco
O pacote de US$ 700 bilhões não será suficiente. Quem diz é o FMI, lembrando que hoje há US$ 1,4 tri em créditos podres nos EUA e o risco é bem maior: pode chegar a US$ 12,3 tri, contando empréstimos a empresas e consumidores.
BB e CEF também socorrerão bancos
Além do Banco Central, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal também foram convocados pelo governo para ajudar a socorrer instituições pequenas. Já foram às compras para arrematar carteiras de crédito duvidoso.
Lula recebe Paes, sem direito a foto
Longe da imprensa e sem que o compromisso constasse de sua agenda, o candidato do PMDB à prefeitura, Eduardo Paes, encontrou-se ontem com o presidente Lula na base Aérea de Santa Cruz. Após o encontro, Paes foi reticente sobre o apoio de Lula. "Não estou pedindo ao presidente que venha para cá pedir voto. Disse a ele que estava procurando o partido dele", afirmou Paes, que hoje receberá o apoio do PT do Rio, que tem cargos no governo Sérgio Cabral. Quando era relator adjunto da CPI dos Correios, Paes chamou Lula de "chefe de quadrilha". Já Fernando Gabeira (PV) manteve a estratégia de obter apoios isolados e recebeu a adesão do prefeito eleito em Niterói, Jorge Roberto Silveira, uma das estrelas do PDT fluminense, que também deve fechar com Paes. Gabeira cobrou do TRE a punição dos autores de panfletos apócrifos contra ele e forneceu o endereço da gráfica.
Partidos governistas avançam no Nordeste
O novo mapa do poder mostra que PT, PSB e PDT tiveram crescimento expressivo no Nordeste, região em que o DEM teve sua maior perda política: queda de 63% no número de prefeituras. O PSDB, porém, manteve a liderança no Sudeste e ganhou o comando de 381 cidades no domingo.
Servidores vão pagar imposto sindical
Sem alarde, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, regulamentou, na semana passada, a cobrança de imposto sindical do funcionalismo público, informa Ilimar Franco no Panorama Político. Serão arrecadados R$ 450 milhões com o desconto de um dia de salário dos 7,4 milhões de servidores federais, estaduais e municipais (do Executivo, do Legislativo e do Judiciário).
Jornal do Brasil
Gabeira esconde Cesar da TV
O partido Democratas já enviou até seu representante ao comando da campanha de Fernando Gabeira (PV), o deputado federal Índio da Costa, mas verdes e tucanos preferem manter Cesar Maia afastado da propaganda eleitoral gratuita. O próprio prefeito admitiu ao JB que ficará de fora. Embora Gabeira afirme, publicamente, que o apoio não o prejudica, representantes das associações de moradores de Botafogo, Humaitá e Leme disseram-se decepcionados com a aliança.
Petrobras pode deixar o Equador
A Petrobras sairá do Equador se não chegar a um acordo para manter suas operações de exploração de petróleo naquele país. A decisão foi anunciada pelo presidente Lula, ontem, em Angra dos Reis.
Candidatos azarões surpreendem e agora impõem medo
Fernando Gabeira (PV) no Rio, Walter Pinheiro (PT) em Salvador, Leonardo Quintão (PMDB) em Belo Horizonte e Gilberto Kassab (DEM) em São Paulo: são quatro dos principais exemplos de candidatos considerados sem chances no início da campanha. Eles arrancaram nas últimas semanas e agora entraram no jogo.