Nos jornais: Comissão do Senado quer demissão de Zoghbi
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Folha de S.Paulo
Comissão do Senado quer demissão de Zoghbi, acusado de usar laranja
A comissão de sindicância do Senado que investigou denúncia contra o ex-diretor da Casa João Carlos Zoghbi (Recursos Humanos) pediu a demissão dele a bem do serviço público.
O relatório, segundo a Folha apurou, foi entregue na sexta ao primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI). A decisão de demitir Zoghbi caberá ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). O processo foi conduzido por comissão formada por três servidores.
Em maio, Zoghbi foi acusado de usar o cargo para beneficiar a empresa do filho que operava com empréstimo consignado do Senado. Diretor por oito anos, ele controlava a folha de pagamento de R$ 2,1 bilhões.
Governo já tem votos para pôr Venezuela no Mercosul
O governo já tem os votos necessários na Comissão de Relações Exteriores do Senado para aprovar o ingresso da Venezuela no Mercosul. Dos 19 senadores que compõem o colegiado, 11 são favoráveis à adesão, todos pertencentes a partidos que apoiam o governo Lula.
A questão se transformou em um embate político que vem sendo travado na comissão entre governistas e oposição e com desfecho marcado para depois de amanhã.
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) apresentou relatório contrário à participação da Venezuela no bloco, texto que deve ser rejeitado por 11 a 7. Na sequência, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), trará um substitutivo favorável, este sim com votos para ser aprovado.
Decisão deve demorar mais alguns anos
A acalorada discussão no Congresso brasileiro em torno da aprovação ou não da entrada da Venezuela no Mercosul esbarra no bizantinismo, pois ignora um dado prático no qual o Brasil não tem como influir: a paralisia total no trâmite da questão no Paraguai, indispensável para a ratificação do ingresso, que deve ser unânime.
O acordo para a adesão foi assinado em julho de 2006. Já em novembro daquele ano, foi ratificado pelo Congresso uruguaio. No mês seguinte, a Argentina fez o mesmo. Desde então, Caracas aguarda o aval de Brasília e de Assunção.
DEM veta aparição de Serra em horário do partido na TV
A aparição do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), no programa partidário foi ontem nova causa de desavença na cúpula do DEM. Com a promessa de dois minutos para divulgação de seu trabalho, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, incluiu, na gravação, imagens ao lado de Serra.
O presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia (RJ), no entanto, resiste à participação de tucanos, sob o argumento de que o programa -que irá ao ar nesta quinta- destina-se à promoção dos democratas.
São Paulo: Celso Russomano é pré-candidato do PP
O PP lançou ontem a pré-candidatura do deputado federal Celso Russomanno (SP) ao governo de São Paulo. "Foi uma decisão de um partido unido", disse.
Também deputado, o pepista Paulo Maluf tentará a reeleição em 2010. Russomanno, porém, não descartou abrir mão da candidatura por uma composição com outros partidos. "Mas defendo candidatura própria", disse.
Pré-candidata: Dilma rebate crítica de Mendes de que faz vale-tudo eleitoral
A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) rebateu ontem crítica do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, de que está fazendo um vale-tudo eleitoral. Segundo ela, o atual governo tem feito mais obras de infraestrutura que o anterior e isto incomoda "a todos aqueles que não têm por hábito fazer investimento neste país, ter política social".
Mendes cobra ação do Estado contra invasões
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) ministro Gilmar Mendes cobrou ontem a aplicação um "aparato legal" já existente no país contra entidades que promovem invasões ou violência no campo. Para Mendes, a atuação irregular de movimentos sociais pode ser combatida com o emprego das leis criminais, a sustação de repasses governamentais e o controle sobre autoridades omissas no cumprimento das normas nos confiltos fundiários.
O presidente do STF afirmou que o Brasil já tem uma legislação "suficiente" sobre as questões agrárias, nas áreas civil, penal e administrativa. "É preciso que ela seja devidamente aplicada", disse Mendes após participar de um congresso em São Paulo sobre direito agrário.
Índios vão gerir posto de pedágio em MT
O governo de Mato Grosso irá construir postos de pedágio para que índios da etnia pareci cobrem pela passagem de carros, caminhões e motos em um trecho de 52 km da rodovia estadual MT-235, que liga os municípios de Sapezal e Campo Novo do Parecis (450 km de Cuiabá). Os próprios índios vão fazer a cobrança.
A medida faz parte de acordo firmado com Funai e Ibama para permitir o asfaltamento da chamada "Rodovia do Índio", que atravessa a área da etnia e foi inaugurada sábado pelo governador Blairo Maggi (PR).
O Globo
Quase 280 presos de uma vez
Na maior operação já realizada no Paraná contra o tráfico de drogas, foram presas ontem no estado 279 pessoas e apreendidos mais de 1.200 quilos de maconha, 3,5 quilos de cocaína, 3,7 quilos de crack, 52 armas, além de veículos e aparelhos de telefone celular.
Coordenada pela Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), a operação “Paraná contra as drogas” contou com a participação de todas as divisões policiais de Curitiba e de várias subdivisões do interior paranaense.
Luís Inácio defende Lula e Dilma e diz que viagens não são campanha
O novo advogadogeral da União, Luís Inácio Adams, disse ontem que as visitas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não podem ser consideradas antecipação de campanha. Para ele, não se pode governar numa redoma.
O advogado, que tomou posse sexta-feira, defenderá o governo na ação ajuizada pela oposição no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a caravana na região do Rio São Francisco.
TSE desafia 26 hackers a tentar fraude eleitoral
Vinte e seis hackers e técnicos em informática vão desafiar a segurança das urnas eletrônicas, que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) garante serem à prova de qualquer tipo de violação. Eles aceitaram o convite da Corte e, durante quatro dias, quebrarão a cabeça em busca de falhas no sistema de votação e processamento de resultados.
Os testes serão realizados entre 10 e 13 de novembro, e os candidatos que se saírem melhor receberão prêmios de R$ 5 mil, R$ 3 mil e R$ 2 mil.
Ontem, o TSE confirmou que todas as inscrições foram aceitas. O anúncio empolgou concorrentes como Sérgio Freitas, de 35 anos, técnico de informática da Caixa Econômica Federal em Brasília. Ele promete fazer o possível para desmentir o vice-presidente do tribunal, Ricardo Lewandowski.
Marina: CPI não pode investigar só o MST
A senadora Marina Silva (PV-AC) afirmou ontem que não apoia a criação de uma CPI destinada apenas a apurar as invasões do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Segundo ela, há exageros tanto de semterra como de ruralistas, e investigar só um lado seria uma “tentativa de criminalização de um aspecto do problema agrário muito maior no Brasil”.
A senadora — que está em Washington em visita a políticos e institutos de pesquisa ligados à questão ambiental — afirmou que só aceita uma CPI que contemple o problema agrícola e fundiário brasileiro como um todo, investigando não só os abusos do MST, mas também “as ações dos ruralistas que exorbitam de suas atribuições”.
“Os atos falhos falam mais do que o discurso (de Dilma)”
Gilmar cobra ação contra violência no campo
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, voltou a cobrar ontem que o governo federal cumpra a lei e corte os subsídios para organizações que promovam invasões de terras e atos violentos. Embora tenha incluído o Judiciário e o Ministério Público também como responsáveis por diminuir a tensão no campo, a afirmação do presidente do STF provocou a pronta reação de integrantes e aliados do governo, que se articula para ocupar os principais cargos na “CPI do MST”, cuja criação foi aprovada pelo Congresso Nacional semana passada.
— Somos todos nós (os responsáveis), na verdade: Judiciário, Ministério Público e o próprio governo. A lei manda que o governo suste os subsídios para entidades que promovem invasões ou violências. Todo o aparato legal deve ser usado — disse Gilmar, após participar da abertura do I Congresso Nacional de Direito Agrário, promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da USP, em São Paulo.
Governo: ocupações diminuíram
No momento em que o Congresso aprovou a instalação de uma CPI para investigar o MST, dados da Ouvidoria Agrária mostram que o número de invasões no primeiro semestre deste ano — 104 ocupações — é o menor registrado nesse mesmo período nos sete anos do governo do presidente Lula. A Ouvidoria é vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário.
No mesmo período, em 2004 — ano do “abril vermelho” — ocorreram 230 invasões.
Foi o recorde de invasões de terras. Em 2007, a Ouvidoria contou 217 invasões nos primeiros seis meses do ano. Ano passado, foram 157 ocupações.
Bolsa Família: conta bancária para beneficiários
O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, anunciou ontem em cadeia nacional que os beneficiários do Bolsa Família poderão ter direito a conta bancária. A ideia é abrir contas simplificadas na Caixa Econômica Federal. Mas o próprio ministério esclarece que 1,95 milhão de beneficiários do programa já têm conta. A meta é aumentar esse número para quatro milhões este ano.
— Estamos iniciando a inclusão bancária dos beneficiários do Bolsa Família. Todos sabem o ganho que representa para uma pessoa poder entrar em um banco e ser tratada como cliente.
Aliados cobram caro por apoio a Dilma
A estratégia do PT de tentar formar uma aliança precoce com os partidos aliados em torno da candidatura à Presidência da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, enfrenta uma resistência ensaiada das legendas governistas. Os partidos do amplo arco de aliança que sustenta o governo Lula querem aproveitar a pressa do PT para cobrar um preço alto pelo apoio. E, seguindo o PMDB, exigem o recuo de candidaturas majoritárias de petistas, tanto aos governos estaduais, como ao Senado, em favor de seus candidatos.
Essa fatura já foi cobrada por alguns aliados e será apresentada também pelo PP num jantar com Dilma, marcado para amanhã.
O Estado de S.Paulo
Sarney decide fechar sua fundação após denúncia de desvio de verba
Investigada por suspeita de desvio de verbas públicas e obrigada pela Justiça a devolver o prédio centenário que abriga sua sede, no centro histórico de São Luís, a Fundação José Sarney fechará as portas. A decisão foi anunciada pelo próprio senador José Sarney (PMDB-AP), presidente vitalício da entidade.
Em nota, o presidente do Senado disse que a decisão final caberá ao conselho curador, formado por amigos e assessores. "Explicito, com profundo sofrimento, que essa é a minha opinião, em face da impossibilidade de seu funcionamento, por falta de meios, segundo fui informado pelos administradores da instituição", diz o texto, confirmando o fechamento, antecipado ontem pela Folha de S. Paulo.
Entidade ainda terá de se explicar, diz promotora
Representantes do Ministério Público afirmaram ontem que, fechada ou aberta, a Fundação José Sarney será obrigada a se explicar sobre as irregularidades em suas contas, dentre elas a suspeita de desvio de verba repassada pela Petrobrás.
Ao Estado, a promotora Sandra Mendes Elouf, titular da Promotoria Especializada em Fundações e Entidades de Interesse Social de São Luís, disse que a responsabilidade pelos desvios continuará a ser investigada. "Eu desconheço oficialmente essa decisão de fechar a fundação, mas, se ela realmente for extinta, os procedimentos continuarão a tramitar e as responsabilidades continuarão a ser investigadas", afirmou Sandra.
PP lança Russomanno a governador
O PP formalizou ontem o nome do deputado Celso Russomanno como pré-candidato único ao governo de São Paulo nas eleições 2010. A decisão foi unânime entre os 21 membros da Executiva Estadual do partido. Ele deve ser aclamado candidato em junho do ano que vem, durante convenção partidária do PP. De acordo com interlocutores, o pré-candidato disse que entrará firme na sucessão ao Palácio dos Bandeirantes.
A candidatura própria do PP no Estado não deve embaraçar a articulação de apoios no plano nacional. Amanhã, a legenda se reúne com a pré-candidata petista ao Palácio do Planalto, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. O partido deve ratificar o apoio apenas no ano que vem, quando a maior parte dos Estados tiver definido suas posições.
Dilma alfineta oposição e articula novas alianças
Na antevéspera de mais um jantar para fechar aliança de olho em 2010, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, voltou a se defender da acusação de que está antecipando sua campanha. Sem economizar alfinetadas na oposição, ela evitou bater de frente com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes. Mas rebateu a tese de que promove um "vale-tudo" eleitoral.
"Não estamos fazendo um vale-tudo. Fizemos projetos e estamos inaugurando, lançando ou fiscalizando", reagiu Dilma, após evento da Associação dos Dirigentes de Vendas e Empreendedores do Brasil (Adveb), em São Bernardo do Campo, berço político do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela não quis confrontar o presidente do STF. "Não me sinto acusada de jeito nenhum pelo ministro Gilmar Mendes."
Marina critica ''uso da máquina''
A senadora Marina Silva acusou ontem sua ex-colega de governo Dilma Rousseff de usar a máquina pública para fazer campanha e a criticou por alegar que é vítima de preconceito pelo fato de ser mulher. "Não tem nada a ver com ser homem ou mulher", disse Marina. "Há um incômodo legítimo da sociedade. Essa ida ao São Francisco em caravana caracterizou um ato de campanha. Os atos falhos falam por si", disse a senadora e pré-candidata à Presidência, que está em Washington para participar de eventos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva referiu-se a uma inauguração na região do São Francisco dizendo não esperar um "comício", em um ato falho. No domingo, a ministra da Casa Civil disse que a oposição tem preconceito pelo fato de ela ser mulher e, por isso, a acusa de uso da máquina pública para fazer campanha eleitoral.
Advogado-geral da União nega ''conteúdo eleitoral'' em viagens
O novo advogado-geral da União, Luís Inácio Lucena Adams, defendeu ontem a maratona de viagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para fiscalizar e inaugurar obras. Segundo ele, esses atos são administrativos e não eleitorais, como acusa a oposição.
"Não é possível colocar o presidente da República numa redoma. Ele tem uma exposição natural e tem uma ação administrativa efetiva", afirmou Adams. "O presidente da República é uma figura pública e uma figura que realiza um acompanhamento de obras, tem atuação muito ativa. Não vejo nenhum conteúdo eleitoral nesse processo", disse o advogado-geral, discordando do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que acusou Lula e Dilma de antecipar a campanha do próximo ano.
Mendes: fim de repasses a invasores
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, advertiu ontem para a responsabilidade do Judiciário, do Ministério Público e do governo sobre as ações agressivas de sem-terra no País. Ele sugeriu corte no repasse de verbas. "A lei manda que o governo suste os subsídios para entidades que promovem invasões e violências, todo esse aparato legal deveria ser aplicado", declarou o ministro, após a abertura do I Congresso Nacional de Direito Agrário, promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil, em São Paulo.
O ministro disse não acreditar que haja intenção de criminalizar movimentos sociais. "Não se trata de criminalizar o movimento agrário ou movimentos sociais, é questão de aplicar a lei de forma normal. Se houve prática de crime de qualquer um dos lados desse tipo de conflito, deve haver a resposta adequada do Estado de Direito. Atos criminosos devem ser tratados como crime."
PT insiste em ficar com relatoria de CPI
Na tentativa de blindar o Movimento dos Sem-Terra (MST), a bancada petista na Câmara insiste em ficar com a relatoria da CPI do MST, criada na semana passada para investigar eventuais ações irregulares da organização. Pelo acordo que começa a ser costurado entre os partidos da base governista, a presidência da comissão ficará nas mãos do PMDB do Senado. Os 36 deputados e senadores titulares que vão integrar a CPI deverão começar a ser indicados a partir de hoje.
"Não quero que transformem a CPI em palanque eleitoral", alertou o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). "Essa CPI não vai ter como fulcro a divisão entre governo e oposição, mas ver quem tem tendência para defender o MST e quem é contra o movimento", observou o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO).
Correio Braziliense
Sigilosos e cada vez mais altos
Os gastos sigilosos da Presidência da República com cartões corporativos cresceram, em 2009, 9% em relação a todo o ano passado. Até setembro, o Palácio do Planalto desembolsou R$ 5,3 milhões com esse tipo de pagamento, cerca de R$ 1,5 milhão a mais que em 2008. As despesas são inferiores a apenas outros dois anos. Os gastos, que correspondem basicamente à segurança do presidente, seu vice e familiares, não sofrem nenhum tipo de fiscalização dentro do governo. Apesar do aumento identificado na Presidência, a Controladoria-Geral da União (CGU) afirma que houve uma redução no uso do cartão corporativo.
Os dados sobre as despesas com o cartão corporativo começaram a ser conhecidos a partir de 2002. O uso do instrumento pela segurança presidencial ou órgãos de informações do governo, entretanto, é secreto — ou seja, não detalha onde e como foram realizados os gastos. Apesar de ser ligada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tem suas despesas contabilizadas fora do Palácio do Planalto. Este ano, a Abin gastou R$ 4,5 milhões em missões sigilosas, cujos valores correspondem a quase R$ 2 milhões a menos que no ano passado. Juntos, a Presidência e a agência consumiram R$ 9,8 milhões. O maior valor já destinado para a Abin foi em 2007, durante a realização dos Jogos Pan-Americanos, no Rio de Janeiro: R$ 11,5 milhões.
Petistas contra o TCU
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem se esforçado para mostrar a insatisfação com o Tribunal de Contas da União (TCU). Nas viagens que tem feito país afora para inaugurações ou lançamento de projetos, o petista não perde a chance de usar o microfone para alfinetar os processos de fiscalização da corte — que volta e meia pede a paralisação de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), um dos carros-chefe da campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010. A principal reclamação é de que as paralisações são motivadas mais por questões políticas do que por irregularidades. Mas a ideia do governo agora é ir além do discurso e reunir munição política para dar o troco no tribunal.
O primeiro passo dessa nova estratégia já foi dado, com a apresentação de um requerimento na Câmara dos Deputados que pede um pente-fino completo nos cargos e também nos gastos do TCU. O documento, assinado pelos petistas Cândido Vaccarezza (SP), líder do partido na Casa, e Devanir Ribeiro (SP), foi protocolado no início do mês na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) e aguarda votação pelos parlamentares. Os deputados justificam, no texto, que as prestações de contas encaminhadas regularmente pelo TCU “não são suficientes para uma análise mais criteriosa”.
Tribunal defende as viagens dos ministros
Os ministros e auditores do Tribunal de Contas da União (TCU) já gastaram R$ 132 mil este ano para custear hospedagens e alimentação em viagens pelo Brasil e também para o exterior. O recordista em despesas até agora é o vice-presidente e corregedor da corte, ministro Benjamin Zymler, cujas despesas com diárias já somam R$ 34 mil, de acordo com levantamento feito pelo Correio no Siga Brasil, sistema do Senado Federal que informa dados da execução orçamentária da União.
O presidente do tribunal, Ubiratan Aguiar, aparece em segundo lugar. Este ano, ele já utilizou R$ 28 mil dos cofres da instituição para custear viagens que incluem desde participações em conferência de contabilidade em São Paulo e em palestras no Ceará e no Acre até atuação como representante do tribunal em reuniões da Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores (Intosai) na Ucrânia e na Noruega.
Mendes prega fim de subsídio
Enquanto o Congresso inicia as atividades da semana em meio às articulações para definir os nomes que vão compor a CPI destinada a investigar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a conduta(1) dos integrantes da organização abre divergências entre Executivo e Judiciário. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse ontem que eventuais crimes praticados por movimentos sociais devem ser punidos com as leis existentes e que subsídios de entidades que promovem atos violentos devem ser cortados.
As declarações do presidente da Suprema Corte caminham na linha oposta do que sustentam os governistas. No domingo, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, criticou a criminalização dos movimentos sociais e disse que não se pode tratar casos e atos dessas entidades como sendo de polícia. Entre 2003 e 2008, o governo federal repassou, segundo cálculos de parlamentares, cerca de R$ 145 milhões a quase 30 entidades ligadas a trabalhadores rurais. Muitas delas conectadas direta ou indiretamente ao MST.
Royalties repartidos com todos
Líder da bancada do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN) incluiu novas regras de distribuição de royalties no relatório que trata do modelo de partilha na exploração das reservas de petróleo do pré-sal. Em texto a ser apresentado hoje, o deputado reduziu os percentuais a que União, estados e municípios produtores têm direito e remanejou os recursos a fim de beneficiar todas as cidades e unidades da federação. A decisão contraria acordo firmado pelo próprio deputado, em setembro, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Na época, o petista e o tucano concordaram com a ideia de deixar para o futuro presidente do país o desgaste político de discutir eventual redistribuição dos royalties.
O relatório também provocou reação nos bastidores, na semana passada, dos governadores do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e do Espírito Santo, Paulo Hartung. Colegas de partido de Alves, ambos não queriam abrir mão de fatias das verbas recebidas atualmente. Nas conversas com peemedebistas e interlocutores de Lula, o deputado lembrou que, mesmo com a nova definição dos percentuais, haverá ganhos financeiros generalizados. Motivo: a grande quantidade de petróleo a ser explorada. “A União e os estados produtores não terão perdas porque o volume a ser extraído compensará, com folga, a mudança proposta. Meu relatório fará um bem para o Brasil”, disse Alves.
Hackers “do bem”
Especialistas em informática cadastrados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vão tentar burlar o sistema de urnas eletrônicas adotado nas eleições nacionais. Ao todo, 26 inscrições foram feitas — e aceitas — para integrar o desafio proposto pela instituição, cujo objetivo é garantir mais segurança e credibilidade ao procedimento eleitoral. Reunidas em 10 grupos, as equipes farão testes entre os dias 10 e 13 de novembro. Haverá premiações para aqueles que chegarem mais próximo do objetivo sugerido inicialmente. A equipe que vencer a disputa ganhará R$ 5 mil. O segundo e terceiro colocados também serão premiados, com R$ 3 mil e R$ 2 mil.
Os hackers tentarão quebrar o sigilo do voto ou alterar os votos digitados. Para isso, estipularam por conta própria o prazo necessário para realizar a tarefa, que varia de uma hora a até quatro dias de trabalho. Há cerca de um mês, o tribunal promoveu audiência pública de convocação para a aplicação dos testes de segurança. O edital foi sugerido pelo ministro Ricardo Lewandowski, após PT e PDT terem apontado a necessidade de testar a segurança dos aparelhos. Os interessados pelo desafio são de áreas como ciência da computação e engenharia eletrônica. O voto eletrônico de todos os eleitores do país foi possível, pela primeira vez, nas eleições municipais de 2000.
Olho grande nos nanicos
Os próximos alvos do PT e da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, são os partidos nanicos. No jogo para formar em torno da pré-candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a maior aliança “já vista na história deste país”, como gostam de propagar os petistas, vale qualquer apoio para aumentar o tempo de televisão durante a campanha.
O presidente do PT, Ricardo Berzoini, vai procurar PSC, PTC, PMN e outras legendas de pouca expressão para debater o pleito do ano que vem. A decisão de correr atrás dos nanicos deve-se ao medo de que eles se percam, fiquem isolados ou, pior, aliem-se ao PSDB, que tem como pré-candidatos os governadores José Serra (São Paulo) e Aécio Neves (Minas Gerais). PSC, PTC e PMN somarão juntos cerca de 25 segundos durante a propaganda política gratuita. Pode parecer pouco, mas o tempo vale muito para publicitários especializados em “vender” os candidatos. E, no caso do PT, a busca por tempo é vista como uma necessidade, já que a legenda tentará emplacar no Planalto uma candidata que ainda não foi testada pelas urnas.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Folha de S.Paulo
Comissão do Senado quer demissão de Zoghbi, acusado de usar laranja
A comissão de sindicância do Senado que investigou denúncia contra o ex-diretor da Casa João Carlos Zoghbi (Recursos Humanos) pediu a demissão dele a bem do serviço público.
O relatório, segundo a Folha apurou, foi entregue na sexta ao primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEM-PI). A decisão de demitir Zoghbi caberá ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). O processo foi conduzido por comissão formada por três servidores.
Em maio, Zoghbi foi acusado de usar o cargo para beneficiar a empresa do filho que operava com empréstimo consignado do Senado. Diretor por oito anos, ele controlava a folha de pagamento de R$ 2,1 bilhões.
Governo já tem votos para pôr Venezuela no Mercosul
O governo já tem os votos necessários na Comissão de Relações Exteriores do Senado para aprovar o ingresso da Venezuela no Mercosul. Dos 19 senadores que compõem o colegiado, 11 são favoráveis à adesão, todos pertencentes a partidos que apoiam o governo Lula.
A questão se transformou em um embate político que vem sendo travado na comissão entre governistas e oposição e com desfecho marcado para depois de amanhã.
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) apresentou relatório contrário à participação da Venezuela no bloco, texto que deve ser rejeitado por 11 a 7. Na sequência, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), trará um substitutivo favorável, este sim com votos para ser aprovado.
Decisão deve demorar mais alguns anos
A acalorada discussão no Congresso brasileiro em torno da aprovação ou não da entrada da Venezuela no Mercosul esbarra no bizantinismo, pois ignora um dado prático no qual o Brasil não tem como influir: a paralisia total no trâmite da questão no Paraguai, indispensável para a ratificação do ingresso, que deve ser unânime.
O acordo para a adesão foi assinado em julho de 2006. Já em novembro daquele ano, foi ratificado pelo Congresso uruguaio. No mês seguinte, a Argentina fez o mesmo. Desde então, Caracas aguarda o aval de Brasília e de Assunção.
DEM veta aparição de Serra em horário do partido na TV
A aparição do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), no programa partidário foi ontem nova causa de desavença na cúpula do DEM. Com a promessa de dois minutos para divulgação de seu trabalho, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, incluiu, na gravação, imagens ao lado de Serra.
O presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia (RJ), no entanto, resiste à participação de tucanos, sob o argumento de que o programa -que irá ao ar nesta quinta- destina-se à promoção dos democratas.
São Paulo: Celso Russomano é pré-candidato do PP
O PP lançou ontem a pré-candidatura do deputado federal Celso Russomanno (SP) ao governo de São Paulo. "Foi uma decisão de um partido unido", disse.
Também deputado, o pepista Paulo Maluf tentará a reeleição em 2010. Russomanno, porém, não descartou abrir mão da candidatura por uma composição com outros partidos. "Mas defendo candidatura própria", disse.
Pré-candidata: Dilma rebate crítica de Mendes de que faz vale-tudo eleitoral
A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) rebateu ontem crítica do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, de que está fazendo um vale-tudo eleitoral. Segundo ela, o atual governo tem feito mais obras de infraestrutura que o anterior e isto incomoda "a todos aqueles que não têm por hábito fazer investimento neste país, ter política social".
Mendes cobra ação do Estado contra invasões
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) ministro Gilmar Mendes cobrou ontem a aplicação um "aparato legal" já existente no país contra entidades que promovem invasões ou violência no campo. Para Mendes, a atuação irregular de movimentos sociais pode ser combatida com o emprego das leis criminais, a sustação de repasses governamentais e o controle sobre autoridades omissas no cumprimento das normas nos confiltos fundiários.
O presidente do STF afirmou que o Brasil já tem uma legislação "suficiente" sobre as questões agrárias, nas áreas civil, penal e administrativa. "É preciso que ela seja devidamente aplicada", disse Mendes após participar de um congresso em São Paulo sobre direito agrário.
Índios vão gerir posto de pedágio em MT
O governo de Mato Grosso irá construir postos de pedágio para que índios da etnia pareci cobrem pela passagem de carros, caminhões e motos em um trecho de 52 km da rodovia estadual MT-235, que liga os municípios de Sapezal e Campo Novo do Parecis (450 km de Cuiabá). Os próprios índios vão fazer a cobrança.
A medida faz parte de acordo firmado com Funai e Ibama para permitir o asfaltamento da chamada "Rodovia do Índio", que atravessa a área da etnia e foi inaugurada sábado pelo governador Blairo Maggi (PR).
O Globo
Quase 280 presos de uma vez
Na maior operação já realizada no Paraná contra o tráfico de drogas, foram presas ontem no estado 279 pessoas e apreendidos mais de 1.200 quilos de maconha, 3,5 quilos de cocaína, 3,7 quilos de crack, 52 armas, além de veículos e aparelhos de telefone celular.
Coordenada pela Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc), a operação “Paraná contra as drogas” contou com a participação de todas as divisões policiais de Curitiba e de várias subdivisões do interior paranaense.
Luís Inácio defende Lula e Dilma e diz que viagens não são campanha
O novo advogadogeral da União, Luís Inácio Adams, disse ontem que as visitas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) não podem ser consideradas antecipação de campanha. Para ele, não se pode governar numa redoma.
O advogado, que tomou posse sexta-feira, defenderá o governo na ação ajuizada pela oposição no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a caravana na região do Rio São Francisco.
TSE desafia 26 hackers a tentar fraude eleitoral
Vinte e seis hackers e técnicos em informática vão desafiar a segurança das urnas eletrônicas, que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) garante serem à prova de qualquer tipo de violação. Eles aceitaram o convite da Corte e, durante quatro dias, quebrarão a cabeça em busca de falhas no sistema de votação e processamento de resultados.
Os testes serão realizados entre 10 e 13 de novembro, e os candidatos que se saírem melhor receberão prêmios de R$ 5 mil, R$ 3 mil e R$ 2 mil.
Ontem, o TSE confirmou que todas as inscrições foram aceitas. O anúncio empolgou concorrentes como Sérgio Freitas, de 35 anos, técnico de informática da Caixa Econômica Federal em Brasília. Ele promete fazer o possível para desmentir o vice-presidente do tribunal, Ricardo Lewandowski.
Marina: CPI não pode investigar só o MST
A senadora Marina Silva (PV-AC) afirmou ontem que não apoia a criação de uma CPI destinada apenas a apurar as invasões do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Segundo ela, há exageros tanto de semterra como de ruralistas, e investigar só um lado seria uma “tentativa de criminalização de um aspecto do problema agrário muito maior no Brasil”.
A senadora — que está em Washington em visita a políticos e institutos de pesquisa ligados à questão ambiental — afirmou que só aceita uma CPI que contemple o problema agrícola e fundiário brasileiro como um todo, investigando não só os abusos do MST, mas também “as ações dos ruralistas que exorbitam de suas atribuições”.
“Os atos falhos falam mais do que o discurso (de Dilma)”
Gilmar cobra ação contra violência no campo
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, voltou a cobrar ontem que o governo federal cumpra a lei e corte os subsídios para organizações que promovam invasões de terras e atos violentos. Embora tenha incluído o Judiciário e o Ministério Público também como responsáveis por diminuir a tensão no campo, a afirmação do presidente do STF provocou a pronta reação de integrantes e aliados do governo, que se articula para ocupar os principais cargos na “CPI do MST”, cuja criação foi aprovada pelo Congresso Nacional semana passada.
— Somos todos nós (os responsáveis), na verdade: Judiciário, Ministério Público e o próprio governo. A lei manda que o governo suste os subsídios para entidades que promovem invasões ou violências. Todo o aparato legal deve ser usado — disse Gilmar, após participar da abertura do I Congresso Nacional de Direito Agrário, promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da USP, em São Paulo.
Governo: ocupações diminuíram
No momento em que o Congresso aprovou a instalação de uma CPI para investigar o MST, dados da Ouvidoria Agrária mostram que o número de invasões no primeiro semestre deste ano — 104 ocupações — é o menor registrado nesse mesmo período nos sete anos do governo do presidente Lula. A Ouvidoria é vinculada ao Ministério do Desenvolvimento Agrário.
No mesmo período, em 2004 — ano do “abril vermelho” — ocorreram 230 invasões.
Foi o recorde de invasões de terras. Em 2007, a Ouvidoria contou 217 invasões nos primeiros seis meses do ano. Ano passado, foram 157 ocupações.
Bolsa Família: conta bancária para beneficiários
O ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias, anunciou ontem em cadeia nacional que os beneficiários do Bolsa Família poderão ter direito a conta bancária. A ideia é abrir contas simplificadas na Caixa Econômica Federal. Mas o próprio ministério esclarece que 1,95 milhão de beneficiários do programa já têm conta. A meta é aumentar esse número para quatro milhões este ano.
— Estamos iniciando a inclusão bancária dos beneficiários do Bolsa Família. Todos sabem o ganho que representa para uma pessoa poder entrar em um banco e ser tratada como cliente.
Aliados cobram caro por apoio a Dilma
A estratégia do PT de tentar formar uma aliança precoce com os partidos aliados em torno da candidatura à Presidência da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, enfrenta uma resistência ensaiada das legendas governistas. Os partidos do amplo arco de aliança que sustenta o governo Lula querem aproveitar a pressa do PT para cobrar um preço alto pelo apoio. E, seguindo o PMDB, exigem o recuo de candidaturas majoritárias de petistas, tanto aos governos estaduais, como ao Senado, em favor de seus candidatos.
Essa fatura já foi cobrada por alguns aliados e será apresentada também pelo PP num jantar com Dilma, marcado para amanhã.
O Estado de S.Paulo
Sarney decide fechar sua fundação após denúncia de desvio de verba
Investigada por suspeita de desvio de verbas públicas e obrigada pela Justiça a devolver o prédio centenário que abriga sua sede, no centro histórico de São Luís, a Fundação José Sarney fechará as portas. A decisão foi anunciada pelo próprio senador José Sarney (PMDB-AP), presidente vitalício da entidade.
Em nota, o presidente do Senado disse que a decisão final caberá ao conselho curador, formado por amigos e assessores. "Explicito, com profundo sofrimento, que essa é a minha opinião, em face da impossibilidade de seu funcionamento, por falta de meios, segundo fui informado pelos administradores da instituição", diz o texto, confirmando o fechamento, antecipado ontem pela Folha de S. Paulo.
Entidade ainda terá de se explicar, diz promotora
Representantes do Ministério Público afirmaram ontem que, fechada ou aberta, a Fundação José Sarney será obrigada a se explicar sobre as irregularidades em suas contas, dentre elas a suspeita de desvio de verba repassada pela Petrobrás.
Ao Estado, a promotora Sandra Mendes Elouf, titular da Promotoria Especializada em Fundações e Entidades de Interesse Social de São Luís, disse que a responsabilidade pelos desvios continuará a ser investigada. "Eu desconheço oficialmente essa decisão de fechar a fundação, mas, se ela realmente for extinta, os procedimentos continuarão a tramitar e as responsabilidades continuarão a ser investigadas", afirmou Sandra.
PP lança Russomanno a governador
O PP formalizou ontem o nome do deputado Celso Russomanno como pré-candidato único ao governo de São Paulo nas eleições 2010. A decisão foi unânime entre os 21 membros da Executiva Estadual do partido. Ele deve ser aclamado candidato em junho do ano que vem, durante convenção partidária do PP. De acordo com interlocutores, o pré-candidato disse que entrará firme na sucessão ao Palácio dos Bandeirantes.
A candidatura própria do PP no Estado não deve embaraçar a articulação de apoios no plano nacional. Amanhã, a legenda se reúne com a pré-candidata petista ao Palácio do Planalto, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff. O partido deve ratificar o apoio apenas no ano que vem, quando a maior parte dos Estados tiver definido suas posições.
Dilma alfineta oposição e articula novas alianças
Na antevéspera de mais um jantar para fechar aliança de olho em 2010, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, voltou a se defender da acusação de que está antecipando sua campanha. Sem economizar alfinetadas na oposição, ela evitou bater de frente com o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes. Mas rebateu a tese de que promove um "vale-tudo" eleitoral.
"Não estamos fazendo um vale-tudo. Fizemos projetos e estamos inaugurando, lançando ou fiscalizando", reagiu Dilma, após evento da Associação dos Dirigentes de Vendas e Empreendedores do Brasil (Adveb), em São Bernardo do Campo, berço político do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela não quis confrontar o presidente do STF. "Não me sinto acusada de jeito nenhum pelo ministro Gilmar Mendes."
Marina critica ''uso da máquina''
A senadora Marina Silva acusou ontem sua ex-colega de governo Dilma Rousseff de usar a máquina pública para fazer campanha e a criticou por alegar que é vítima de preconceito pelo fato de ser mulher. "Não tem nada a ver com ser homem ou mulher", disse Marina. "Há um incômodo legítimo da sociedade. Essa ida ao São Francisco em caravana caracterizou um ato de campanha. Os atos falhos falam por si", disse a senadora e pré-candidata à Presidência, que está em Washington para participar de eventos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva referiu-se a uma inauguração na região do São Francisco dizendo não esperar um "comício", em um ato falho. No domingo, a ministra da Casa Civil disse que a oposição tem preconceito pelo fato de ela ser mulher e, por isso, a acusa de uso da máquina pública para fazer campanha eleitoral.
Advogado-geral da União nega ''conteúdo eleitoral'' em viagens
O novo advogado-geral da União, Luís Inácio Lucena Adams, defendeu ontem a maratona de viagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para fiscalizar e inaugurar obras. Segundo ele, esses atos são administrativos e não eleitorais, como acusa a oposição.
"Não é possível colocar o presidente da República numa redoma. Ele tem uma exposição natural e tem uma ação administrativa efetiva", afirmou Adams. "O presidente da República é uma figura pública e uma figura que realiza um acompanhamento de obras, tem atuação muito ativa. Não vejo nenhum conteúdo eleitoral nesse processo", disse o advogado-geral, discordando do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que acusou Lula e Dilma de antecipar a campanha do próximo ano.
Mendes: fim de repasses a invasores
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, advertiu ontem para a responsabilidade do Judiciário, do Ministério Público e do governo sobre as ações agressivas de sem-terra no País. Ele sugeriu corte no repasse de verbas. "A lei manda que o governo suste os subsídios para entidades que promovem invasões e violências, todo esse aparato legal deveria ser aplicado", declarou o ministro, após a abertura do I Congresso Nacional de Direito Agrário, promovido pela Ordem dos Advogados do Brasil, em São Paulo.
O ministro disse não acreditar que haja intenção de criminalizar movimentos sociais. "Não se trata de criminalizar o movimento agrário ou movimentos sociais, é questão de aplicar a lei de forma normal. Se houve prática de crime de qualquer um dos lados desse tipo de conflito, deve haver a resposta adequada do Estado de Direito. Atos criminosos devem ser tratados como crime."
PT insiste em ficar com relatoria de CPI
Na tentativa de blindar o Movimento dos Sem-Terra (MST), a bancada petista na Câmara insiste em ficar com a relatoria da CPI do MST, criada na semana passada para investigar eventuais ações irregulares da organização. Pelo acordo que começa a ser costurado entre os partidos da base governista, a presidência da comissão ficará nas mãos do PMDB do Senado. Os 36 deputados e senadores titulares que vão integrar a CPI deverão começar a ser indicados a partir de hoje.
"Não quero que transformem a CPI em palanque eleitoral", alertou o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN). "Essa CPI não vai ter como fulcro a divisão entre governo e oposição, mas ver quem tem tendência para defender o MST e quem é contra o movimento", observou o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO).
Correio Braziliense
Sigilosos e cada vez mais altos
Os gastos sigilosos da Presidência da República com cartões corporativos cresceram, em 2009, 9% em relação a todo o ano passado. Até setembro, o Palácio do Planalto desembolsou R$ 5,3 milhões com esse tipo de pagamento, cerca de R$ 1,5 milhão a mais que em 2008. As despesas são inferiores a apenas outros dois anos. Os gastos, que correspondem basicamente à segurança do presidente, seu vice e familiares, não sofrem nenhum tipo de fiscalização dentro do governo. Apesar do aumento identificado na Presidência, a Controladoria-Geral da União (CGU) afirma que houve uma redução no uso do cartão corporativo.
Os dados sobre as despesas com o cartão corporativo começaram a ser conhecidos a partir de 2002. O uso do instrumento pela segurança presidencial ou órgãos de informações do governo, entretanto, é secreto — ou seja, não detalha onde e como foram realizados os gastos. Apesar de ser ligada ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) tem suas despesas contabilizadas fora do Palácio do Planalto. Este ano, a Abin gastou R$ 4,5 milhões em missões sigilosas, cujos valores correspondem a quase R$ 2 milhões a menos que no ano passado. Juntos, a Presidência e a agência consumiram R$ 9,8 milhões. O maior valor já destinado para a Abin foi em 2007, durante a realização dos Jogos Pan-Americanos, no Rio de Janeiro: R$ 11,5 milhões.
Petistas contra o TCU
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem se esforçado para mostrar a insatisfação com o Tribunal de Contas da União (TCU). Nas viagens que tem feito país afora para inaugurações ou lançamento de projetos, o petista não perde a chance de usar o microfone para alfinetar os processos de fiscalização da corte — que volta e meia pede a paralisação de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), um dos carros-chefe da campanha presidencial de Dilma Rousseff em 2010. A principal reclamação é de que as paralisações são motivadas mais por questões políticas do que por irregularidades. Mas a ideia do governo agora é ir além do discurso e reunir munição política para dar o troco no tribunal.
O primeiro passo dessa nova estratégia já foi dado, com a apresentação de um requerimento na Câmara dos Deputados que pede um pente-fino completo nos cargos e também nos gastos do TCU. O documento, assinado pelos petistas Cândido Vaccarezza (SP), líder do partido na Casa, e Devanir Ribeiro (SP), foi protocolado no início do mês na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) e aguarda votação pelos parlamentares. Os deputados justificam, no texto, que as prestações de contas encaminhadas regularmente pelo TCU “não são suficientes para uma análise mais criteriosa”.
Tribunal defende as viagens dos ministros
Os ministros e auditores do Tribunal de Contas da União (TCU) já gastaram R$ 132 mil este ano para custear hospedagens e alimentação em viagens pelo Brasil e também para o exterior. O recordista em despesas até agora é o vice-presidente e corregedor da corte, ministro Benjamin Zymler, cujas despesas com diárias já somam R$ 34 mil, de acordo com levantamento feito pelo Correio no Siga Brasil, sistema do Senado Federal que informa dados da execução orçamentária da União.
O presidente do tribunal, Ubiratan Aguiar, aparece em segundo lugar. Este ano, ele já utilizou R$ 28 mil dos cofres da instituição para custear viagens que incluem desde participações em conferência de contabilidade em São Paulo e em palestras no Ceará e no Acre até atuação como representante do tribunal em reuniões da Organização Internacional de Entidades Fiscalizadoras Superiores (Intosai) na Ucrânia e na Noruega.
Mendes prega fim de subsídio
Enquanto o Congresso inicia as atividades da semana em meio às articulações para definir os nomes que vão compor a CPI destinada a investigar o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a conduta(1) dos integrantes da organização abre divergências entre Executivo e Judiciário. O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse ontem que eventuais crimes praticados por movimentos sociais devem ser punidos com as leis existentes e que subsídios de entidades que promovem atos violentos devem ser cortados.
As declarações do presidente da Suprema Corte caminham na linha oposta do que sustentam os governistas. No domingo, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, criticou a criminalização dos movimentos sociais e disse que não se pode tratar casos e atos dessas entidades como sendo de polícia. Entre 2003 e 2008, o governo federal repassou, segundo cálculos de parlamentares, cerca de R$ 145 milhões a quase 30 entidades ligadas a trabalhadores rurais. Muitas delas conectadas direta ou indiretamente ao MST.
Royalties repartidos com todos
Líder da bancada do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN) incluiu novas regras de distribuição de royalties no relatório que trata do modelo de partilha na exploração das reservas de petróleo do pré-sal. Em texto a ser apresentado hoje, o deputado reduziu os percentuais a que União, estados e municípios produtores têm direito e remanejou os recursos a fim de beneficiar todas as cidades e unidades da federação. A decisão contraria acordo firmado pelo próprio deputado, em setembro, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador de São Paulo, José Serra (PSDB). Na época, o petista e o tucano concordaram com a ideia de deixar para o futuro presidente do país o desgaste político de discutir eventual redistribuição dos royalties.
O relatório também provocou reação nos bastidores, na semana passada, dos governadores do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e do Espírito Santo, Paulo Hartung. Colegas de partido de Alves, ambos não queriam abrir mão de fatias das verbas recebidas atualmente. Nas conversas com peemedebistas e interlocutores de Lula, o deputado lembrou que, mesmo com a nova definição dos percentuais, haverá ganhos financeiros generalizados. Motivo: a grande quantidade de petróleo a ser explorada. “A União e os estados produtores não terão perdas porque o volume a ser extraído compensará, com folga, a mudança proposta. Meu relatório fará um bem para o Brasil”, disse Alves.
Hackers “do bem”
Especialistas em informática cadastrados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vão tentar burlar o sistema de urnas eletrônicas adotado nas eleições nacionais. Ao todo, 26 inscrições foram feitas — e aceitas — para integrar o desafio proposto pela instituição, cujo objetivo é garantir mais segurança e credibilidade ao procedimento eleitoral. Reunidas em 10 grupos, as equipes farão testes entre os dias 10 e 13 de novembro. Haverá premiações para aqueles que chegarem mais próximo do objetivo sugerido inicialmente. A equipe que vencer a disputa ganhará R$ 5 mil. O segundo e terceiro colocados também serão premiados, com R$ 3 mil e R$ 2 mil.
Os hackers tentarão quebrar o sigilo do voto ou alterar os votos digitados. Para isso, estipularam por conta própria o prazo necessário para realizar a tarefa, que varia de uma hora a até quatro dias de trabalho. Há cerca de um mês, o tribunal promoveu audiência pública de convocação para a aplicação dos testes de segurança. O edital foi sugerido pelo ministro Ricardo Lewandowski, após PT e PDT terem apontado a necessidade de testar a segurança dos aparelhos. Os interessados pelo desafio são de áreas como ciência da computação e engenharia eletrônica. O voto eletrônico de todos os eleitores do país foi possível, pela primeira vez, nas eleições municipais de 2000.
Olho grande nos nanicos
Os próximos alvos do PT e da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, são os partidos nanicos. No jogo para formar em torno da pré-candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a maior aliança “já vista na história deste país”, como gostam de propagar os petistas, vale qualquer apoio para aumentar o tempo de televisão durante a campanha.
O presidente do PT, Ricardo Berzoini, vai procurar PSC, PTC, PMN e outras legendas de pouca expressão para debater o pleito do ano que vem. A decisão de correr atrás dos nanicos deve-se ao medo de que eles se percam, fiquem isolados ou, pior, aliem-se ao PSDB, que tem como pré-candidatos os governadores José Serra (São Paulo) e Aécio Neves (Minas Gerais). PSC, PTC e PMN somarão juntos cerca de 25 segundos durante a propaganda política gratuita. Pode parecer pouco, mas o tempo vale muito para publicitários especializados em “vender” os candidatos. E, no caso do PT, a busca por tempo é vista como uma necessidade, já que a legenda tentará emplacar no Planalto uma candidata que ainda não foi testada pelas urnas.