Conversa com Bial | Entrevista | Globo | Qua 14-07-2021 | Fernanda Guerra e Rico de Souza | Tiosamnews

Fernanda Guerra e Rico de Souza

Conversa com BIal

Entrevista - Rede Globo 
quinta-feira, 15 de julho de 2021 - 01:00

Aos 72 anos, primeira surfista brasileira conta que tem planos de voltar ao mar: 'Não sei se é só um sonho, mas eu pretendo'

Primórdios do surfe no país são o assunto do programa de quarta-feira, 14/7


Fernanda Guerra e Rico de Souza pegavam onda em Ipanema nos anos 1960, quando as pranchas ainda eram de madeira e poucos se aventuravam no mar carioca. Os dois pioneiros e protagonistas do surfe tupiniquim contam o início da história do esporte no Brasil no programa de quarta-feira, 14/7.

Moradora da orla no início dos anos 1960, Fernanda via a pedra do Arpoador de sua janela em uma época em que poucas pessoas se aventuravam em pranchas. Ela se tornou tricampeã brasileira, inclusive no primeiro campeonato, entrando na história como a primeira surfista do Brasil. Na época, ainda não se conhecia Margot Rittscher, americana que surfava em outra cidade que estava na vanguarda da prática no país, Santos (SP).
No programa, Fernanda, que está há mais de 10 anos sem praticar por conta que problemas de saúde, conta que tem planos de voltar a surfar. "Estou voltando a minha forma física, fazendo ginástica todos os dias. Não sei se é só um sonho, mas eu pretendo."

"Vai ser um enorme prazer te chamar pra pegar onda", incentiva Rico.

No 'Conversa', Rico de Souza relembra marginalização do surfe na ditadura militar: 'Camburão pegou e fomos todos presos'

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O Conversa com Bial de quarta-feira, 14/7, recebeu duas testemunhas e protagonistas da história do surfe brasileiro, Fernanda Guerra e e Rico de Souza. No programa, eles fizeram suas apostas sobre os Jogos Olímpicos e contaram como era pegar onda em uma época em que o esporte era marginalizado.

Rico acaba de lançar sua autobiografia, "O Embaixador do Surf", onde conta histórias como a de sua primeira prancha, comprada com a venda de tampas e garrafas de alumínio. Com ela, surfava nas águas poluídas do Leblon em um pico conhecido como Shit Point.
Na época da ditadura militar, o surfe era proibido e os surfistas, mal vistos. Rico chegou até a ser preso em certa ocasião só porque queria treinar para um campeonato no Havaí.

"Me dirigi ao policial e pedi, 'não tem nenhum banhista na água, vou disputar o mundial, deixa eu surfar?', ele disse que não e que se eu insistisse chamaria o Choque. Eu disse 'então chama dois porque estou indo pra água'".
Com a orla repleta de policiais militares, Rico, exímio remador, aproveitou-se do mar grande e avisou aos amigos que o encontrassem na área do Hotel Sheraton, colado ao Morro do Vidigal, em São Conrado. "Consegui subir no balanço do mar", relembra. Entretanto, o desfecho não foi positivo: "Quando sai na rua, o camburão pegou e nós fomos todos presos".