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Entenda o que é a Patrulha Maria da Penha e como ela pode salvar vidas
Violência doméstica é o tema que abre a semana do 'Conversa com Bial'
Entenda o que é a Patrulha Maria da Penha e como ela pode salvar vidas
Reprodução/TV Globo
Durante a pandemia, a cada minuto, oito mulheres apanharam no Brasil, e três foram vítimas de feminicídio por dia. No Conversa com Bial de segunda-feira, 16/8, discutem-se soluções para o problema da violência doméstica com Ana Paula Araújo, autora do livro "Abuso: A cultura do estupro no Brasil", jornalista e apresentadora da TV Globo, e a tenente-coronel Cláudia Moraes, coordenadora da Patrulha Maria da Penha no Rio de Janeiro.
No último ano, quase metade das mulheres com mais de 16 anos agredidas no país viveu este inferno dentro de casa. No começo do isolamento social, entretanto, o número de denúncias caiu: por estarem em confinamento com os agressores, muitas vítimas não tinham como denunciar.
Ana Paula Araújo conversa com Pedro Bial — Foto: Reprodução/TV Globo
Cláudia Moraes conta que em média 25 mil mulheres pediram medidas protetivas no último ano apenas no estado do Rio de Janeiro, o que ela define como "uma epidemia paralela". As entrevistadas explicam como funciona a Patrulha Maria da Penha, que atende e monitora mulheres em situação de violência com profissionais capacitados e investimento institucional. "Ao dizer que a gente não tem vítimas de homicídio nesse universo tratado, seguramente podemos dizer que salvamos vidas", celebra. O nome é em homenagem à Maria da Penha e a lei que completa 15 anos de existência.
"O primeiro contato que a patrulha faz é orientar, dizer as medidas que serão tomadas, como o serviço vai funcionar, e temos muitos casos de mulheres que recusam. A gente sempre conversa com elas de que aquilo é importante, às vezes as mulheres não acreditam que aquele homem vai lhes tirar a vida."
Ana Paula cita os fatores que dificultam a saída da situação de violência, como preocupação com os filhos, dependência financeira e emocional, medo de se expor, "mil razões que a gente de fora fica com dificuldade de entender. Por isso a patrulha faz um trabalho tão importante, de dar assistência".
"Quando a mulher faz isso é quando ela mais corre risco, cansamos de ver no noticiário mulheres assassinadas porque o companheiro não aceitou o fim do relacionamento."
A conversa é nesta segunda-feira, depois do Jornal da Globo.