Delegada assistente e promotor também participaram do encontro.
Grupo deixou prédio onde Isabella morreu por volta das 18h40.
O delegado Calixto Calil Filho, responsável pelas investigações do caso Isabella, a delegada assistente Renata Pontes e o promotor Francisco Cembranelli deixaram o Edifício London, onde a menina morreu, na Zona Norte de São Paulo, no início da noite deste domingo (27). Antes, se reuniram com a equipe de peritos que participaram da reconstituição por cerca de uma hora e 30 minutos.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o grupo saiu junto, em quatro veículos da polícia. Eles não quiseram falar com os jornalistas. Na segunda-feira (28), a polícia deve concluir um relatório sobre o caso e na terça (29) o inquérito será entregue ao Ministério Público.
A reconstituição da morte Isabella Nardoni neste domingo durou cerca de sete horas e 30 minutos. O procedimento, inicialmente marcado para 9h, começou com 40 minutos de atraso, e terminou às 17h15. Durante toda simulação, testemunhas colaboraram com a polícia, dando relatos sobre o dia do crime.
A menina morreu aos 5 anos, após ser espancada, asfixiada e jogada da janela do 6º andar do prédio, onde moravam o pai e a madrasta, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá - considerados suspeitos do crime pela polícia. Por divergir da versão da polícia para o crime, o casal não participou.
Equipe
O trabalho da perícia começou às 9h40, com quatro peritos, dois médicos legistas, dois desenhistas e dois fotógrafos.
Além deles, estiveram no local os delegados titular e auxiliar do 9º Distrito Policial (do Carandiru), Calixto Calil Filho e Renata Pontes, o promotor do Ministério Público Francisco Cembranelli e da delegada seccional da Zona Norte de São Paulo, Elizabete Sato.
1ª fase
Da janela, vizinhos do edifício acompanharam a movimentação policial. Os trabalhos começaram na garagem do edifício, com a simulação da chegada do casal de carro, acompanhado de Isabella e dos dois filhos. O veículo do casal foi utilizado. Toda a primeira parte da reconstituição foi baseada no que disseram Alexandre e Anna Carolina em interrogatório.
2ª fase
Por volta das 10h40, policiais e testemunhas saíram da garagem e entraram no apartamento. Peritos abriram pela primeira vez a janela do quarto dos irmãos de Isabella, de onde a menina foi jogada. No mesmo momento, no andar térreo, um fotógrafo fez imagens do jardim onde a menina caiu.
Após o fim do trajeto entre o carro e o apartamento, por volta das 11h, uma policial surgiu na janela segurando uma boneca.
Perto das 11h30, peritos retiraram a tela de proteção do quarto de Isabella e a colocaram na janela do quarto do irmãos de Isabella, de onde ela foi atirada. A transferência da tela ocorreu para que fosse reproduzido o momento em que a menina foi atirada.
Às 12h50, um dos peritos cortou a tela, já colocada no quarto dos irmãos da menina. A simulação da queda da menina começou pouco depois, às 13h. Policiais se aproximaram da janela carregando no colo uma boneca especial - com peso e tamanho similares aos de Isabella.
Este foi o momento mais dramático da reconstituição. Os peritos fizeram a boneca sair pelo buraco da tela, colocando primeiro os pés para o lado de fora. O manequim foi segurado pelos braços. Primeiro, só o braço esquerdo da boneca foi solto. Depois, o direito. Isso porque a menina apresentava fraturas no braço esquerdo, provavelmente provocada pelo momento em que teria ficado pendurada.
Logo depois, o braço direito da boneca foi solto, mas ficou pendurado por cordas, a cerca de dois metros da janela. A imagem chocou quem assistia à reconstituição. A cena foi repetida às 13h10. Nas duas ocasiões, ela foi fotografada da varanda e filmada a partir da rua.
Após reconstituir o momento em que a Isabella foi jogada, os peritos marcaram o local em que ficaram o braço esquerdo e o direito da boneca no momento em que ela estava pendurada.
3ª fase
Por volta das 14h30, começou, no andar térreo do edifício, a terceira fase da reconstituição - após as passagens pela garagem e pelo apartamento. Os peritos foram minuciosos, reproduzindo cenas como a que Anna Carolina Jatobá reclama do porteiro da suposta falta de segurança no prédio.
Às 16h, peritos dirigiram-se ao prédio vizinho ao Edifício London acompanhados da delegada Renata Pontes e do promotor Francisco Cembranelli. O objetivo era saber se é possível ou não ouvir ruídos mais altos vindos do prédio de onde caiu Isabella.
Depois, por volta das 16h50, um casal de moradores do prédio ao lado desceu para a área externa do Edifício London, da mesma forma que fez no dia do crime. Eles são testemunhas da suposta discussão entre Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá naquela noite.
Perícia simula momento em que Isabella foi jogada. Foto: Agência Estado