Irmão diz que milionário da Mega-Sena não rubricou pedido do teste de DNA

No único depoimento marcado para esta quinta-feira (25) sobre o assassinato de Renné Senna, que ganhou R$ 52 milhões na Mega-Sena em 2005, Alcimar Santos, o Mazinho, irmão do milionário somente por parte de pai, contou que Renné o procurou depois de uma violenta briga com a viúva, três dias antes de ser morto. Mazinho também falou que o irmão era semi-analfabeto e não poderia ter rubricado o pedido de DNA para confirmar a paternidade de sua filha, Renata Senna. O ex-lavrador foi assassinado no último dia 7, no distrito de Lavras, em Rio Bonito (Baixada Litorânea).

"Renné ligou para o irmão Élcio pedindo meu telefone. Depois me telefonou duas vezes de madrugada do dia 5 pedindo para que fosse buscá-lo na fazenda. Ele disse: 'Não agüento mais'. Adriana não gosta de mais ninguém. E eu respondi: 'Mas você já não sabia disso?'”, contou Mazinho, que por não ter carro e estar morando em Maricá, na Região dos Lagos, não teve como atender o irmão. Depois disso, Mazinho contou que não conseguiu mais contato com Renné.

Mazinho também estranhou a história do contrato firmado para a realização do teste de paternidade. Segundo ele, Renné nunca fez uma rubrica na vida.

"Renné era praticamente analfabeto. Mal sabia escrever o próprio nome. Lia muito pouquinho. Ele não sabia rubricar nada”.

Mazinho também disse no depoimento que acredita que o irmão pagou caro pela fazenda. Que o preço de mercado da propriedade estaria em torno de R$ 5 milhões e que o antigo proprietário pensava em vendê-la por este preço. No entanto, depois que Adriana conheceu o corretor o preço do imóvel subiu. Renné comprou a fazenda de porteira fechada - com aproximadamente 900 cabeças de gado - por R$ 9 milhões.

“Vamos investigar tudo isso”, disse o delegado Ademir de Oliveira, da 119ª DP (Rio Bonito), responsável pelo caso.

Advogado vai depor no Centro do Rio

O delegado Ademir de Oliveira vai encaminhar na próxima segunda-feira (29) uma carta precatória para que o advogado Luiz Fernando Carvalho – que fez o testamento do milionário Renné Senna – seja ouvido numa delegacia do Centro do Rio.

Intimado a depor, o Carvalho enviou um fax informando que não compareceria à delegacia, pois estaria transgredindo o código de ética da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Quem é advogado pode pedir para prestar depoimento em uma delegacia próximo de onde trabalha ou mora.

O promotor Guilherme Macabu disse, no entanto, que o depoimento de Carvalho é importante para esclarecer em que condições o testamento – que concede 50% dos bens do milionário à viúva Adriana Almeida – foi feito por Renné. Macabu também quer saber porque o ex-lavrador anulou o primeiro testamento, no qual partilhava seus bens entre sua herdeira natural, a filha Renata, e seus 11 irmãos.