Polica prende o coletor de mensalidades do PCC
A Polícia Militar prendeu ontem um rapaz suspeito de receber as mensalidades dos integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) que são ex-presidiários e moram em Ribeirão Preto.
Ele estava com uma lista de nomes e valores das contribuições e disse aos agentes que arrecada, por semana, cerca de R$ 750. A quantia é entregue aos líderes da facção na cidade.
Fabiano dos Santos Fagundes, o Gauchinho, tem passagens por homicídio e roubo e foi detido com mais dois homens após uma tentativa de assalto nos Campos Elíseos.
Os três fugiram após um roubo frustrado contra uma família na rua João Clapp. Os vizinhos perceberam a ação, anotaram a placa do carro, um Astra prata, e passaram para a Polícia Militar.
As características do veículo foram transmitidas via rádio a todos os policiais que realizavam uma operação bloqueio na cidade. Em poucas horas o carro foi localizado e os rapazes abordados. Mas, como eles não obedeceram a ordem para parar e fugiram em alta velocidade foram perseguidos por várias viaturas e detidos em uma casa do bairro Quintini Facci I.
No momento em que ocorria a prisão, o celular de Gauchinho tocou e os policiais solicitaram que ele conversasse com o interlocutor no viva-voz do aparelho. A pessoa que fez a ligação se identificou como um presidiário e perguntou “como estava a rifa”.
Gauchinho respondeu que ainda faltava receber algumas contribuições. Ao encerrar o telefonema ele afirmou aos policiais que faz a “rifa” todos os meses e que toda a arrecadação é enviada ao PCC como “contribuição de seus integrantes que estão aqui fora”. Não quis dizer quantos “coletores” o PCC possui na cidade. Também foram presos Vilton Ferreira Leite e Wilder Matheus de Oliveira, que foram reconhecidos pelas vítimas da tentativa de assalto. O caso vai ser investigado pela Polícia Civil.
TENTÁCULOS DO PCC
Polícia investiga esquema financeiro
Esta semana, a Polícia Civil de Ribeirão Preto começou a desmontar um esquema financeiro que também injetava dinheiro no PCC. Três empresários foram detidos e três estão foragidos.
Eles são suspeitos de emprestar dinheiro para um dos principais líderes da facção na cidade, que usava os recursos para comprar droga na Bolívia. O entorpecente era revendido e, segundo o delegado Luciano Cintra, responsável pela investigação, os lucros eram divididos entre os empresários.
A polícia suspeita que o dinheiro do tráfico era lavado em revendas de automóveis, imóveis e promoção de festas na cidade.