CNBB defende cautela para examinar santa que verte mel

Marcelo Varela
Arquivo/Marcelo Varela




A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) defendeu neste domingo cautela para analisar o fenômeno da imagem de Nossa de Senhora de Fátima que verte mel em Campo Grande. Em reportagem exibida na Rede Globo, no Fantástico, o secretário-geral da CNBB, Dom Dimas Lara afirmou que “tem que se tomar cuidado ao se pronunciar sobre um fenômeno envolvendo uma imagem”.

A reportagem, exibida neste domingo, ouviu também um psicanalista que a princípio se trata de uma farsa. “Não posso afirmar isso com certeza, pois seriam necessárias várias análises para comprovar o fenômeno”, disse o especialista. A CNBB deverá montar uma comissão formada por padres, especialistas e parapsicólogos, e caso o fenômeno seja considerado inexplicável, o caso será remetido ao Vaticano.

O fenômeno da imagem de Nossa de Senhora de Fátima que transpira mel virou caso de polícia na última semana. A reportagem do Midiamax, do último domingo, dia 26, presenciou e registrou uma equipe da Polícia Militar estava fazendo vigilância em torno da imagem, fazendo sua segurança. Na ocasião, o dono da imagem, empresário José Rezek, preferiu não revelar a ameaça que o levou a pedir reforço policial. Na reportagem deste domingo da Rede Globo, a informação é de que foram feitas ameaças à família por telefone. Uma pessoa teria exigido que Rezek deveria entregar a imagem à Igreja Católica para passar por análise. Devido a isso, policiais à paisana estão misturados entre os fiéis para garantir a proteção da imagem e da família.

Na última terça-feira, a Arquidiocese de Campo Grande decidiu emitir um posicionamento após as polêmicas envolvendo a Igreja Católica de Campo Grande e a família proprietária da santa que transuda mel. Segundo a nota, “estamos acompanhando com muita atenção e respeito tudo que está acontecendo. Lamentamos tudo aquilo que tem provocado desarmonia, distância e desunião”, alega o documento divulgado pelo bispo auxiliar e vigário geral de Campo Grande, Dom Eduardo Pinheiro da Silva.

Na nota, a arquidiocese esclarece que nomeou uma comissão para acompanhar de perto a manifestação da santa que verte mel. “Para elucidar o acontecimento programamos uma visita privativa com a família. No entanto, isso não foi possível, pois quando nos aproximamos do local percebemos que não teríamos a privacidade combinada para, com serenidade e liberdade, conversar e orientar o proceder diante desta situação”, alega o documento.

Conforme a matéria exibida, Rezek afirmou que de zero à dez, as chances de a igreja retirar a imagem da residência é zero. “Não há chance nenhuma”. Rezek ainda declarou que acredita que ele e sua esposa teriam sido “escolhidos por Deus para enviar esse sinal para os fiéis”.

Ainda na semana passada, a família Rezek, passou momentos de tensão quando um homem se apresentando como padre parapsicólogo disse que queria hipnotizar a filha dele, de 17 anos, sozinha, para investigar o fenômeno. Além de outros boatos de pessoas que queriam quebrar a santa, fato que motivaram a escolta policial no local que virou sede da romaria em Campo Grande.

Na carta, Dom Eduardo e Dom Vitório afirmam que “em momento algum motivamos padres e fiéis a desrespeitar e prejudicar a família, a imagem, a piedade popular, bem como a prática religiosa de devoção Mariana”. E ainda ressalta “lamentamos qualquer mal entendido que possa ter ocorrido (...) Se tais fatos aconteceram não procederam de nossa parte, uma vez que este posicionamento não condiz com nossa missão (...) Orientamos a todos que aguardemos com fé, respeito e esperança até que tudo seja esclarecido”.
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