Cláudio Humberto
“Quero começar o ano legislativo com tudo resolvido”
Presidente Lula, respondendo à cobrança de cargos do PMDB e de outros aliados
ONG suspeita muda de nome
A ONG “Núcleo de Cidadania e Ação Social” (Nucas), que receberá R$ 9,6 milhões do Instituto Vital Brazil, do governo do Rio, para uma pesquisa cujo valor é maior que o faturamento anual da maioria das empresas do setor, mudou de nome em abril de 2006. Chamava-se “Centro Brasileiro de Defesa dos Direitos do Cidadão”. Foi indiciada pelo Ministério Público e é investigada na Operação Águas Profundas, da Polícia Federal.
Bem pagos
O Instituto Vital Brazil justifica o valor do contrato milionário: serão contratados 312 funcionários para trabalhar no programa Farmácia Popular.
ONG global
O então presidente do conselho fiscal da ONG Centro Brasileiro de Defesa dos Direitos do Cidadão, Hélio Secco, é tio da atriz da Globo Débora Secco.
O sem-trabalho
O ministro Calos Lupi é do Trabalho, mas sem fanatismos. Ele se despediu dos assessores avisando que só retorna ao batente em meados de janeiro.
Poder verde
Luiz Villares e Silva, ex-procurador-geral da Funai, foi nomeado consultor jurídico do Ministério do Meio Ambiente. Ele integra a “direita do PT”.
Alguns rejeitam “metamorfose”
Advogados e procuradores da União, que têm acordo de recomposição do subsídio assinado com o governo Lula desde outubro, já avisaram que não admitem ser vítimas de eventual “metamorfose”. Exigem o cumprimento do acordo ainda em 2007, até porque nunca ficou vinculado à sorte da CPMF. Ameaçam “o maior Apagão Jurídico da História”: com seus advogados parados, a União deixa de arrecadar mais de R$ 10 bilhões ao ano.
Fundo do fundo
Primeiro o PT loteou os fundos de pensão; agora, o governo usa o caixa dos fundos para financiar obras públicas, como a hidrelétrica Santo Antônio.
Nem aí
Advertido de que investir contra o Sistema S pode ser visto como retaliação a entidades como a Fiesp, Lula deu de ombros: “Não estou nem aí”.
Ficou maluco
Premiado no Japão, o craque Kaká doou R$ 330 mil a um hospital de Israel. Ele deve achar, como Lula, que a saúde no Brasil é “quase perfeita”.
Como sempre...
Os empreiteiros chegam ao fim do ano com uma boa notícia do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia: ele pretende construir um novo prédio de gabinetes para deputados igual ao Anexo 4, conhecido por “Serra Pelada”.
Bispo muçulmano
Tem gente achando que greve de fome de dom Luiz Flávio Cappio mais parecia o jejum dos muçulmanos no Ramadã: eles passam o dia em total abstinência, mas, à noite, longe dos holofotes, fazem suas refeições.
Batalha anunciada
Os militares estão em pé de guerra com o governo, que rejeitou aumento em 2007, mas deu 30% retroativos aos carteiros: anunciam “greve branca” nos quartéis dia 31, com passeata das respectivas mulheres.
Fila exclusiva
O Conselho Nacional de Justiça acabou com a farra do reembolso das despesas médicas dos juízes do Tribunal de Justiça de Mato Grosso: a Previdência do MT está aí para atender a todos, inclusive as excelências.
Bye, bye
Mesmo sem se fazer entender, o ministro sealopra Mangabeira Unger vai fazer falta ao governo. É o único assessor de Lula capaz de ler relatórios de 3 mil páginas e discutir detalhes que surpreendem até quem os escreveu.
Obra de gênio
Ladrões roubaram em três minutos um quadro de Picasso no Museu de Arte de São Paulo. O mesmo tempo que o gênio espanhol dispendia produzindo muitas das inúmeras obras-primas de sua copiosa produção.
Você já sabia
O Estadão noticiou ontem o que os leitores da coluna sabem há dois dias: funcionários da antiga Varig vão receber menos de 10% (na verdade, 8%) da dívida trabalhista – e sob o aval do Sindicato Nacional dos Aeronautas.
Olha o pé-frio...
Filho do tri-campeão mundial Nelson Piquet, Nelsinho presenteou o presidente Lula com um boné e uma pequena réplica do carro da Renault, que vai pilotar em 2008. Sorte dele que a F-1 não tem série B.
Pensando bem...
...o ministro Mantega, como previu a coluna, não derreteu porque o presidente Lula prefere mantê-lo na “geladeira”.
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PODER SEM PUDOR
Governador do Ceará, Parsifal Barroso nomeou o sobrinho predileto para a chefia do gabinete. O garotão era chegado numa farra e, certo dia, foi detido por uma blitz no carro oficial do governador, com duas mulheres que conheceu numa boate. Deu a carteirada, gritando de dentro do automóvel:
– Sou o governador, não quero ninguém aqui!
Parsifal foi informado do incidente e cobrou explicações.
– Mas o que eu podia fazer, naquela situação? – indagou o sobrinho.
– Poderia se identificar como sendo o Menezes Pimentel, que é viúvo.
Naquela época em que Viagra era um sonho ainda distante, o senador Menezes Pimentel tinha 90 anos.
