Família da menina desaparecida em Huelva convoca manifestação nacional



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Mari Luz Cortés

A família da menina desaparecida em Huelva no passado domingo, em conjunto com a Igreja Evangélica espanhola, convocou uma manifestação nacional em todas as capitais de província espanholas a favor do aparecimento da pequena Mari Luz Cortés.

Em conferência de imprensa, realizada na tarde de ontem junto à casa da família Cortés, no bairro El Torrejón, Huelva, o pai da criança, Juan José Cortés, reiterou o apelo para que os eventuais raptores entregassem a filha ou a colocassem num local público seguro.

"Sei que parece uma contradição, mas quero agradecer à pessoa que tem a minha filha para que a solte", disse o pai na conferência de imprensa realizada a meio da tarde junto ao bairro onde vive, garantindo que não haverá qualquer represália, nem guardará rancor contra quem alegadamente levou Mari Luz Cortés.

"Se estou em pé é porque confio em vós que continuam a procurar a minha filha, se estou forte é porque sei que não a vão abandonar e vão continuar a procurá-la como se fosse a vossa própria filha", disse o progenitor.

Ao lado da esposa, familiares e dirigentes da Igreja Evangélica, Juan José Cortés aventou a hipótese de a Polícia estar a trabalhar sobre "novas pistas", mas ressalvou que tais indícios não são seguros, porque "a única pista segura é aquela que levará ao desvendar do caso".

"Uma coisa é a investigação da Polícia e dos meios de segurança do Estado [espanhol], outra é que a busca não pode parar", declarou o pai da criança.

Questionado sobre a eventual relação do desapareciemnto de Mari Luz com o da menina inglesa Madeleine McCann, que nunca mais foi vista desde o dia 03 de Maio de 2007, altura em que passava férias na Praia da Luz, Algarve, garantiu que a Polícia espanhola não disse nada à família a esse respeito.

O caso do desaparecimento de Mari Luz Cortes, cinco anos, está a ser alvo de comparações com o caso do desaparecimento da menina inglesa Madeleine McCann no Algarve pela proximidade geográfica - cerca de 200 quilómetros, pela idade semelhante, uma tinha quatro anos (inglesa) a outra cinco (espanhola) e ainda pela coincidência do nome próprio da criança espanhola "Luz" e do nome da praia algarvia.

O pai de Mari Luz reconheceu, por outro lado, que tem algumas suspeitas sobre a autoria do alegado rapto da sua filha, mas manifestou-se receoso, mencionando que "pôr um rosto nessas suspeitas possa ser um equívoco".

"A minha suspeita não é a realidade deste caso, porque essa realidade vai ser a investigação", comentou José Cortés.

Ainda durante a conferência de imprensa, o pai da menina disse que "no jardim de sua casa falta uma flor" e que essa flor "floresceria quando a filha regressasse a casa".

Nesta altura, a mãe da menina, Irene Fernandes, emocionou-se com as palavras do marido e decidiu, amparada pela família, refugiar-se em casa, chorosa, abandonando a conferência de imprensa.

No terreno, a polícia investigação criminal espanhola alargou hoje o perímetro de buscas para 60 quilómetros com a ajuda de bombeiros apoiados por cães e cavalos.

Vários mergulhadores também passaram a pente fino a zona portuária de Huelva.

A menina espanhola desapareceu no passado domingo do bairro social a norte de Huelva, depois de comprar um pacote de batatas fritas com um euro, num quiosque a cerca de uma centena de metros da própria casa.

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À procura de Mari Luz (foto LUIS FORRA/LUSA)
À procura de Mari Luz (foto LUIS FORRA/LUSA)

Mari Luz: Kate McCann ligou à mãe da menina


As autoridades espanholas acreditam que o/a responsável pelo desaparecimento de Mari Luz, é «conhecido da menina e da família». A informação é avançado esta sexta-feira pelo Correio da Manhã que cita o inspector chefe da Polícia Nacional de Huelva.

Ainda segundo a mesma notícia, os pais de Mari Luz sentiram-se «reconfortados» com o telefone feito pela mãe de Maddie. «Eu sinto a vossa dor» terá sido uma das afirmações de Kate McCann. Juan Jose Cortez, pai de Mari Luz, ficou sentido com a solidariedade demonstrada: «Eles sabem aquilo por que nós estamos a passar e eu fiquei a percebê-los agora».

De acordo com alguma imprensa britânica, os McCann terão se oferecido para incluir a imagem de Mari nos cartazes que publicitam o desaparecimento da própria filha.

A pista principal

Apesar de todos os cenários ainda estarem em aberto, segundo o Correio da Manhã, a polícia espanhola concentrou a sua atenção na hipótese de «rapto por alguém conhecido». José Maria Tocornal, inspector chefe da Polícia Nacional de Huelva, afirmou a este jornal que «a possibilidade mais forte que está a ser analisada é a de a menina ter sido levada por alguém conhecido e ter entrado num carro de livre vontade». Em seguida ressalva que estamos perante um caso «muito sensível» e que qualquer indicação sobre possíveis suspeitos pode «ser prejudicial para a investigação».

Aliás, os próprios pais da menor acreditam estar perante «uma vingança para com a família». O pai de Mari Luz reconhece mesmo que tem algumas suspeitas, mas não quis adiantar nada sobre estas.

Um suspeito detido

Um homem vizinho da família de Mari Luz foi, entretanto, detido para interrogatório, mas por falta de ligação ao caso acabou por ser libertado. Ele deixou de ser visto no bairro um dia depois do desaparecimento da menina. «Não há provas concretas que o liguem ao desaparecimento», admitiu a polícia.

Buscas alargadas

O perímetro de buscas tem sido alargado e neste momento já está fora dos limites do município de Huelva. As equipas contam neste momento com mais de 200 voluntários, grande parte polícias e bombeiros vindos de Madrid.

Na quinta-feira a atenção esteve centrada na zona do Dique Juan Carlos I, em Gibraleon, próximo de uma zona de salinas.

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