CNBB: Mortes decorrentes de abortos não são problema de saúde pública

As estatísticas oficiais mostram que o aborto é a quarta causa de mortalidade materna no país. Apesar disso, para o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, dom Dimas Lara Barbosa, as mortes provocadas por abortos feitos de forma clandestina não são um problema de saúde pública. E os dados oficiais são superestimados.

Em entrevista coletiva nesta quarta-feira para o lançamento da Campanha da Fraternidade de 2008, ele afirmou que a CNBB conferiu nos dados do próprio Ministério da Saúde que há cerca de 120 mortes anuais causadas por abortos: “Claro que nós vamos chorar por qualquer mulher que morra por causa do aborto, mas isso não faz desse problema um problema de saúde pública”.

O Ministério da Saúde não divulga números oficiais sobre mortes em decorrência do aborto, prática ilegal no país com exceção de casos de estupro e risco de morte para a mãe. No entanto, os dados referentes a mortes por gravidez, parto e puerpério, item que inclui o aborto, mostra que houve 1.672 mortes por esses motivos em 2006.

Dom Dimas também falou sobre o uso de células-tronco embrionárias em pesquisas científicas, também considerado um método abortivo e antiético pela igreja católica. E lembrou que pesquisas mais bem-sucedidas têm utilizado células-tronco adultas: “Está bastante claro que o embrião, mesmo na sua quarta multiplicação, é ainda incontrolável. As experiências com embriões de animais têm gerado muito mais tumores, porque se sabe fazê-lo começar a se multiplicar, mas não se sabe fazer parar.”

O secretário-geral da CNBB lembrou ainda que vários grupos religiosos fazem lobby no Congresso Nacional para que não sejam aprovados projetos de lei que permitem o aborto. “Queremos fazer cada vez mais iniciativas de conscientização da população”, disse. E informou que a CNBB fará um folder explicativo sobre o aborto para distribuir nas paróquias, e uma cartilha destinada aos formadores de opinião, mostrando o resultado de pesquisas relacionadas à saúde da mulher que aborta.

A 45ª Campanha da Fraternidade, lançada nesta quarta-feira, tem como tema central a defesa da vida e como lema Escolhe, pois, a vida, retirado do Deuteronômio, um dos livros da Bíblia. As informações são da Agência Brasil

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