Futuro político de Fidel Castro será definido neste mês

Um ano e meio depois da última aparição pública de Fidel Castro, 81, o mistério sobre seu futuro político deve terminar neste mês. No próximo dia 24 a Assembléia Nacional de Cuba se reunirá para escolher o Conselho de Estado (Poder Executivo), para o qual Fidel pode ou não ser reeleito como presidente.

Cuba é governada interinamente por Raúl Castro, irmão de Fidel, desde que o revolucionário se afastou devido a problemas intestinais, em julho de 2006. Desde então, o ditador só aparece em vídeos e fotos, com aspecto frágil.

A eleição do novo Conselho de Estado poderia ser uma oportunidade para que Fidel transfira oficialmente o comando do regime comunista a seu irmão mais novo.

Raúl, 76, desperta esperanças de mudanças econômicas que melhorem o cotidiano dos cubanos, e analistas dizem que a transferência formal do cargo lhe daria força para implementar tais reformas.

Mas nem todos acreditam que isso vá acontecer. "Acho que veremos os mesmos velhos rostos nos mesmos velhos lugares", disse um cético e experimentado diplomata europeu, para quem Fidel deve ser proclamado presidente e então transferir novamente o cargo a Raúl de forma interina.

"A reunião parlamentar de 24 de fevereiro fornece a oportunidade perfeita para que a liderança cubana resolva de uma vez por todas o mistério sobre o futuro de Fidel. Porém, não está claro se irão aproveitá-la", disse Dan Eriksson, especialista em Cuba da entidade Diálogo Interamericano, de Washington.

Fidel se mantém presente na vida cubana por meio dos artigos que escreve na imprensa estatal, e há especulações de que poderia assumir um papel mais cerimonial, abrindo espaço para uma nova geração.

Em dezembro, o "Comandante" escreveu que não tinha intenção de se aferrar ao poder, mas até agora nem ele nem Raúl dizem claramente o que vai acontecer.

Após a visita a Cuba, em janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou com a impressão de que Fidel não voltará mais ao poder na ilha, segundo revelou a coluna de Kennedy Alencar, em janeiro.

Raul Castro consolidou liderança com doença do irmão e será rápida a transição para maiores graus de liberdade política e abertura econômica.

Por esse motivo, o Brasil e seus empresários devem aproveitar a boa relação que o país tem com o regime cubano para fazer investimentos na ilha e usar a proximidade dela com os EUA para aumentar o acesso ao mercado da maior economia capitalista.

Com Reuters

Folha Online