De A Tribuna On-line
A última “baratinha” da Polícia Civil ainda em atividade na Caital paulista deve virar peça de museu ainda neste ano. Sem data de exposição prevista, o Fusca fabricado em 1986 será doado ao museu da Academia da Polícia Civil de São Paulo, na Cidade Universitária (Zona Oeste). Para os policiais, a viatura que serve à corporação há 22 anos preservará a memória de “tempos mais românticos”. “O carro vai contar a história de uma época mais romântica da polícia em que a cidade de São Paulo era menos violenta. De tempos em que a violência não era uma estatística, mas um fato social que atingia poucas pessoas”, afirmou o delegado João Lopes, responsável pela “baratinha” no Centro de Execuções de Cartas Precatórias de São Paulo. Entretanto, a doação tem uma condição: a substituição por outro carro para servir esse órgão da polícia civil. O veículo branco-e-preto está em bom estado. Tem sofrido de problemas na bateria, mas deve ganhar uma novinha nos próximos dias. A sirene e o chamado “giroflex” funcionam, mas não são mais acionados. Em boa parte, seu estado de conservação se deve a um “serviço mais leve”. Há tempos a “baratinha” não persegue bandidos na capital, tarefa deixada para modelos mais modernos, como as novas Blazers, de motor 4.3, compradas pela Secretaria de Segurança Pública no ano passado. Fama nas ruas O Fusca só sai da garagem da delegacia três dias por semana para entregar intimações e cumprir outros serviços internos. “A orientação é procurar não esmerilhar muito e tratar com carinho. Na rua, chama muito a atenção. Todo mundo olha. Algumas pessoas tiram até fotos”, diz João Lopes. Para as rondas diárias, a “baratinha” é poupada e o Santana, mais jovem, assume a rotina. Na garagem, a “baratinha” recebia na tarde do dia 30 os cuidados do filho do delegado, o estudante de direito Ricardo Lopes, de 24 anos, que passava um pano molhado em seu capô arredondado. "Vim apenas ajudar", disse ele. A longevidade do fusquinha branco-e-preto surpreende os policiais. O tempo médio de uso de uma viatura de polícia é de 10 anos, contra o 22 anos dessa famosa "baratinha".