O ex-diretor da ala da bateria da Estação Primeira de Mangueira, Valdir de Oliveira, o Mestre Gato, está desaparecido desde terça-feira (5), segundo policiais da 17ª DP (São Cristóvão). Os policiais receberam a informação durante perícia realizada na quadra da escola nesta sexta-feira (8). Mestre Gato ocupou o cargo de diretor enquanto o músico Ivo Meirelles era presidente da bateria, e chegou a substituí-lo por um dia, quando Ivo deixou a escola, em dezembro.
Testemunhas ouvidas pelo G1 disseram que ele teria sido vítima de um atentado, na terça-feira (5), quando foi perseguido por dois motoqueiros armados. Reticentes, eles não quiseram precisar o horário e apontar o local. Mas garantiram que Gato continua vivo e estaria refugiado, fora do morro.
Gato renunciou ao cargo de diretor de bateria quando assumiu a nova presidente, Eli Gonçalves, a Chininha, no lugar de Percival Pires. No dia seguinte, a comissão da escola escolheu para o seu lugar Jorge Costa de Oliveira, o Mestre Taranta, e para o de Ivo, George Teixeira Gomes, o Bill.
Muito amigo de Ivo, Gato chegou com outros integrantes da antiga bateria na 17ª DP, no dia 16 de janeiro, para prestar solidariedade ao líder do Funk’n Lata, quando ele prestou depoimento sobre a existência de uma suposta passagem secreta ligando a quadra ao morro. Ivo negou tudo e foi liberado. Na saída da delegacia, recebeu o abraço de Gato e de outros integrantes da antiga bateria.
Investigado por homicídio
Gato, embora não tenha sido reconhecido pelos policiais durante a ostensiva confraternização, tem seu nome nos autos de investigações da delegacia sobre o desaparecimento de Robson Roque, presidente da bateria morto em dezembro de 2004. No procedimento 017-06095/2004, ele aparece como testemunha e suspeito de envolvimento no homicídio.
A morte de Robson Roque teria sido a mando do traficante Alexander Mendes da Silva, o Polegar, preso em Bangu 3. Uma concorrente derrotada no concurso que escolheu a madrinha da bateria da Mangueira seria ligada ao traficante Francisco de Paula Testas Monteiro, o Tuchinha, que na época era o chefe do tráfico no morro e que hoje está foragido.
Mas, de acordo com as investigações, os autores do assassinato seriam Tuchinha, Jorge Luís Monteiro dos Santos, o Mancha, Carlos Leandro do Nascimento, o Tiriri, Wanderson Felício Aguiar, o Lamparina, Leandro Monteiro, o Pitbull, José Carlos Ferreira da Silva, o Pará, e Jonas da Silva, o Gordo. Este último, foi executado pelos antigos cúmplices no alto do Morro da Mangueira, em outubro do ano passado. Segundo a polícia, eles descobriram que ele estaria passando informações a policiais sobre a localização de armas e drogas.
Autor: Agol Fonte: ANTONIO QUEIROZ