Foto divulgação
Dezenas de jovens chineses, irritados com a interrupção do revezamento da tocha Olímpica em Paris, protestaram do lado de fora do supermercado Carrefour no leste da China nesta sexta-feira, incendiando uma bandeira francesa, segundo a mídia local.
Houve pequenos protestos nas lojas do gigante varejista em várias cidades chinesas, incluindo Pequim, na semana passada, mas a última manifestação ocorreu na cidade costeira de Qingdao, depois que a mídia estatal tentou esfriar o fervor nacionalista.
Internautas chineses pedem que os consumidores boicotem o Carrefour, acusado por eles de apoiar os grupos em defesa da independência do Tibet e a favor do boicote das Olimpíadas de Pequim.
A jornada da tocha Olímpica pelo mundo tem sido marcada por protestos contra o comando chinês no Tibet, onde uma série de levantes antigoverno aconteceu em março.
Em Paris, ativistas protestaram e tentaram pegar a tocha, mas foram impedidos pelas autoridades de segurança chinesas, o que obrigou apagar a chama várias vezes e depois colocá-la em um ônibus.
As fotos publicadas pela mídia local chinesa mostram os manifestantes em frente ao Carrefour com cartazes que diziam "Boicote a França, apóie as Olimpíadas" e "Oponha-se à independência do Tibet, ame a pátria".
Eles também levavam bandeiras chinesas vermelhas e gritavam palavras de ordem, o que atraiu uma grande multidão de curiosos. Uma das fotos mostrava um homem queimando uma bandeira francesa.
Os fóruns chineses na Internet também continham fotos de Hefei, capital da província de Anhui, onde vários "estudantes do ensino básico" protestavam com um cartaz que dizia: "Oponha-se ao Carrefour, comprar é uma vergonha".
A França tentou minimizar os pedidos de boicote aos produtos franceses, dizendo que foram feitos por "uma minoria". Já o Carrefour, que tem mais de 100 hipermercados na China, reafirmou seu apoio a Pequim como sede das Olimpíadas.
Alguns jornais chineses também publicaram comentários contra o boicote, dizendo que, na era da globalização, a atitude somente prejudicaria os empregados e fornecedores chineses.
Ainda assim, uma pesquisa de opinião feita em 10 cidades chinesas mostrou que 66 por cento dos entrevistados apóiam o boicote ao Carrefour, de acordo com a Xinhua, agência de notícias oficial. Somente 7 por cento disseram o contrário.
Fonte: Reuters
Chineses cancelam exposição na França após protestos Pequim, 18 Abr (Lusa) - Dois artistas chineses desistiram de expor seu trabalho na França em protesto pelas manifestações anti-China durante a passagem da tocha olímpica por Paris, informou nesta sexta-feira a imprensa estatal chinesa.
Wang Guangyi e Lu Hao, dois nomes célebres da arte contemporânea chinesa, anunciaram que não participarão de uma exposição agendada para junho em uma galeria parisiense devido à atitude francesa diante dos Jogos Olímpicos.
"Aborrecidos" com o apoio que alguns franceses dão ao boicote contra a Olimpíada, os dois artistas decidiram, segundo Wang, "não comparecer" por entenderem que, "neste período, em particular, estar presente na exposição não seria uma atitude feliz".
Ambos destacaram que a decisão foi pessoal, e Wang acrescentou que tem grande respeito pela cultura francesa, não descartando a possibilidade de colaborar com a cena artística do país no futuro.
Depois dos distúrbios na passagem da tocha olímpica por Paris, os consumidores chineses lançaram esta semana uma campanha nacionalista de boicote às marcas francesas, que acusam de apoiar o Dalai Lama.
De blogs a torpedos SMS, de e-mails ao messenger, os chineses estão recebendo apelos para se recusarem a comprar marcas e produtos franceses, em uma campanha que visa, sobretudo, os hipermercados Carrefour, líder na China.
A França minimiza a importância deste boicote, afirmando que apenas "uma minoria muito reduzida" de pessoas aderiu à iniciativa, e o Carrefour, que tem mais de 100 lojas na China, já reiterou seu apoio aos Jogos Olímpicos de Pequim.
Uma busca no portal em chinês mais popular, o Baidu.com, resultava em 107 mil páginas de apelo a boicotes aos produtos franceses, depois das manifestações pró-Tibete que causaram o caos durante a passagem da tocha olímpica por Paris, em 7 de abril.
Os consumidores chineses também estão revoltados com o fato de o presidente francês, Nicolas Sarkozy, não ter rejeitado a idéia de um boicote à cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, que ocorrem entre 8 e 24 de agosto.
A viagem da tocha olímpica pelo mundo tem sido marcada por protestos desde o início, em Olímpia, na Grécia.
Na manifestação de Paris, os críticos da repressão chinesa no Tibete tentaram "roubar" o símbolo olímpico das mãos dos atletas, obrigando a equipe de segurança chinesa a extinguir a tocha várias vezes e protegê-la em um ônibus.