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Passagem da tocha causou protestos em alguns países |
A decisão foi anunciada após conversas com autoridades da cidade. “Precisamos pensar na segurança, sendo um templo com riquezas nacionais e muitos visitantes", disse o porta-voz à agência de notícias Reuters.
"Temos também que levar em consideração as várias mensagens de preocupação que nós, do templo budista, temos recebido de residentes de todo o pais e dos fiéis após o crescimento do foco internacional no assunto do Tibete” .
Zenkoji deveria ser o ponto de partida do revezamento da tocha no país no dia 26 de abril. No entanto, após a decisão dos monges, há especulações de que o percurso de 18,5 quilômetros seja alterado ou até mesmo reduzido.
Segundo Kunihiko Shinohara, do comitê organizador do evento em Nagano, o ponto de partida será modificado. “Nós respeitamos a decisão do templo”. Os organizadores não devem divulgar o percurso da tocha até o começo do evento.
Os organizadores da etapa japonesa têm assistido com preocupação aos protestos em outros países, com cenas caóticas em Londres, Paris e San Francisco.
Cerca de 3.000 agentes de seguranças vão proteger a passagem da tocha olímpica. Segundo o repórter da BBC em Tóquio, Chris Hogg, há um impasse entre China e Japão. A China pediu permissão ao Japão para que agentes de seguranças chineses atuem na passagem da tocha, mas o Japão afirma que seus próprios seguranças já são suficientes.
A tocha chegou nesta sexta-feira a Bangcoc, na Tailândia, para o percurso na capital. A passagem da tocha na quinta-feira, em Nova Déli, ocorreu sob forte esquema de segurança. Pelo menos 100 ativistas pró-Tibete foram detidos na cidade.
A chama olímpica chegou nesta sexta-feira à Tailândia em tumultuado périplo mundial e em meio a uma crescente controvérsia, depois que um importante templo budista japonês se negou a ser o ponto de partida da tocha no Japão devido à repressão no Tibete.
As autoridades tailandesas ameaçaram deportar os estrangeiros que perturbarem o evento, mas, ao contrário de outras etapas, não encurtaram o percurso da chama por Bangcoc.
"Não há motivos para modificar a cerimônia. Este é um tema puramente esportivo. No sábado realizaremos por completo os 19 km do percurso", afirmou o primeiro-ministro tailandês Samak Sundaravej.
"Dei instruções às autoridades para que tomem medidas firmes contra os agitadores", acrescentou.
Na noite desta sexta, a princesa Maha Chakri Sirindhorn oferecerá um jantar para as 80 pessoas que correrão com a chama olímpica.
Depois de momentos tumultuados em Londres e Paris, a passagem da chama olímpica se tornou uma grande dor de cabeça para as autoridades chinesas.
Anfitriã dos Jogos, a China sofreu um novo golpe nesta sexta quando um importante templo budista japonês de Nagano, no centro do Japão, que deveria ser o ponto de partida do revezamento da tocha olímpica no país, no dia 26 de abril, foi retirado do percurso porque seus monges rejeitam a situação dos direitos humanos no Tibete, informou nesta sexta-feira a agência de notícias Jiji.
O templo de Zenkoji, na cidade de Nagano, sede dos Jogos Olímpicos de Inverno de 1998, se negou a servir de ponto de partida para o revezamento da chama, disse o chefe do comitê organizador local, Kunihiko Shinohara.
"Respeitamos a decisão do Zenkoji e modificaremos o ponto de partida" do revezamento, de 18,5 quilômetros, declarou Shinohara à imprensa.
A cidade de Nagano, que sediou os Jogos Olímpicos de inverno de 1998 e receberá a chama olímpica, tinha pedido no outono (hemisfério norte) passado para que o templo fosse o ponto de partida do revezamento, de 18,5 km.
"Aceitamos este pedido com todo o coração", disse um responsável do templo à AFP, mas "a situação mudou (...) e os monges estão muito preocupados" com a repressão no Tibete.
"Sentimos profundamente que somos os mesmos budistas que os tibetanos", declarou um monge à agência Jiji.
O templo Zenkoji data do século VII e recebe a cada ano cerca de seis milhões de peregrinos.
Nagano já cancelou uma celebração pública ligada à passagem da tocha por motivos de segurança.
Da AFP Paris