Testemunhas que viram o tumulto provocado por um homem na missa na Catedral da Sé que celebrou os 454 anos da cidade de São Paulo na manhã desta sexta-feira (25) disseram que o acusado tinha nas mãos uma faca e um cavaquinho e, mesmo após ser imobilizado, gritava: “São Paulo me mata!”.
O homem, que foi identificado como morador de rua da Praça da Sé, foi detido depois de ferir duas pessoas que estavam na missa e tentaram detê-lo quando viram a faca. “Ele não tinha a intenção de fazer um atentado. Não sabia o que estava fazendo, estava bêbado”, disse o padre Juarez Pedro de Castro, secretário de comunicação da Arquidiocese de São Paulo que presenciou o tumulto.
Segundo o padre, o tumulto aconteceu a cerca de 20 metros das autoridades que estavam no local. O acusado estava atrás de um cordão de isolamento, onde se acumulavam fiéis que acompanhavam a missa. Estavam presentes o prefeito Gilberto Kassab (DEM), os ministros do Trabalho, Carlos Lupi, e da Previdência Social, Luiz Marinho, o senador Eduardo Suplicy e o secretário de Segurança Pública, Ronaldo Marzagão.
O arcebispo de São Paulo, cardeal d. Odilo Scherer, não interrompeu a homilia em razão do tumulto. À Agência Estado, ele disse ter sido lamentável a invasão do homem na missa. Porém, na sua avaliação, o ocorrido não prejudicou a celebração religiosa. "Certamente foi um incidente lamentável e isso indica que se deve ter o máximo de atenção à segurança, mesmo na igreja, embora certamente esse não seja o lugar para se praticar violência", afirmou ele, após a missa.
As vítimas, um professor da pastoral da Igreja e um capitão da polícia militar que fazia a segurança de Marzagão, teriam se ferido ao tentar imobilizar o homem, depois de perceberem que ele estava armado com uma faca. Mais cedo, a polícia chegou a informar que havia três feridos.
De acordo com o coronel Álvaro Camilo, comandante do policiamento do Centro, o homem era um morador de rua que vivia na região da Sé. “Ele é um cidadão conhecido daqui. Sempre faz algum tipo de bagunça", disse. O coronel informou que o suspeito responde a processos.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, ele tem passagens por furto e roubo. Ainda de acordo com Camilo, o homem não tinha objetivos definidos ao entrar na igreja nesta manhã. Mesmo assim, o coronel defendeu a imobilização dele. “Se os seguranças não fizessem isso, ele poderia ter ferido mais pessoas”, disse.
Os dois feridos foram levados ao pronto-socorro do Hospital Vergueiro. Após serem medicados, eles foram liberados. Eles tiveram ferimentos leves.