A prisão aconteceu quando a mãe entregaria o recém-nascido
Globo.com - G1
A descoberta da polícia aconteceu por acaso, quando o investigador Alexandre Castro foi entregar uma intimação à mãe da criança.
“A pessoa a ser intimada começou a questionar o que aconteceria com uma pessoa neste caso, que desse a luz com o nome de outra pessoa, para futuramente esta pessoa tomar posse da criança”, disse o investigador Alexandre Castro.
Segundo a polícia, por não ter condições financeiras, há 15 dias, a mulher teria negociado a entrega da criança para o casal Edna Ferreira da Silva, de 40 anos, e Antônio Antunes de Andrade Filho, de 45.
A mãe biológica deu entrada no Hospital Universitário nesta segunda-feira (3) às 10h30, usando CPF e o título de eleitor de Edna. Os documentos não contêm fotos. Desta forma, o casal conseguiria registrar o bebê como se fosse dele.
A criança nasceu no mesmo dia, durante a tarde por parto normal. Nesta quarta-feira, mãe e filha tiveram alta. Quando o casal que ficaria com o bebê chegou, a polícia estava esperando na porta. O casal foi levado para a delegacia e preso em flagrante.
“Eles iriam sair do hospital com um documento expedido pelo hospital no nome de Edna. A criança não iria ser nem adotada, ela sairia do hospital e seria registrada como filha legítima da Edna”, explicou o delegado Juarez Costa.
O casal já possui um filho de cinco anos. A mulher disse que não sabia do risco. “Eu pensei que era normal, entendeu”, disse Edna, já dentro da cela.
Erro do hospital
Para o delegado, o Hospital Universitário errou por não exigir documentos com foto. “Isso é realmente muito arriscado, pode acontecer amanhã de alguém morrer e trocar um pelo outro. Nós também vamos ouvir o pessoal do hospital para apurar a realidade do que ocorreu lá dentro”, afirmou o delegado, sobre as medidas que serão tomadas.
O casal vai responder por comunicar parto alheio como próprio. A mão biológica foi ouvida e vai responder em liberdade por falsidade ideológica. A criança foi encaminhada para o Conselho Tutelar.
O HU de Taubaté informou que agiu de forma correta na recepção e internação da paciente, mas que está investigando o caso.