Resumo das noticias dos jornais de hoje – 12/08/2009

Quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Manchetes dos jornais: Lula propõe concessão de rádio a filho de Renan


Folha de S. Paulo

Em meio à crise, Lula propõe concessão de rádio a filho de Renan

No meio do turbilhão da crise no Senado, o presidente Lula encaminhou ao Congresso o processo para aprovação de uma concessão de rádio FM para a família de Renan Calheiros, líder do PMDB e um dos comandantes da tropa de choque para a manutenção de José Sarney na presidência da Casa. A concessão, em nome da empresa JR Radiodifusão, é para o município de Água Branca, uma cidade de 20 mil habitantes no sertão de Alagoas. Lula enviou a mensagem ao Congresso na sexta, um dia após violento bate-boca, no plenário, entre Renan e Tasso Jereissati (PSDB-CE). Renan nega ter influenciado a tramitação. No site do Ministério das Comunicações, as informações sobre o andamento do processo são contraditórias. Consta que em 5 de março deste ano foi enviado à Presidência da República, onde não teria sido recebido, e voltou para a pasta.

Ministério diz que não houve ingerência

O consultor jurídico do Ministério das Comunicações, Marcelo Bechara, disse que a crise no Senado não influenciou na decisão do governo de enviar o processo de autorização da rádio ao Congresso. "Foi um processo técnico, em que ganhou quem ofereceu preço maior pela licença." O senador Renan Calheiros disse que não influenciou na tramitação.

Receita recua e agora nega irregularidade na Petrobras

A Receita Federal perdeu o primeiro round na briga com a Petrobras e foi obrigada a recuar na disputa pública com a estatal sobre a fórmula de cálculo do imposto que incide sobre a variação do dólar. Num depoimento em que a oposição não partiu para o ataque e o governo usou sua tropa de choque em defesa da Petrobras, o secretário interino da Receita, Otacílio Cartaxo, disse que há divergências dentro do fisco sobre a maneira que essas operações devem ser contabilizadas e que a lei não é clara. "A matéria não possui um entendimento pacífico na Receita. É uma matéria controversa, onde os operadores de direito têm pleno direito de exercer sua interpretação. Há uma lacuna legal", disse Cartaxo, acrescentando que outra instrução normativa da Receita sobre o assunto é "omissa".

Dilma desafia Lina a provar que reunião existiu

A ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) desafiou ontem a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira a apresentar provas de que houve uma reunião entre as duas no Palácio do Planalto no final do ano passado. Nesse encontro, segundo Lina, a ministra pediu para que fosse concluída rapidamente a auditoria que a Receita fazia nos negócios da família Sarney. "A gente não afirma, a gente prova", disse a ministra em Mossoró (RN): "Nós não estamos na Idade Média, em que se prova a veracidade de alguma coisa por ênfase, né?".

Acordo pode dar absolvição definitiva a Sarney e Virgílio

Senadores governistas costuraram ontem um acordo para livrar tanto o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), como o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), de punições. Enquanto a oposição decidia baixar a temperatura da crise no plenário, líderes governistas e petistas buscavam uma saída negociada, que passa, num primeiro momento, pela abertura de processo no Conselho de Ética contra Sarney e Virgílio. Depois, os processos seriam arquivados definitivamente. A ideia dividiu a base aliada. O líder do PMDB, Renan Calheiros, não concorda com esse procedimento, tanto que foi se queixar dos petistas com o presidente Lula no final da noite. O grupo de Renan acenou com outra proposta: aceitava arquivar o processo contra Virgílio desde que os 11 impetrados contra Sarney ficassem arquivados, como decidiu o presidente do Conselho de Ética, Paulo Duque (PMDB-RJ).

Objetivo da crise é atingir Lula, diz Sarney

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), disse ontem que a crise política que se instaurou na Casa tem como objetivo enfraquecer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em encontro com políticos do Amapá, em seu gabinete, Sarney reiterou que está disposto a permanecer no cargo. "Estamos numa Casa política. Pelo fato de minha luta política ter algum peso na sucessão, desencadeou-se essa crise para enfraquecer o presidente da República", disse.

Entidades enviam carta a Lula por causa de censura

A Associação Mundial de Jornais e o Fórum Mundial de Editores escreveram carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, para protestar contra a proibição judicial imposta ao jornal "O Estado de S. Paulo" em relação a investigação da Polícia Federal que envolve Fernando Sarney. O texto, assinado pelo presidente da associação (WAN, em inglês), Gavin O'Reilly, e do fórum (WEF, em inglês), Xavier Vidal-Folch, ressalta "profunda preocupação". As entidades lembram que "a medida judicial de proibir as reportagens se constitui um caso de censura prévia e é uma clara violação do direito de livre expressão".

MST invade ministério e acusa Lula de traição

Insatisfeitos com a política de reforma agrária do governo federal, integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra invadiram, ontem pela manhã, o Ministério da Fazenda e, pela primeira vez, chamaram o presidente Lula de "traidor". Para que saíssem, exigiram o agendamento de uma reunião com ministros, o que conseguiram após oito horas e meia. Às 17h45, os sem-terra deixaram o prédio após telefonema do ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral), que confirmou encontro com o MST hoje à tarde. O MST chegou anteontem a Brasília para sua última grande manifestação na gestão petista -avalia-se que não haverá espaço para isso em ano eleitoral.

PT tenta convencer Marina a desistir de candidatura pelo PV

Candidato à presidência do PT, José Eduardo Dutra procurou ontem a senadora Marina Silva (PT-AC) para tentar dissuadi-la da candidatura à Presidência da República pelo PV. Ele tenta evitar o que classificou de "desfalque" na legenda, mas especulou sobre o potencial de Marina na disputa: "Temos um cenário com mais candidatos e, se tiver segundo turno, vamos conversar", disse ao sair do gabinete da senadora. "Mais ouvi do que falei", contou Marina sobre o encontro. Dutra não quis comentar as chances de Marina "implodir" a candidatura Dilma Rousseff, como avaliou o deputado Ciro Gomes (PSB). "Isso é superestimar", reagiu Marina sobre o impacto que poderia causar.

Promotoria quer cooperação de países no caso Universal

O Ministério Público de São Paulo vai pedir a cooperação internacional para investigar os crimes de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha supostamente praticados por líderes da Igreja Universal do Reino de Deus.
O pedido deverá compor a segunda fase da investigação dos promotores paulistas contra Edir Macedo, fundador da Igreja Universal, e outras nove pessoas ligadas à igreja, denunciadas na última segunda-feira à Justiça de São Paulo. A denúncia, aceita pelo juiz Glaucio Roberto Brittes, da 9ª Vara Criminal, resulta de uma investigação que quebrou os sigilos bancário e fiscal da Universal e levantou o patrimônio acumulado por seus membros com dinheiro doado pelos fiéis, entre 1999 e 2009.

Partidos receberam verba do Detran-RS, diz Procuradoria

O Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul afirmou, na denúncia de improbidade administrativa contra a governadora Yeda Crusius (PSDB) e mais oito pessoas, que parte do dinheiro desviado do Detran bancou um caixa dois de partidos que apoiam a tucana na Assembleia Legislativa gaúcha. Segundo os procuradores, o valor da propina era de R$ 450 mil mensais -R$ 175 mil para os "partidos", R$ 175 mil para o "governo" e R$ 100 mil divididos entre o deputado federal José Otávio Germano (PP, R$ 70 mil) e o presidente do TCE (Tribunal de Contas do Estado), João Luiz Vargas. A partilha, segundo a denúncia, foi feita no segundo semestre de 2007, antes de a Polícia Federal deflagrar a Operação Rodin, que investigou desvios no Detran e prendeu 14 pessoas em novembro daquele ano.

Advogado de tucana diz que ação contra ela é frágil

O advogado da governadora Yeda Crusius (PSDB), Sérgio Medina Osório, disse ontem que a ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal tem elementos "precários" e "frágeis" e que já esperava que a Justiça Federal negasse o pedido de afastamento da governadora, como fez anteontem. Na decisão, de caráter temporário, a juíza federal Simone Barbisan Fortes diz que o afastamento de Yeda não seria razoável diante das consequências que traria à sociedade gaúcha, e que sua permanência no cargo não influencia a produção de provas, uma vez que os fatos narrados na ação ocorreram até novembro de 2007.

O Estado de S. Paulo

Sai acordo entre PT e oposição pelo fim da crise

Sob ataque do grupo do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que é comandado pelo peemedebista Renan Calheiros (AL), a oposição fechou ontem um acordo com os líderes da base aliada do governo. Pelo acordo, a oposição encerrou a guerra dos discursos no plenário, o que devolve a Sarney as condições políticas para presidir a Casa. O acordo prevê também que todas as questões jurídicas e disputas políticas em torno das representações contra Sarney e o líder dos tucanos, Arthur Virgílio (AM), ficam circunscritas ao Conselho de Ética. Não há mais espaço político para fazer acusações a Sarney no plenário - o que minava a autoridade do presidente da Casa. Quem for derrotado no Conselho de Ética também não vai recorrer ao plenário. "Ninguém pode cobrar de ninguém um acordo de mérito, mas podemos definir um acerto de procedimento e encerrar tudo no Conselho de Ética, sem contaminar o plenário", disse o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), ao explicar o entendimento.

Duque arquiva hoje caso Virgílio

O presidente do Conselho de Ética, senador Paulo Duque (PMDB-RJ), deverá mandar arquivar hoje a representação protocolada pelo PMDB contra o líder do PSDB, senador Arthur Virgílio (AM), por falta de decoro parlamentar. O provável engavetamento da ação é fruto de acordo fechado entre governistas e a oposição para salvar o tucano e o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). Na semana que vem, o Conselho de Ética deverá se reunir para analisar e arquivar definitivamente todos recursos da oposição contra o engavetamento dos pedidos de investigação de Sarney. Duque não quis adiantar ontem o teor de sua decisão sobre a representação contra Virgílio. Mas sinalizou o arquivamento da ação ao garantir que usará do "mesmo bom senso" adotado para não dar andamento às representações e denúncias contra Sarney. "Estou analisando sob o ponto de vista do bom senso. Sou imparcial. Não sou injusto. Vou ser justo. Sou advogado antigo. Da minha parte não tem retaliação política", afirmou Duque. "Quero dar uma decisão final que tenho certeza de que o Senado vai se engrandecer."

Sarney intervém na comunicação do Senado

Incomodado com as transmissões da TV Senado, o presidente José Sarney (PMDB-AP) decidiu nomear seu assessor e braço direito Fernando César Mesquita para dirigir a Comunicação Social da Casa. A decisão ocorre 12 dias após Fernando Sarney, filho do senador, conseguir uma liminar na Justiça para proibir o Estado de divulgar gravações feitas pela Polícia Federal com autorização judicial numa investigação contra ele. A iniciativa de Sarney faz parte da estratégia para controlar a burocracia administrativa do Senado e ter o apoio da maioria dos servidores em meio ao desgaste político com senadores. Ontem, o Estado revelou que o senador manteve as gratificações incorporadas aos salários de funcionários por meio de atos secretos. Agora, Sarney tenta evitar que facções de servidores contrárias a seu mandato na presidência tenham espaço na estrutura de comunicação da Casa.

''É a minha palavra contra a dela''

Apesar das negativas do governo, a ex-secretária da Receita Federal Lina Maria Vieira insiste em que esteve reunida com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, quando teria recebido o pedido para "agilizar" as investigações envolvendo Fernando Sarney, filho do presidente do Senado. De sua casa em Natal (RN), Lina disse ao Estado que não tem provas concretas de seu encontro com a ministra no final do ano passado. "O que eu tenho é a minha palavra contra a dela", disse. A ex-chefe do Fisco afirmou que ninguém do governo a procurou depois de suas declarações. Ela disse ainda que não sabe se poderá ser alvo de represálias. Lina, que tratou do assunto inicialmente em entrevista concedida ao jornal Folha de S. Paulo, deixou claro que está disposta a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobrás, mas a bancada governista no Senado acredita ter neutralizado todas as chances de a oposição conseguir convocá-la.

Marina já fala como candidata do PV

A senadora Marina Silva (PT-AC) já fala como candidata do PV à Presidência. Embora não tenha dado a resposta definitiva ao convite dos verdes para disputar a sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ano que vem, suas declarações deixam claro que o PT, no qual milita há 30 anos, já é parte do passado. E seu plano agora é abraçar as novas utopias. "Estou com 50 anos e é isso que me leva a essa (nova) discussão. Nós precisamos ter novos mantenedores de sonhos e de utopias." No Palácio do Planalto já é dada como certa a saída de Marina. Lula acha que a ex-ministra deixará mesmo o PT. Não pretende procurá-la, porque acha que pode ouvir um "não". Desde que Marina deixou o Ministério do Meio Ambiente, em 13 de maio de 2008, os dois estão cada vez mais distantes. A presença de Marina numa cerimônia no Planalto, no ano passado, chegou a ser constrangedora, visto que ela não sorriu em resposta a nenhuma das brincadeiras feitas por Lula. E, nos últimos meses, a distância só aumentou.

Terceira via muda xadrez eleitoral

A eventual entrada de Marina Silva (PT-AC), ex-ministra do Meio Ambiente, na disputa presidencial de 2010 pode acabar com o caráter plebiscitário da eleição dando origem a uma "terceira via", que certamente se beneficiará do desgaste da polarização entre PT e PSDB. Na avaliação de analistas políticos e parlamentares, a candidata Marina tende a empurrar a eleição para o segundo turno, trazendo o "imponderável" para a disputa, em razão, principalmente, de três fatores: é uma novidade eleitoral; tem boa imagem num momento em que o País assiste às denúncias no Congresso; e defende uma bandeira palatável a setores da classe média, o meio ambiente. Baseados na expressão "terceira via" - mas não no conceito desenvolvido pelo sociólogo inglês Anthony Giddens, que nos anos 90 pregou um caminho entre o neoliberalismo e a social-democracia excessivamente calcada do papel do Estado -, analistas veem mudança no xadrez político com Marina na disputa.

Lula lança Meirelles para enfrentar Perillo na briga pelo governo de Goiás

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, é o candidato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao governo de Goiás em 2010. Lula considera que com ele será possível vencer o senador Marconi Perillo (PSDB), que tem a intenção de voltar ao governo goiano pela terceira vez. Lula considera que Perillo prejudicou seu governo por duas vezes: em 2005, quando disse que havia advertido o presidente da existência do mensalão e agora, na vice-presidência do Senado, por dirigir as votações de forma a derrotar o Palácio do Planalto. Meirelles tem duas opções para se filiar. Ou no PP do governador Alcides Rodrigues, ou no PRB do vice-presidente José Alencar. Em qualquer dos casos, a intenção de Lula é formar uma grande aliança no Estado, que iria do PT ao PR de Sandro Mabel, do PC do B ao PMDB do prefeito de Goiânia, Iris Rezende, e de sua mulher, a deputada Iris de Araújo, atual presidente do partido.

Promotoria apura doação para show

A Promotoria de Defesa do Patrimônio Público do Ministério Público de Minas Gerais instaurou inquérito civil para investigar um repasse de R$ 453 mil, num contrato sem licitação, da Empresa Municipal de Turismo (Belotur), da Prefeitura de Belo Horizonte, à DM Promoções e Eventos para promover um tradicional show de axé na capital mineira. Os recursos teriam sido usados para contratar a cantora Ivete Sangalo e o grupo baiano Chiclete com Banana para o Axé Brasil 2009. O promotor de Justiça Eduardo Nepomuceno afirma ter identificado uma "imperfeição técnica" no contrato. Ele questiona o fato de um evento privado receber verba pública. O Axé Brasil 2009 ocorreu em abril com ingressos de até R$ 600.

Começa operação de busca no Araguaia

Geólogos das universidades de Brasília e do Ceará começaram ontem a rastrear o solo da antiga base militar da Casa Azul, em Marabá, em busca de ossadas de integrantes da Guerrilha do Araguaia, movimento armado contra a ditadura (1972-1975). As escavações, que devem ocorrer a partir de amanhã, incluem nesta primeira fase o sítio Tabocão, em São Domingos do Araguaia, o antigo garimpo do Matrinxã e a Clareira Cabo Rosa, em Brejo Grande. Esses locais - apontados como áreas de fuzilamento nas reportagens divulgadas em junho e julho pelo Estado - não estavam na lista inicial de pontos que seriam analisados pela expedição montada pelo Ministério da Defesa para buscar corpos, com exceção da Casa Azul.

Correio Braziliense

Turbulências na campanha

A candidatura da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, atravessa o momento mais delicado de campanha. Com a opção do PSB pelo lançamento do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) ao Palácio do Planalto e a quase certa candidatura da senadora Marina Silva (PT-AC), pelo PV, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi colocado em xeque. Os aliados aproveitaram um momento de estagnação da candidata para cobrar mais caro o apoio nos estados e na aliança presidencial. A mudança do cenário favorável a Dilma Rousseff ocorreu em meio à crise no Senado e às dificuldades do PT (1)em avançar nas conversas sobre as alianças estaduais. A missão de retirar a candidata do marasmo está nas costas de Lula. A primeira é a aliança com o PMDB, que sofre com falta de entendimento em Minas Gerais, Pará, Ceará, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná. A segunda é amarrar todos os aliados em torno de Dilma e evitar as candidaturas de Marina e Ciro Gomes.

Tentativa de frear a crise

Depois de uma terça-feira em que todos se apresentaram aparentemente mais desarmados em plenário, a crise do Senado mergulhou para um intenso freio de arrumação nos bastidores e contou com a intervenção do Palácio do Planalto. O armistício, no entanto, não debelou a crise nem escondeu o impasse: O presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), não aceita que seus aliados, especialmente o PT, duvidem da sua “lisura política” e ajam a fim de tentar reabrir representação contra ele. E existe a intenção dos petistas de, ao menos, investigar se houve quebra de decoro no ato que nomeou o namorado da neta de Sarney a um cargo no Senado, conforme antecipou o Correio.

Na pauta, Lina Maria

O esquema de guerra montado pelo Ministério da Fazenda para blindar o secretário interino da Receita Federal, Otacílio Cartaxo, no depoimento de ontem à CPI da Petrobras, não funcionou. E os esclarecimentos de Cartaxo reforçaram — ao menos para a oposição — a necessidade de a ex-titular do Fisco Lina Maria Vieira prestar contas ao Senado. Com declarações técnicas, mas pouco esclarecedoras, Cartaxo não explicou por que a antecessora questionou, em nota à imprensa, uma manobra tributária que teria resultado numa compensação de R$ 4,3 bilhões para a Petrobras em 2008. Na CPI, a base aliada descarta convocar Lina Maria, mas governistas admitem que ela pode ser chamada por outra comissão da Casa.

PF vai apurar invasão do MST

Com a suspeita de que servidores do Ministério da Fazenda, em Brasília, teriam facilitado a invasão dos cerca de 500 militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), por volta das 9h de ontem, na sede do órgão, a Polícia Federal (PF) vai abrir investigação para apurar se houve conivência de agentes públicos. Caso seja confirmado o envolvimento de funcionários do Executivo, a PF vai instaurar inquérito. A suposta flexibilização da segurança no prédio bate de frente com a orientação do ministro Guido Mantega, que, um dia antes do protesto, teria solicitado reforço policial devido à presença dos sem-terra, que só desocuparam o órgão às 17h.

Sumidouro de dinheiro

A palavra sumidouro é definida no dicionário como “lugar onde somem muitas coisas” ou “abertura por onde o líquido se escoa, podendo tratar-se de um rio que desaparece terra adentro”. No caso de Januária, cidade ao norte de Minas Gerais, com 63 mil habitantes, o termo pode ser aplicado também para o sumiço e a malversação de recursos públicos. A verba liberada pelo governo federal para a construção de uma barragem na zona rural do município, batizada de Sumidouro, evaporou sem que a obra saísse do papel. Resultado: centenas de famílias que seriam beneficiadas pela barragem vão continuar sofrendo com a falta d’água.

O Globo

Anac propõe acelerar privatização do Galeão

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) propõe que a exploração dos aeroportos pela iniciativa privada possa ser feita também pelo regime de autorização - e não só de concessão. De acordo com o decreto enviado pela agência a vários órgãos de governo, esse instrumento poderá ser usado na construção do novo aeroporto de São Paulo e na privatização do Antônio Carlos Jobim (Galeão). A proposta gerou polêmica até mesmo dentro do governo porque prevê menos rigor na fiscalização pelos órgãos de controle.

Gripe: vacina traz riscos, alerta cientista

A pressa para produzir uma vacina contra o H1N1 eliminou testes de segurança. O alerta é de um dos maiores especialistas em saúde da Alemanha. A técnica seria perigosa. A epidemia fez as vendas de Tamiflu triplicarem.

Macedo é acusado de usar 'laranja' e ocultar bens

Na ação enviada à Justiça de São Paulo, o Ministério Público acusa o fundador da Igreja Universal, Edir Macedo, de ocultar bens com a ajuda de "laranjas" e falsificar documentos. Esse estratagema seria usado na compra de emissoras de rádio e TV: O dinheiro do esquema vinha de doações de fiéis. Macedo e mais 9 são réus na ação.

Senado mantém gratificações de atos secretos

O presidente do Senado, José Sarney, recuou e decidiu manter as gratificações concedidas por atos secretos a 70 servidores. O senador Tasso Jereissati pediu desculpas pelo bate-boca com o colega Renan Calheiros.

Guerra de versões opõe Dilma e Lina

A ex-secretária da Receita Lina Vieira reafirmou ontem que teve encontro sigiloso com Dilma Rousseff, a pedido da ministra, sobre investigações do Fisco em empresas da família do senador Sarney. Dilma voltou a negar o encontro e disse que Lina teria de provar.

Área cultural reivindica lei fiscal própria

Em reunião com o ministro da Cultura, Juca Ferreira, produtores do setor defenderam mudanças nas leis trabalhistas e tributárias para facilitar a contratação de mão de obra e estimular a legalização.

Jornal do Brasil

Alerj aprova lei contra o fumo em locais públicos

A exemplo da lei antifumo de São Paulo, a Assembleia Legislativa do Rio aprovou lei que proíbe o fumo em locais públicos total ou parcialmente fechados no estado. O texto veta o consumo de cigarros, cigarrilhas, charutos e cachimbos e pode punir os proprietários ou responsáveis por estabelecimentos comerciais ou meios de transporte público. As multas chegarão até R$ 30 mil.

O inexplorado mercado dos biocombustíveis

A queda de mais de 70% do preço do barril de petróleo tornou os combustíveis fósseis mais atraentes, o que é preocupante para o meio ambiente, uma vez que a gasolina e o diesel estão entre os principais causadores do efeito estufa. Para discutir como reduzir a queima desses produtos, os biocombustíveis e a conscientização da sociedade para a nessecidade de energia limpa, a Casa Brasil e o JB reúnem os principais representantes do setor, no seminário A educação ambiental e o futuro do mercado de biocombustíveis no Brasil.

Polêmica atinge o reparte do Tamiflu

O antiviral Tamiflu, contra a gripe suína, deve ser tomado até 48 horas após os primeiros sintomas, o que abriu polêmica entre especialistas. A distribuição do remédio deve ser liberada às farmácias ou continuar na rede pública?

Forte terremoto deixa 1 morto e 60 feridos no Japão

Forte terremoto deixa 1 morto e 60 feridos no Japão

Tremor de 6,6 graus de magnitude provocou interrupção de reatores nucleares e do trem-bala
Redação Mais Comunidade

Imagem mostra fenda em jardim causada pelo terremoto de 6,5 graus de magnitude no Japão

Dois fortes terremotos atingiram a Ásia nesta terça-feira, 11, (hora local), matando ao menos uma pessoa e ferindo dezenas na costa do Japão e espalhando pânico entre os moradores. O tremor provocou a interrupção automática os trabalhos de dois reatores nucleares e a paralisação durante duas horas do serviço de trem-bala na área.

Segundo o Serviço Geológico dos EUA, o primeiro terremoto - de 7,6 graus de magnitude - foi registrado no Oceano Índico, perto das Ilhas Andaman, na Índia. Um alerta de tsunami foi emitido para a Índia, Mianmar, Indonésia, Tailândia e Bangladesh, países castigados pelo tsunami de 2004. O abalo sísmico não deixou vítimas. No Japão, uma pessoa morreu e mais de 63 foram feridas quando um tremor de 6,6 graus de magnitude atingiu Tóquio e foi sentido na região central do país. Segundo a polícia, uma mulher de 43 anos morreu por conta da queda de escombros. A imprensa japonesa fala em até 80 feridos.

O fato de o tremor ter acontecido relativamente perto da superfície fez com que fosse sentido com muita intensidade em uma ampla área do centro do Japão, que também tem uma elevada densidade de população. Na escala japonesa, que vai até 7, concentrada mais nas áreas atingidas do que na intensidade do tremor, o terremoto chegou ao grau 6 em zonas do centro e oeste de Shizuoka, apesar de, em Tóquio, ter alcançado a intensidade mais baixa de 3.

As imagens de televisão mostraram produtos caídos em supermercados, estradas com o asfalto quebrado, rachaduras em muitas casas e muros destruídos, em meio à chuva que caiu com força durante esta semana no Japão. Além disso, houve pelo menos quatro pequenos incêndios na cidade de Shizuoka e 9,5 mil pessoas ficaram sem energia elétrica temporariamente em Omaezaki, onde o terremoto causou também interrupções no abastecimento de água, devido à ruptura de encanamentos.

O primeiro-ministro do Japão, Taro Aso, hoje uma equipe de trabalho em seus escritórios para coletar informações sobre o terremoto, que, além disso, ocorreu nas províncias de onde o tufão Etau está se aproximando. Em sua passagem na segunda-feira pelo oeste do Japão, esse tufão deixou pelo menos 13 mortos e 17 desaparecidos nas províncias de Hyogo e Okayama, sem que os trabalhos de resgate, até o momento, tenham dado resultados positivos.

A Agência Meteorológica do Japão alertou a população sobre possíveis inundações e deslizamentos de terra devido à passagem do tufão, mas tranquilizou os habitantes, afirmando que não se espera que o terremoto desta madrugada seja o prelúdio do grande terremoto que pode atingir um dia a região de Tokai, segundo crença popular.

http://www.maiscomunidade.com/conteudo/2008-05-19/mundo/19109/-FORTE-TERREMOTO-DEIXA-1-MORTO-E-60-FERIDOS-NO-JAPAO.pnhtml


Por causa deste terremoto, a agência de metereologia do Japão emitiu um alerta de tsunami, que só foi cancelado duas horas depois, quando não havia mais risco. Várias construções ficaram destruídas.


Terremoto atinge grande área do Japão e deixa cerca de 100 feridos

foto: AP

Terremoto causou o fechamento de rodovias e fez com que se formassem filas de carros em Tóquio

Facebook compra site com ferramenta de busca e desafia Google

Facebook compra site com ferramenta de busca e desafia Google

O site de relacionamentos sociais Facebook comprou o site de compartilhamento de conteúdo FriendFeed, que permite aos usuários dividir instantaneamente informações encontradas na net, desafiando o domínio do Google, segundo especialistas da indústria.

A expectativa era de que o próprio Google ou o Twitter comprassem a companhia, que vem sendo elogiada por sua ferramenta de busca "em tempo real".

Este tipo de ferramenta é valorizada porque permite ao usuário saber o que está acontecendo neste momento, em qualquer assunto.

"Google, abre o olho, o Facebook sabe que o dinheiro de verdade está na busca em tempo real", disse o especialista e respeitado blogger Robert Scoble.

"O Google é o rei das buscas regulares. O FriendFeed é o rei das buscas em tempo real. Isso torna muito mais interessante a batalha que vem por aí", disse Scoble à BBC News.

Em maio passado, o fundador do Google, Larry Page, admitiu que a gigante de buscas ficou atrás de outros serviços online, como o Twitter, que conta com quase 45 milhões de usuários em todo o mundo.

"As pessoas realmente querem fazer as coisas em tempo real e creio que eles (Twitter) fizeram um grande trabalho", disse Page, admitindo que o Google ficou para trás neste campo.

Tiro de advertência

Outros analistas do Vale do Silício concordam que a compra mudou o jogo.

"O Facebook não conseguiu comprar o Twitter, então, esta é a segunda melhor opção", disse Ben Parr, editor associado do Marshable, um blog de notícias que cobre mídias sociais.

"O FriendFeed é conhecido por ter tecnologia inteligente e poderosa que permite aos usuários agregar tudo o que eles fazem online, e fazê-lo em tempo real."

"Com esta aquisição, o Facebook está atirando diretamente não apenas contra o Twitter, mas também o Google. Este é um tiro de advertência para essas duas empresas", disse Parr à BBC News.

Scoble lembrou ainda que a ferramenta de buscas em tempo real do FriendFeed pesquisa um período de até 18 meses, em comparação com apenas alguns dias no Twitter.

Há algum tempo, analistas do Vale do Silício vêem o FriendFeed como uma inspiração para muitos dos aplicativos do Facebook.

Entre eles está a habilidade de importar atividades de outros serviços, como o YouTube e o Flickr, além de permitir aos usuários comentar o conteúdo postado por outros e dizer se "gostam" ou "não gostam" de algum comentário.

"Na prática, o FriendFeed tem sido o departamento de pesquisa e desenvolvimento do Facebook, já há algum tempo", disse Scoble, um dos usuários mais populares do serviço, que conta com 46 mil assinantes.

"Eles têm a melhor comunidade de tecnologia na rede e o Facebook deve continuar a usá-los para testar novos aplicativos antes de transferi-los para o Facebook."

Negociações

As empresas já vinham conversando há dois anos, mas mesmo assim, a compra pegou muita gente de surpresa no Vale do Silício.

O co-fundador do FriendFeed, Bret Taylor, admitiu que foi um negócio de última hora.

Analistas da indústria esperavam que o Google fizesse uma proposta de compra, principalmente porque o FriendFeed foi fundado por ex-funcionários da empresa.

"O FriendFeed aceita o pedido de solicitação de amizade do Facebook", anunciou Bret Taylor, brincando com a linguagem do site de relacionamentos.

"Como minha mãe me explicou, quando duas companhias se amam muito, elas formam um veículo estruturado de investimento", continuou ele em seu blog.

"Nossas companhias têm uma visão comum. Agora temos a oportunidade de trazer muitas das inovações que desenvolvemos no FriendFeed para os 250 milhões de usuários do Facebook mundo afora."

O fundador do Facebook, Mark Zuckeberg, também elogiou a compra.

"Desde que usei o FriendFeed pela primeira vez, admirei sua equipe por criar um serviço tão simples e elegante para que os usuários pudessem compartilhar informações."

"Como isso mostra, nossa cultura continua a fazer do Facebook um lugar onde os melhores engenheiros vêm para construir coisas rapidamente, que muitas pessoas vão usar."

Como parte do acordo, todos os funcionários do FriendFeed vão ser aproveitados pelo Facebook e os quatro fundadores da empresa vão ter cargos de liderança nas equipes de engenharia e produto do site de relacionamentos.

O FriendFeed vai continuar funcionando de forma independente, pelo menos por enquanto.

"Eventualmente, de um jeito ou de outro, é difícil crer que o FriendFeed vai continuar a existir como existe hoje", disse MG Siegler, do site de notícias TechCrunch, do Vale do Silício.

"O Facebook vai começar a usar tanto do tempo do FriendFeed que ele vai perecer. É triste, mas é a rede. Nem todos os serviços podem florescer. Simplesmente, não há usuários com tempo suficiente para usar todos eles."

http://www.primeiraedicao.com.br/_IMG/logo.jpg
por BBC Brasil

Australiana nega relação com desaparecimento de Madeleine McCann

Australiana nega relação com desaparecimento de Madeleine McCann

MELBOURNE (AFP) - Uma australiana negou ter informações sobre o desaparecimento da menina britânica Madeleine McCann depois que uma amiga a identificou como a misteriosa testemunha procurada pelos investigadoes do caso.

Uma australiana negou ter informações sobre o desaparecimento da menina britânica Madeleine McCann depois que uma amiga a identificou como a misteriosa testemunha procurada pelos investigadoes do caso.  Foto:Abdelhak Senna/AFP
Uma australiana negou ter informações sobre o desaparecimento da menina britânica Madeleine McCann depois que uma amiga a identificou como a misteriosa testemunha procurada pelos investigadoes do caso. Foto:Abdelhak Senna/AFP


"Não tenho qualquer relação com a menina", afirmou Judith Aron, de 53 anos, ao grupo Fairfax Media, em sua casa em Melbourne.

Os detitives particulares informaram na semana passada que procuraram uma mulher parecia com Victoria Beckham (ex-integrante das Spice Girls e esposa do jogador David Beckham) e com sotaque australiano que teria falado com um britânico do lado de fora de um bar em Barcelona três dias depois do desaparecimento de Maddie em Portugal, em 2007.

Aparentemente, ela teria perguntado se estava ali para "para entregar sua nova filha" antes de entender que não se tratava do homem que procurava.

Fairfax informou que uma amiga de Aron indicou à polícia acreditar que a mulher de Melbourne era a descrita pelo retrato falado publicado pelos investigadores britânicos, que trabalhavam para os pais de Madeleine.

Mas Aron, que é mãe de uma menina de cinco anos, afirma que se trata de um engano.

"Tenho 53 anos e claro que não me pareço com uma Spice Girl. E não saí da Austrália desde 2000", concluiu.
http://g1.globo.com/Noticias/Mundo/foto/0,,21575656,00.jpg
Madeleine tinha quase quatro anos quando desapareceu do hotel em que passava férias com a família em Praia da Luz, Algarve, Portugal, em 3 de maio de 2007.

http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/090809/mundo/gb_portugal_australia_crime

Resumo das noticias dos jornais de hoje – 11/08/2009

Terça-feira, 11 de agosto de 2009

Manchetes dos jornais: Senado tenta acordo para livrar Sarney e Virgílio

O Estado de S. Paulo

Planalto e líderes tentam acordo para inocentar Sarney e Virgílio

O governo e os principais líderes aliados e da oposição já trabalham abertamente em favor de um "acordão" entre o PMDB e o PSDB para resolver a crise no Senado. Mesmo considerada difícil, a saída política para o impasse começou a ser construída ontem por interlocutores de peso dos dois partidos, na tentativa de salvar tanto o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), como o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM). Em conversas reservadas, porém, auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva deram a senha para a trégua: pediram que os tucanos não ponham mais combustível na crise, se não quiserem ver o PMDB esticar novamente a corda. Os principais articuladores da negociação são os líderes do governo, Romero Jucá (PMDB-RR); do PMDB, Renan Calheiros (AL); do PT, Aloízio Mercadante (SP), e o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). Nem todos, porém, têm falado a mesma língua e há estocadas de parte a parte.

Presidente atua para isolar Dilma da crise

Preocupado com o desgaste político de sua candidata à sucessão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu ontem em defesa da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. O temor do Planalto é que Dilma seja "colada" à crise que envolve o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). O governo também não quer Dilma como personagem da CPI da Petrobrás. Em Quito, capital do Equador, Lula afirmou que considera uma fantasia a declaração da ex-secretária da Receita Federal Lina Maria Vieira de que teria recebido um pedido de Dilma, no fim de 2008, para "agilizar a fiscalização" envolvendo Fernando Sarney, filho do presidente do Senado. Lina disse que considerou a solicitação um recado para "encerrar" as investigações sobre empresas geridas por Fernando Sarney.

Serra diz que Lula interferiu no Conselho de Ética

Em entrevista à rádio Tudo FM de Salvador, o governador de São Paulo, José Serra, afirmou ontem que o governo federal interferiu na crise do Senado. "Não tenho participado dessa discussão, mas fui senador e sei como aquela Casa funciona." Serra não citou diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas deixou claro que identificou a participação do Palácio do Planalto nos acontecimentos do Senado. "Na condição de governador tenho de manter uma relação institucional com o Senado. Houve realmente interferência do Executivo", disse. "Espero que os próprios senadores encontrem uma saída para essa crise." Em Quito, o presidente tentou se descolar dos acontecimentos no Senado e declarou que seria "presunção" interferir nos processos abertos no Conselho de Ética contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP)."Eles têm os mecanismos. Que investiguem, que absolvam, que punam. Mas que não peçam a minha opinião."

Sarney valida atos secretos de reajustes

Pressionado internamente, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), decidiu manter as gratificações incorporadas aos salários de servidores de carreira por meio de atos secretos. Sarney ainda anistiou o passado. Ninguém terá de devolver qualquer bônus, mesmo que tenha sido concedido em boletim sigiloso. Pelo menos 70 funcionários foram beneficiados, incluindo um assessor de Sarney e aliados do ex-diretor-geral Agaciel Maia, além de sua mulher, Sânzia Maia. A decisão - assinada pelo próprio Sarney - foi publicada discretamente no sábado, em meio a 200 páginas do Diário Oficial do Senado. Até ontem, não havia saído no Diário Oficial da União. A medida - de número 313/2009 - convalidou 80 atos secretos que tratam das chamadas "funções comissionadas", espécie de bônus salarial que varia de R$ 1,3 mil a R$ 2,4 mil. Alguns boletins estipulam pagamentos de gratificações com datas retroativas.

PF indicia Zoghbi por formação de quadrilha

A Polícia Federal indiciou ontem João Carlos Zoghbi, ex-diretor de Recursos Humanos do Senado, por formação de quadrilha, concussão e inserção de dados falsos em sistema público de informação. Zoghbi é acusado de favorecer a Contact Assessoria de Crédito dentro do Senado. Uma babá que trabalhou para ele aparece como sócia da empresa, que intermediou a realização de empréstimos consignados para funcionários da Casa. O ex-diretor foi indiciado após prestar depoimento ontem pela manhã. Ele negou a interferência para ajudar a Contact e também disse que jamais inseriu dados falsos no sistema de crédito consignado do Senado. A PF utiliza como elemento contra o ex-diretor uma investigação interna da Casa que mostra como funcionou a fraude na folha de pagamento. Zoghbi, segundo a apuração, inseria informações falsas para permitir que os servidores contraíssem empréstimos acima do limite estabelecido de 30% do salário.

Guerra diz que devolverá diárias pagas à filha se for provada ilegalidade

O presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), disse ontem que, se ficar comprovada a ilegalidade do pagamento de diárias de uma viagem feita por sua filha a Nova York, ele devolverá o dinheiro. Reportagem publicada pelo jornal Folha de S.Paulo revelou que a filha do senador Helena Olympia de Almeida Brennand Guerra foi para os Estados Unidos, em fevereiro de 2007, e gastou R$ 4.580,40 em diárias pagas com dinheiro público para acompanhar o pai, que foi a Nova York fazer exames médicos. Guerra explicou que teve um problema no intestino e foi aconselhado por médicos brasileiros a consultar um médico norte-americano. Segundo o senador, ele recebeu autorização do Senado para ser acompanhado na viagem pela filha e nunca foi informado sobre a necessidade de devolver o dinheiro.

Auditoria identifica ''caos'' no TRF em Brasília

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Conselho da Justiça Federal (CJF) concluíram na sexta-feira inspeção no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília, e confirmaram suspeitas de irregularidades, como elevada taxa de congestionamento de processos. A auditoria, executada por 9 juízes e 19 servidores do CNJ e do CJF, abrangeu secretarias, gabinetes de desembargadores, setores administrativos e departamentos do tribunal.

Marina leva Ciro a rever plano para sucessão

Antes mesmo de ser confirmada, a candidatura da senadora Marina Silva (PT-AC) à Presidência da República já começou a impactar nas articulações para a eleição do ano que vem. Diante do convite feito pelo PV a Marina para que saia candidata ao Planalto em 2010, o deputado Ciro Gomes (PSB-CE) começou a rever a possibilidade de disputar o governo de São Paulo e voltou a investir na tese de que quer mesmo concorrer à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ciro comentou com aliados que a entrada de Marina na corrida criaria um cenário muito mais favorável a uma candidatura sua ao Planalto. Com a senadora na disputa, argumentou, a eleição perderia o caráter plebiscitário esperado pelo PT e pelo PSDB, ajudando a garantir um segundo turno. A expectativa é de que Ciro diga pessoalmente a Lula que quer concorrer à Presidência. Os dois devem se reunir esta semana com o presidente do PSB, governador Eduardo Campos (PE), e dirigentes das duas siglas. A previsão era de que o encontro fosse um jantar em Brasília, amanhã. Até ontem, não havia confirmação.

Gil nega convite para posto de vice na chapa

Gilberto Gil, cantor, compositor e ex-ministro da Cultura, disse ontem que não foi convidado para ser vice numa eventual candidatura da senadora Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente, à Presidência. Gil, que ensaiava ontem à tarde no Rio de Janeiro com a sambista Dona Ivone Lara, respondeu à questão da candidatura por meio de sua assessoria de imprensa. Segundo o artista, não houve um convite oficial e ele prefere não falar sobre hipóteses. "Eu não tenho de falar sobre o que eu faria se houvesse um convite, é meu direito não falar sobre isso", afirmou.

Gravação contra Yeda vaza na web

As mais de 1,2 mil páginas da peça inicial que compõem a ação de improbidade administrativa que o Ministério Público Federal moveu contra a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), e mais oito pessoas vazaram ontem na internet, embora contenham provas protegidas por sigilo telefônico, bancário e fiscal. O documento, distribuído em cinco arquivos digitais, foi publicado inicialmente no site do jornalista Políbio Braga e posteriormente pelo jornal Zero Hora. Na semana passada, quando divulgou que moveria a ação, o Ministério Público não detalhou quais seriam as irregularidades atribuídas a cada um dos réus argumentando o sigilo do processo, que pediu para ser suspenso. A juíza acolheu parcialmente a solicitação, determinando o levantamento do sigilo dos autos, exceto sobre informações bancárias, financeiras e fiscais.

Curió terá de entregar acervo sobre guerrilha

A 1ª Vara Federal de Brasília convocou o tenente-coronel Sebastião Curió para depor sobre a guerrilha do Araguaia. Curió deverá entregar todos os documentos que tiver sobre a guerrilha em no máximo 60 dias. As informações são da Advocacia-Geral da União (AGU).

Juiz acata denúncia contra líder da Universal

A Justiça recebeu ontem denúncia do Ministério Público de São Paulo e abriu ação criminal contra Edir Macedo e outros nove integrantes da Igreja Universal do Reino de Deus sob a acusação de formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. A denúncia, aceita pelo juiz Glaucio Roberto Brittes, da 9ª Vara Criminal de São Paulo, resulta da mais ampla apuração sobre a movimentação financeira da igreja já feita em seus 32 anos de existência. Iniciada em 2007 pelo Ministério Público de São Paulo, a investigação quebrou os sigilos bancário e fiscal da Universal e levantou o patrimônio acumulado por seus membros com dinheiro dos fiéis, entre 1999 e 2009 - embora não paguem tributos, igrejas são obrigadas a declarar doações que recebem. Segundo dados da Receita Federal, a Universal arrecada cerca de R$ 1,4 bilhão por ano em dízimos. As receitas da igreja superam as de companhias listadas em Bolsa - e que pagam impostos -, como a construtora MRV (R$ 1,1 bilhão), a Inepar (R$ 1,02 bilhão) e a Saraiva (R$ 1,09 bilhão). Somando-se as transferências atípicas e os depósitos bancários em espécie feitos por pessoas ligadas à Universal, o volume financeiro da igreja no período de março de 2001 a março de 2008 foi de cerca de R$ 8 bilhões, segundo informações do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), órgão do Ministério da Fazenda que combate a lavagem de dinheiro. A movimentação suspeita da Universal somou R$ 4 bilhões de 2003 a 2008.

Doações originaram patrimônio, diz acusação

A denúncia feita pelo Ministério Público de São Paulo levantou o patrimônio construído pela Igreja Universal em seus 32 anos de existência.
Ele seria composto por 23 emissoras de TV e 42 emissoras de rádio, quatro firmas de participações, uma agência de turismo, uma imobiliária, uma empresa de seguro de saúde, duas gráficas, uma gravadora, uma produtora de vídeos, uma construtora, uma fábrica de móveis e duas financeiras. A igreja teria ainda uma empresa de táxi aéreo de nome Alliance Jet, que possui três aviões, um deles adquirido em 2007 por US$ 28 milhões.

Folha foi alvo de 107 ações de fiéis da igreja

Em 15 de dezembro de 2007, a Folha publicou a reportagem "Universal chega aos 30 anos com império empresarial", que descrevia o conglomerado de empresas da Igreja Universal do Reino de Deus. Com essa reportagem, a jornalista Elvira Lobato ganhou, no ano seguinte, o Prêmio Esso. Após a publicação, fiéis da Igreja Universal de vários municípios do país entraram com 107 ações judiciais contra a jornalista e a Empresa Folha da Manhã, que edita a Folha, pedindo indenização por danos morais, alegando que se sentiram ofendidos com a reportagem, embora nenhum deles tenha sido citado. Todas as 84 ações julgadas até agora tiveram sentenças favoráveis à Folha. Restam 23 ações pendentes.

Réus atuaram em outras empresas ligadas ao grupo

Além de Edir Macedo, líder da Igreja Universal e dono da TV Record, há outros nove réus no processo criminal aberto na 9ª Vara Criminal em São Paulo por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Todos, segundo o Ministério Público, contribuíram de forma decisiva para a lavagem de dinheiro dos fiéis da Universal ao "exerceram funções de comando em empresas ligadas ao grupo criminoso, em especial nas empresas Unimetro Empreendimentos S/A e Cremo Empreendimentos S/A".

Receita fiscalizou e aprovou contas de empresas, diz defesa

As empresas apontadas pelo Ministério Público como fachada para a movimentação do dinheiro pago por fiéis como dízimo já foram fiscalizadas pela Receita Federal e tiveram suas contas aprovadas. É o que afirma Arthur Lavigne, advogado dos dez líderes da Igreja Universal do Reino de Deus que foram denunciados pelo Ministério Público de São Paulo por lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. Lavigne apresentou à Folha um "Termo de Encerramento de Fiscalização" da Receita Federal em que está descrita a movimentação, referente ao ano de 2005, de quatro contas da Cremo Empreendimentos S/A nos bancos do Brasil, Safra, Rural e Bradesco.

Empresário liga propina ao comando da Alstom

O suposto pagamento de propina a políticos para conseguir contratos com o governo de São Paulo partiu da cúpula da Alstom em Paris, segundo depoimento ao Ministério Público do empresário Romeu Pinto Junior. Ele tem conhecimento de causa sobre o assunto: representava a MCA Uruguay, empresa que a Alstom usou para trazer o dinheiro da Europa para o Brasil, de acordo com o Ministério Público da Suíça.

Empresa afirma que acusação ofende executivo

A Alstom no Brasil afirma por meio de nota enviada à Folha que "as sérias acusações contra Philippe Jaffré são chocantes e ofendem a integridade e honestidade de um homem que ocupou altas posições não somente em órgãos públicos na França, mas também em indústrias e bancos mundialmente respeitados". Jaffré trabalhou em bancos como o Stern e na petroleira Elf Aquitaine. No governo de Édouard Balladur (1984-1985), teve atuação no Tesouro francês e cuidou do processo de privatização.

Lago leva ao STF discussão sobre nova eleição

O ex-governador Jackson Lago (PDT) conseguiu levar ao Supremo Tribunal Federal o debate sobre a realização de nova eleição no Maranhão, hoje comandado por Roseana Sarney (PMDB). Ontem, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Carlos Ayres Britto, autorizou que um dos recursos dos advogados de Lago contra a cassação de seu mandato seja analisado pelo STF. Ainda não há data para o julgamento.

Indenizações a anistiados já somam R$ 2,9 bi

Balanço divulgado ontem pelo Ministério da Justiça mostra que as reparações financeiras a perseguidos pela ditadura militar (1964-85) somam R$ 2,88 bilhões -o total pago até agora fica abaixo dos R$ 500 milhões. O presidente da Comissão de Anistia, Paulo Abrão, criticou o alto valor de algumas indenizações e disse que uma nova interpretação da lei, aplicada a partir de 2007, reduziu os pagamentos pela metade.

Juíza nega pedido de afastamento de Yeda no RS

A juíza federal de Santa Maria (RS), Simone Barbisan Fortes, rejeitou ontem o pedido feito pelo Ministério Público Federal para afastar do cargo a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB). A tucana e outras oito pessoas são alvo de denúncia de improbidade administrativa por suspeitas de terem se beneficiado da fraude de R$ 44 milhões do Detran-RS. No despacho divulgado ontem à noite, a juíza afirmou que, como a fraude foi interrompida em 2007, Yeda não poderá "afetar negativamente" a ação.

Serra volta ao Nordeste e diz que virou político na Bahia

Empenhado em fortalecer sua possível candidatura à Presidência em 2010, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), fez ontem sua segunda visita ao Nordeste em menos de dez dias. "Eu aprendi a ser político na Bahia, no tempo em que eu era do movimento estudantil, que não era essa coisa oficialista que é hoje. Eu me elegi presidente da UNE graças aos baianos. Paulista não sabe fazer política", afirmou. Na visita, encontrou dois eventuais candidatos no Estado: Paulo Souto (DEM), que fechou aliança com o PSDB, e o governador Jaques Wagner (PT), com quem assinou um acordo tributário.

Ex-chefe da Receita fantasiou reunião com Dilma, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou de "fantasia" a declaração da ex-chefe da Receita Lina Maria Vieira de que a ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) pediu que a investigação feita pelo órgão nas empresas da família Sarney fosse concluída rapidamente. Dilma, em visita a Natal ontem, negou ter se encontrado a sós com Lina e disse que nunca tratou desse assunto com ela. Em reportagem publicada anteontem pela Folha, Lina afirmou que foi chamada para um encontro a sós com Dilma no final do ano passado. A ex-secretária diz ter interpretado o pedido como um recado para encerrar a investigação.

"Ela sabe que falou comigo", reitera Lina

A ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira reiterou ontem que esteve no gabinete de Dilma Rousseff (Casa Civil) e que a ministra lhe pediu para encerrar logo o processo de investigação nas empresas da família Sarney.
"Ela sabe que eu estive lá e sabe que falou comigo. A Erenice [Guerra, secretária-executiva da Casa Civil] também, porque esteve no meu gabinete para marcar. Não custava nada ela ter dito a verdade. Qual a dificuldade? Na minha biografia não existe mentira."

CPI pode fechar audiência de secretário da Receita

O relator da CPI da Petrobras e líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), se reuniu com técnicos da Receita Federal um dia antes do depoimento do chefe interino do órgão, Otacílio Cartaxo. Ficou acertado que parte da reunião, marcada para a tarde de hoje, pode ser fechada para a Receita esclarecer detalhes da mudança contábil que permitiu a estatal deixar de pagar R$ 2,14 bilhões em impostos. Cartaxo recebeu ontem orientações do ministro Guido Mantega (Fazenda) sobre como responder as perguntas na CPI da Petrobras. A Folha apurou que o ministro disse a Cartaxo para não aceitar provocações da oposição e tomar cuidado para não dar informação que possa significar quebra de sigilo fiscal da empresa.

Oposição tenta reabrir as acusações contra Sarney no conselho

A oposição entrou ontem com recursos no Conselho de Ética do Senado para tentar abrir ao menos um processo por quebra de decoro contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). Não há data ainda para votação pelo órgão. Na semana passada, o presidente do conselho, Paulo Duque (PMDB-RJ), havia arquivado sumariamente as 11 acusações contra Sarney. Com 5 dos 15 membros do conselho, a oposição precisa dos votos dos três petistas do órgão para aprovar os recursos. O PT vem sinalizando que deve votar a favor do desarquivamento de um dos requerimentos, o que trata de atos secretos.

PF indicia ex-diretor de RH do Senado por três crimes

O ex-diretor de Recursos Humanos do Senado João Carlos Zoghbi foi indiciado ontem pela Polícia Federal pelos crimes de concussão (extorsão praticada por funcionário público), inserção de dados falsos em sistemas de informação e formação de quadrilha. Ele foi responsabilizado pela atuação no mercado de empréstimo consignado em folha de pagamento de servidores da Casa. Segundo a PF, Zoghbi autorizou negociações acima do limite permitido -30% dos rendimentos de cada funcionário- para favorecer a empresa do filho Marcelo, a Contact Assessoria de Crédito Ltda.

Correio Braziliense

Guerra fria entre PT e PMDB

Anunciada pelo presidente do PT, Ricardo Berzoini, na última quinta-feira, a intenção da bancada do partido de pedir a abertura de investigação no Conselho de Ética contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), deixou o PMDB revoltado e novamente colocou os dois maiores partidos da base governista em campos opostos no Senado. Em conversas reservadas, o próprio Sarney não escondeu o desconforto com a atitude de Berzoini e com a posição de Aloizio Mercadante (PT-SP), que comanda a bancada. A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), também não gostou e, internamente, classificou a postura do aliado no plano nacional como de extrema deslealdade.

Zoghbi indiciado pela PF

Após três meses de investigações, a Polícia Federal indiciou ontem o ex-diretor de Recursos Humanos do Senado João Carlos Zoghbi no inquérito que apura irregularidades na liberação de empréstimos consignados a servidores da Casa. Zoghbi tornou-se alvo da investigação da PF, a pedido do Ministério Público Federal, depois de a imprensa ter revelado que sua ex-babá Maria Isabel Gomes, de 83 anos, era sócia de empresas de consultoria que intermediavam contratos de crédito consignado com o Senado. O ex-diretor de Recursos Humanos foi interrogado no fim da manhã pelo delegado Gustavo Buque, na Superintendência da PF em Brasília. Segundo investigadores, negou ter cometido qualquer irregularidade nas três horas de depoimento. Mesmo assim, saiu de lá indiciado por três crimes: concussão (extorsão praticada por funcionário público), inserção de dados falsos em sistemas de informação e formação de quadrilha.

MST contra ação do DEM

Numa mobilização chamada de Jornada Nacional de Lutas por Reforma Agrária, que ocorre em todas as capitais do país, cerca de 3 mil sem-terra e integrantes da Via Campesina chegaram ontem a Brasília com uma pauta bem definida. Além da reivindicação genérica de assentamento das 90 mil famílias que integram o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) hoje acampadas nas cinco regiões brasileiras, a militância vai mirar em um projeto de lei recém-aprovado, em caráter terminativo, na Comissão de Agricultura do Senado. A matéria, cuja relatora é a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), modifica os índices de produtividade que hoje servem de parâmetro para desapropriação de terras e transfere do Executivo para o Legislativo a incumbência de atualizar tais indicadores.

Reajuste não alivia pressão

O aposentado José Carlos Vieira, 54 anos, já participou de diversas manifestações cobrando o reajuste de benefícios previdenciários. Junto a outros 600 aposentados, o ex-funcionário da Casa da Moeda interrompeu, há três meses, uma sessão da Câmara dos Deputados para pressionar os parlamentares a votar projetos de interesse da categoria. “Temos que fazer protestos quando deveríamos estar descansando”, lamenta Vieira. E nem o reajuste que vem sendo negociado com o governo Lula, previsto para entrar em vigor em janeiro de 2010, deve aliviar a pressão exercida por Vieira e seus companheiros. A intenção, agora, é manter o debate sobre propostas em tramitação no Congresso. Amanhã, o governo tem encontro marcado com centrais sindicais e representantes de aposentados e pensionistas para definir o percentual do reajuste que vai beneficiar cerca de 8 milhões de brasileiros. No entanto, o governo espera que a categoria abra mão de quatro propostas — três projetos de lei e um veto presidencial — que ainda aguardam decisão dos parlamentares.

Sanguessuga é condenado

O vereador e ex-deputado federal Cabo Júlio (PMDB-MG) foi condenado a devolver aos cofres públicos a propina que, segundo a Justiça Federal, ele recebeu da máfia das ambulâncias — desbaratada pela Operação Sanguessuga —, depositada diretamente em sua conta corrente. Ele também foi condenado ao pagamento de multa e à suspensão dos direitos políticos por 10 anos. O valor da condenação do ex-deputado é de R$ 575.472. A sentença foi dada sexta-feira pelo juiz Rodrigo de Godoy Mendes, da 7ª Vara da Justiça Federal mineira. O ex-deputado é o primeiro agente político envolvido com as fraudes das ambulâncias a ser condenado. Ao todo, 57 ex-parlamentares já foram denunciados em todo o Brasil. Ainda cabe recurso da decisão judicial, mas o nome do parlamentar já será incluído no cadastro de impedidos de disputar as próximas eleições, segundo informou o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG). Já a decisão sobre a cassação do mandato de vereador por causa da suspensão dos direitos políticos tem de ser tomada pela Câmara Municipal de Belo Horizonte.

Yeda não deixa o cargo

Poucas horas após o vazamento da íntegra da ação civil pública do Ministério Público Federal (MPF) que acusa a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius, e outras oito pessoas de participar ativamente do desvio de R$ 44 milhões do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RS), a juíza Simone Barbisan Fortes, da 3ª Vara da Justiça Federal, não aceitou o pedido do MPF para afastar Yeda do cargo. Em uma decisão de duas páginas, Simone escreveu que, como a ação é muito complexa, “fica difícil aferir a suficiência de elementos que levem a concluir pela necessidade de afastamento da governadora do seu cargo”.

O Globo

Líderes não condenam acordo da Colômbia e isolam Chávez

Com moderação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, impediram que a reunião da Unasul seguisse o clima bélico sugerido pelo venezuelano Hugo Chávez. Por proposta de Lula, o presidente americano, Barack Obama, será convidado para uma “discussão profunda" da relação com a América do Sul. O acordo militar que prevê a utilização de bases na Colômbia pelos EUA ficou para futuro debate na reunião de chaceleres e ministros de Defesa. Chávez disse sentir ''ventos de guerra".

Correa quer controlar imprensa

Ao tomar posse para o segundo mandato, o presidente do Equador, Rafael Correa, disse que é preciso perder o medo de propor formas de controlar os "excessos da imprensa". Lula voltou ao Brasil antes do discurso.

Em MT, 11 são presos por fraude no PAC

A Polícia Federal prendeu ontem onze pessoas, entre empresários, políticos e sindicalistas, acusadas de fraudar licitações para obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) em Cuiabá e em Várzea Grande (MT). Os contratos suspeitos envolvem verbas de R$ 400 milhões. Um dos presos é o procurador-geral da prefeitura de Cuiabá, administrada pelo PSDB.

Crédito para casa própria cresce 24,6%

Após quatro meses de estagnação, o volume de financiamentos imobiliários com recursos da caderneta de poupança somou R$ 2,975 bilhões em junho, com expansão de 24,6% em relação a maio. No semestre, foram 5,1% a mais.

Alerta contra o uso de Tamiflu em crianças

Médicos da Universidade de Oxford desaconselharam ontem o uso de Tamiflu e Reilenza contra a gripe suína em crianças com menos de 12 anos. Segundo eles, os efeitos colaterais não compensam qualquer benefício.

Edir Macedo vira réu por lavagem de dinheiro

A Justiça aceitou denúncia contra Edir Macedo e mais nove pessoas ligadas à Igreja Universal por formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. O grupo é acusado de desviar dinheiro de doações de fiéis para empresas de fachada e "lavar" os recursos em paraísos fiscais.

A nova obra de Collor

Depois do palavrão do aliado Renan Calheiros, o senador Fernando Collor (PTB-AL) ressuscitou o estilo "bateu, levou" e apelou para palavras de baixo calão. Na tribuna do Senado, disse que está "obrando" (defecando) na cabeça de um jornalista, a quem chamou de mentiroso. No Conselho de Ética, DEM, PSDB e PSOL subscreveram o recurso para desarquivar ações contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), mas a eficácia da medida depende do apoio dos três senadores do PT. Os petistas resistem a favor de Sarney, e a oposição ameaça ir ao STF caso as ações sejam definitivamente engavetadas.

Jornal do Brasil

Indústria volta a fazer contratações

Entre os principais países emergentes, a indústria brasileira lidera o otimismo para os próximos 12 meses. Duas em cada três empresas, segundo levantamento da consultoria KPMG, preveem recuperação da própria produção e do desempenho da economia do país. O estudo constata ainda a projeção de reaquecimento da abertura de postos de trabalho. E as contratações já recomeçaram: setores como o têxtil e de eletrodomésticos registram alta na retomada das vagas.

Suspensos voos entre 22h e 6h no Santos Dumont

A Secretaria de Estado do Ambiente determinou multa de R$ 250 mil e a interrupção das operações de pouso da rota 2 no Aeroporto Santos Dumont entre 22h e 6h. A decisão vale até que um estudo ambiental analise o impacto dos níveis de ruído nos bairros sob a rota.

Polícia descobre fraudes no PAC em Mato Grosso

A Polícia Federal prendeu 11 pesdoas em Cuiabá e descobriu indícios de irregularidades em obras do PAC na capital mato-grossense e em Várzea Grande. A fraude envolve licitações de R$ 220 milhões – R$ 7,6 milhões já haviam sido pagos a empreiteiras.

Brasil já é o 3º em mortes pela gripe

O Brasil chegou ao terceiro lugar em número de mortes por gripe suína, acima do México, onde surgiu o primeiro surto da doença. São cerca de 200 as mortes aqui contra 146 entre os mexicanos.

http://congressoemfoco.ig.com.br/noticia.asp?cod_canal=1&cod_publicacao=29267

Resumo das noticias dos jornais de hoje – 07/08/2009

sexta-feira, 07 de agosto de 2009

Manchetes dos jornais: Marina admite disputar a Presidência pelo PV



O Globo

Marina não descarta disputar Presidência

Convidada a trocar o PT pelo PV, a senadora Marina Silva (AC) não descarta disputar a Presidência. Indagada se está preparada para enfrentar Dilma Rousseff, candidata do presidente Lula, perguntou: "Por que precisa ser enfrentamento?" Disse que Dilma e o tucano José Serra não são as únicas opções. Serra reuniu-se com o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ).

Bate-boca com palavrão reabre guerra no Senado

Um dia após o arquivamento das acusações contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), um novo bate-boca no plenário da Casa, com xingamentos e até um palavrão, reacendeu a guerra entre oposição e governo. Um dos comandantes da tropa de choque de Sarney, o líder do PMDB, Renan Calheiros (AL), pediu a cassação do líder tucano, Arthur Virgílio (AM), e Tasso Jereissati (CE) defendeu o correligionário. Renan chamou Tasso de "coronel", e este rebateu chamando o peemedebista de "cangaceiro". Renan xingou o tucano com um palavrão. Sarney, que presidia a sessão, ficou impassível, sem condições de conter o tumulto. Quatro partidos contrários ao arquivamento das acusações contra Sarney divulgaram manifesto assinado por 39 senadores de vários partidos, pedindo seu afastamento. Na primeira reunião da CPI da Petrobras, os governistas barraram pedidos da oposição e adiaram votações sobre a Receita Federal e a Fundação José Sarney.

Assembleia gaúcha abrirá CPI para investigar Yeda

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul vai criar CPI para investigar as denúncias contra a governadora Yeda Crusius (PSDB). O requerimento para instalação da comissão foi protocolado ontem com 38 assinaturas de deputados, o dobro do necessário. Anteontem, o Ministério Público pediu que Yeda, acusada de desvio de verba e enriquecimento ilícito, seja afastada do caso.

Gripe afeta as escolas particulares

A maioria das escolas particulares seguiu o estado e adiará a volta às aulas no Rio para o dia 17. Apesar da gripe suína, servidores da saúde ameaçam greve.

Lula rejeita interferência na Colômbia

O presidente Lula pediu ao colega da Colômbia, Álvaro Uribe, que rejeite interferência de países de fora da região (em alusão aos EUA) no combate ao narcotráfico.

Ministro ataca senadora por Codefat

Para o ministro Carlos Lupi, a presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, que liderou a saída de entidades patronais do Codefat, está habituada a lidar com "boi no pasto".

Tarso: censura ao 'Estado' não é censura

O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse que não é censura a decisão judicial que proibiu "O Estado de S. Paulo" de noticiar investigação da PF sobre Fernando Sarney, filho de José Sarney. Para Tarso, foi proibida a divulgação de fatos que podem ser falsos.



O Estado de S. Paulo

Renan ameaça oposição e Senado tem pior dia de sua crise sob Sarney

Um movimento da oposição, que insistiu ontem no afastamento de José Sarney (PMDB-AP) da presidência do Senado, incendiou o plenário e transformou a quinta-feira no pior dia da crise política da Casa. O agravamento da crise aconteceu após um dia de negociação entre setores da oposição e do PT para tentar enterrar a denúncia do PMDB contra o líder tucano, Arthur Virgílio (AM) - em troca, a oposição garantiria a permanência de Sarney no posto. Ontem, o Senado lembrou os tempos de paralisia que tomaram conta da Casa entre 2000 e 2001, na crise decorrente do confronto entre Jader Barbalho e Antonio Carlos Magalhães - que terminou com os dois renunciando aos cargos para evitar a cassação dos respectivos mandatos. Irritado com a insistência da oposição em pedir o afastamento de Sarney, o líder do PMDB, Renan Calheiros (PMDB-AL), transformou a leitura da representação contra Virgílio em um discurso recheado de provocações e ameaças à oposição, dirigidas principalmente à bancada tucana. No fim do discurso aconteceu o bate-boca.

Em carta, oposição pede que senador se afaste

Em mais um dia de troca de ofensas e bate-boca no plenário, os partidos de oposição enviaram ontem uma carta ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB), pedindo seu afastamento do cargo para a apuração das denúncias contra ele, que vão de nepotismo à contratação de aliados por atos secretos, além do desvio de verbas de uma fundação que leva seu nome. Embora o PT tenha defendido a licença de Sarney em várias ocasiões, o líder do partido no Senado, Aloizio Mercadante (SP), não assinou o manifesto contra o peemedebista.

A carta de nove linhas foi subscrita pelo PSDB, DEM, PDT, PSOL e também por senadores de partidos da base aliada, como os dissidentes do PMDB Pedro Simon (RS) e Jarbas Vasconcellos (PE),os petistas Tião Viana (AC) e Flávio Arns (PE), além de Renato Casagrande (ES), do PSB.

Sarney nega elo com nomeado e é desmentido

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), reuniu argumentos ontem para rebater novas acusações de ter mentido em plenário - o que pode caracterizar quebra de decoro parlamentar. Sarney atribuiu a um homônimo do genro de Agaciel Maia, Rodrigo Cruz, o fato de na véspera ter declarado na tribuna que não o conhece. Em nota divulgada ontem por sua assessoria de imprensa, Sarney disse que, na verdade, se referiu a outra pessoa, chamada "Rodrigo Miguel Cruz". Segundo o senador, o rapaz seria ex- funcionário de Roseana Sarney e seu nome é o que aparece na representação protocolada pelo PSOL no dia 30 de junho. "É este que está relacionado na denúncia do PSOL, que se baseia em O Estado de S. Paulo", informa a nota.

Senado valida 152 atos considerados secretos

A diretoria-geral do Senado divulgou ontem a lista de 152 atos considerados secretos, mas que foram convalidados porque, embora tenham sido escondidos do Boletim de Administração de Pessoal, foram publicados no Diário Oficial do Senado. Sobraram, no total, 511 atos secretos editados desde 1995, entre eles os que beneficiaram aliados e parentes do presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). A existência desses boletins foi revelada pelo Estado no dia 10 de junho. Pelo menos 79 servidores nomeados por atos secretos ainda continuam no quadro da Casa e podem ser beneficiados pela decisão do diretor-geral, Haroldo Tajra, de não demiti-los imediatamente. Bastará um pedido do gabinete que emprega o funcionário para que o Senado o mantenha no quadro. Nesse grupo está uma sobrinha de Sarney, Maria do Carmo de Castro Macieira. Ela foi nomeada em 29 de junho de 2005 para trabalhar no gabinete de Roseana Sarney (PMDB-MA), então senadora.

Tropa de choque livra Sarney de CPI

Em seu primeiro dia de trabalho, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobrás começou do jeito esperado: o governo acionou o rolo compressor e escanteou a oposição ao impedir a investigação do convênio da Petrobrás com a Fundação José Sarney e evitar o depoimento da ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, que foi demitida depois de divulgar nota em que considerou irregular a manobra contábil feita pela estatal para alterar seu regime tributário, no ano passado. Ao mesmo tempo que blindou o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), a comissão de inquérito aprovou um plano de trabalho que prevê a investigação de contratos de patrocínios da Petrobrás, no período de 1998 a 2009, atingindo os convênios firmados no governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Desvios na Câmara começam a ser apurados

O corregedor da Câmara, ACM Neto (DEM-BA), deu início à investigação contra dois deputados suspeitos de participar de esquema de venda de passagens aéreas da cota parlamentar. A comissão administrativa da Casa apresentou elementos envolvendo os deputados Paulo Roberto (PTB-RS) e Eugênio Rabelo (PP-CE), que justificaram a criação de uma sindicância parlamentar pelo corregedor para apurar a suposta participação dos dois na chamada "máfia das passagens?. Outros três deputados serão objeto de investigação. ACM Neto vai fazer diligências para esclarecer até que ponto os deputados Márcio Junqueira (DEM-RR), Roberto Rocha (PSDB-MA) e Raymundo Veloso (PMDB-BA) tiveram ligação com o esquema.

Sindicalistas ''alugam'' claque para manifestos

Sindicalistas de Brasília encontraram uma forma prática de arregimentar manifestantes sem ter de convencê-los dos seus pontos de vista: pagá-los. Gastando R$ 40 por cabeça, um grupo pode ser reunido para protestar a favor da liberação dos bingos, fazer número na Marcha dos Trabalhadores ou qualquer outra ação, contra ou a favor qualquer coisa, em nome de qualquer partido. Criada há cerca de quatro anos, a Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST) parece ser freguesa assídua do agenciamento de manifestantes. Em reportagem publicada pelo site Consultor Jurídico, Bruno Maciel, membro da Nova Central, garante aos repórteres que já fez "diversas vezes" a contratação de 50 a 800 pessoas e foi tudo tranquilo.

Delúbio insiste em volta ao PT

Mesmo depois de ter ouvido da direção do PT que o momento era inoportuno para que tentasse retornar ao partido, o ex-tesoureiro da sigla Delúbio Soares continua em campanha para se refiliar. Delúbio retirou o pedido formal para voltar à sigla do Diretório Nacional petista, mas escolheu o congresso da Central Única dos Trabalhadores (CUT) para distribuir uma revista e lançar um blog na internet. No interior da revista, intitulada Companheiro Delúbio, estão artigos e depoimentos em defesa de seu retorno ao PT. O material traz textos assinados por vários dos antigos colegas de partido do ex-tesoureiro. Nas últimas páginas da revista, Delúbio montou uma galeria de imagens de petistas, sob o título "Companheiros de Delúbio". Na lista, o senador Eduardo Suplicy (SP), o ex-ministro José Dirceu, os deputados José Genoino (SP), Cândido Vaccarezza (SP) e Antonio Palocci (SP), entre outros.

STF autoriza extradição de uruguaio da Operação Condor

O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou ontem o governo brasileiro a extraditar para a Argentina o militar uruguaio Manuel Juan Cordeiro Piacentini, acusado de ter participado da Operação Condor - uma articulação das ditaduras do Cone Sul na perseguição a opositores dos regimes na década de 1970. Há suspeitas de que o militar tenha envolvimento com o sequestro do menor argentino Adalberto Soba Fernandes, em 1976. Com a decisão, o STF sinaliza que crimes como desaparecimento de pessoas, que foram cometidos na época das ditaduras militares, ainda podem ser punidos. Por 6 votos a 2, o tribunal concluiu que apesar de os supostos crimes imputados a Piacentini terem sido praticados há mais de 30 anos, ele ainda pode responder por eles. No julgamento, os ministros não adiantaram suas posições sobre as repercussões de uma eventual anistia a envolvidos com crimes da época da ditadura.

Funcionários da TV Cultura podem parar

Depois de um piquete e duas assembleias ontem, uma às 12 horas e outra às 16 horas, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão no Estado de São Paulo decidiu que, a partir de segunda-feira, parte dos empregados da rádio e TV Cultura pode entrar em greve. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Cultura informa que vai se pronunciar oficialmente hoje, dia em que também tentará uma conciliação com os funcionários. O protesto refere-se ao não-cumprimento do acordo coletivo, que determinou 5,83% de reajuste e 35% de abono salarial.

Aliados de Yeda aderem a CPI, para ação de blindagem

As bancadas aliadas do governo de Yeda Crusius (PSDB) aderiram, ontem, à CPI proposta pela oposição para investigar supostas irregularidades no Executivo do Rio Grande do Sul. O objetivo é blindar a governadora durante as investigações. O requerimento foi elaborado pela bancada do PT no início de maio, depois de escândalo indicando que o casal Carlos e Yeda Crusius teriam usado dinheiro do caixa 2 da campanha de 2006 para compra de um imóvel. O casal nega.



Folha de S. Paulo

Com Sarney blindado, PMDB e oposição se atacam no Senado

Com José Sarney (PMDB-AP) blindado no Conselho de Ética, a tropa de choque do PMDB partiu ontem para cima da oposição em plenário, o que resultou no dia mais tenso da crise política até agora. Por mais de três horas, um bate-boca envolvendo senadores de vários partidos incluiu acusações irônicas, ofensas, xingamento e a promessa de mais um processo por quebra de decoro parlamentar. Hoje, o grupo pró-Sarney dará novo passo para salvar o presidente do Senado, arquivando mais sete processos contra ele no Conselho de Ética. Os pareceres para isso estão prontos.

Peemedebista nega ter citado genro de Agaciel

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), tentou justificar o motivo de ter dito, em discurso em plenário anteontem, não conhecer Rodrigo Lima Cruz -um dos servidores da Casa nomeados por ato secreto e citados na representação do PSOL que pede processo por quebra de decoro contra ele. Em 10 de junho, Sarney foi padrinho do casamento de Lima Cruz com Mayanna Maia, filha do ex-diretor Agaciel da Silva Maia. Para oposicionistas, ao dizer que não conhecia o rapaz, Sarney teria mentido em plenário, o que poderia resultar em processo por quebra de decoro.

Voto do PT vai decidir futuro de Sarney e de Virgílio no conselho

Os votos do PT no Conselho de Ética do Senado decidirão o futuro de José Sarney (PMDB-AP) e Arthur Virgílio (PSDB-AM) -ambos podem responder a processos que resultariam em cassação de mandato.
Sem o PT, a oposição não vai conseguir reabrir as acusações feitas contra Sarney que foram arquivadas pelo presidente do conselho, Paulo Duque (PMDB-RJ). Tampouco os sarneyzistas terão como avançar na investigação contra Virgílio a ponto de tirar o mandato do líder tucano.
O PT tem três senadores no conselho: João Pedro (AM), Delcídio Amaral (MS) e Ideli Salvatti (SC). Para aprovar ou rejeitar os recursos contra as decisões de Duque são necessários oito votos. A oposição já conta com cinco.

Base também ajuda presidente do Senado na CPI

Um dia após arquivarem quatro denúncias contra José Sarney (PMDB-AP), senadores governistas blindaram outra vez o presidente do Senado. O plano de trabalho da CPI da Petrobras prevê rejeição dos pedidos de prestação de contas e das notas fiscais da Fundação José Sarney, suspeita de desviar recursos vindos da estatal. Relatado pelo líder do governo na Casa, Romero Jucá (PMDB-RR), o plano foi preparado para rejeitar 66 requerimentos, que miravam, além de Sarney, a ministra Dilma Rousseff, presidente do Conselho de Administração da Petrobras, e o PT-BA, Estado governado pelo petista Jaques Wagner.

Senadora usou cota aérea para turismo

Suplente do Conselho de Ética do Senado, Rosalba Ciarlini (DEM-RN) usou verba pública para pagar viagens de turismo para ela, marido, filhos, além de outros parentes, amigos, o advogado e a mulher do advogado, no país e no exterior. Custeou passagens e, em alguns casos, até estada em hotéis. Em seu primeiro mandato, ela bancou essas despesas com recursos de sua cota aérea, criada para permitir o deslocamento de congressistas no exercício da atividade parlamentar. O ato do Senado que regulamenta a concessão das passagens não prevê o uso da cota para pagamento de hotel.

Congressista do DEM diz que não houve ilegalidade

A senadora Rosalba Ciarlini (DEM) disse, em nota, que os bilhetes para parentes e amigos foram emitidos com as sobras de sua cota aérea, dentro do que as regras permitiam. "Quando cheguei ao Senado, havia diversas complementações da remuneração básica do senador, entre elas uma parcela para viagens", disse.

69% dos deputados apoiam CPI contra Yeda

O requerimento que cria CPI para investigar denúncias de corrupção no governo de Yeda Crusius (PSDB), no Rio Grande do Sul, foi assinado ontem pela maioria dos deputados gaúchos. Foram 38 assinaturas, de um total de 55 deputados. O documento, apresentado em maio pela deputada Stela Farias (PT), estava havia cerca de dois meses com 17 assinaturas -duas a menos do que o número mínimo de 19 adesões necessário para pedir a CPI.

Tucana chama ação da Procuradoria de "circo eleitoral"

A governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), se manifestou ontem pela primeira vez sobre a denúncia do Ministério Público Federal contra ela e outras oito pessoas por improbidade administrativa. Yeda classificou o anúncio feito pelos procuradores como um "circo eleitoral". "São armadilhas, armações. Há uma campanha eleitoral antecipada. Os interessados, que certamente não estão no nosso governo, se organizam. A oposição tem aparelhos espalhados por todo canto", declarou a governadora à Rádio Gaúcha. "São poderosos esses que passam 24 horas por dia tentando demolir minha história de vida", completou.

STF autoriza extradição de militar para Argentina

O STF (Supremo Tribunal Federal) autorizou ontem, por 6 votos a 2, pedido de extradição, feito pela Argentina, contra o major uruguaio Manuel Juan Cordeiro Piacentini. O militar é acusado de ter participado da Operação Condor, aliança das ditaduras do Cone Sul para eliminar opositores durante os anos 70, quando teria sequestrado um menino até hoje desaparecido.

Mulher morre atropelada em marcha do MST

Uma integrante do MST morreu e outra ficou ferida ontem após serem atropeladas na rodovia Anhanguera, em Vinhedo (79 km de SP), durante uma marcha pela reforma agrária iniciada em Campinas com destino a São Paulo. A direção estadual do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) informou que Maria Cícera, 58, foi atropelada por volta das 13h30 e morreu no local.



Correio Braziliense

Roteiro da blindagem

A CPI da Petrobras aprovou ontem 22 convocações de autoridades e pedidos de informação. Todos tinham como autores os governistas João Pedro (PT-AM) e Romero Jucá (PMDB-RR), presidente e relator da comissão, e têm pouco potencial para produzir constrangimentos ao governo e à ministra Dilma Rousseff, pré-candidata à Presidência. Foi a confirmação de um roteiro já esperado para a apuração parlamentar: os aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em ampla maioria na CPI, ditaram o ritmo dos trabalhos e neutralizaram qualquer tentativa da oposição de mudar esse quadro. Os adversários de Lula até que tentaram. Miraram num aliado do petista: José Sarney (PMDB-AP), acossado por uma série de denúncias. Integrantes do PSDB e do DEM abordaram as suspeitas de irregularidades nos convênios entre a Petrobras e a Fundação Sarney, entidade ligada ao presidente do Senado. Não conseguiram avançar. A estratégia foi derrotada pelos governistas.

Petistas fogem da crise

Espremido entre o que deseja o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a pressão pelo afastamento do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o PT mergulhou. Seus principais expoentes, como o comandante da bancada Aloizio Mercadante (SP), e a líder do governo no Congresso, Ideli Salvatti (SC), preferiram ficar longe do plenário ontem à tarde, quando os senadores Renan Calheiros (PMDB-AL) e Tasso Jereissati (PSDB-CE) se envolveram num bate-boca, o segundo da semana. Os petistas também decidiram não assinar em bloco o manifesto em que PSDB, DEM, PDT e mais seis senadores avulsos pedem a investigação de todas as denúncias e a licença de Sarney. “A nota da oposição virou uma nota de rodapé. Foi um reconhecimento de que a posição da bancada do PT era a mais correta”, afirmou Mercadante ao Correio.

Deputado vira réu no caso da merenda

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu abrir ação penal contra o deputado federal Joaquim de Lira Maia (DEM-PA). Por unanimidade, o tribunal aceitou denúncia do Ministério Público contra o parlamentar, que passou à condição de réu. Ele foi acusado de envolvimento em supostas irregularidades em 24 licitações para a compra de merenda escolar na rede pública de Santarém (PA), em 2000, quando era prefeito do município. Segundo o MP, o superfaturamento ultrapassaria a quantia de R$ 1,9 milhão, em valores da época. A acusação relata que “empresas de fachada” teriam participado das licitações, oferecendo produtos com preços acima do mercado. O julgamento do processo ainda não tem data marcada para ocorrer. Lira Maia já responde a outras três ações penais no STF.

Aliados de Yeda endossam CPI

Sem alternativa que não fosse participar da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) proposta pela oposição para investigar supostas irregularidades no Executivo do Rio Grande do Sul, as bancadas aliadas do governo de Yeda Crusius (PSDB) aderiram à proposta que acabou protocolada ontem. Inicialmente, vão trabalhar pela blindagem do governo e para evitar que o PT faça das sessões um palanque para 2010, quando tem no ministro da Justiça Tarso Genro um forte candidato ao Piratini. Ao mesmo tempo, deixam o caminho aberto para abandonar o barco governista e cuidar dos próprios interesses se durante as investigações aparecerem provas que comprometam a governante. O requerimento foi elaborado pela bancada do PT no início de maio, depois de a revista Veja publicar transcrições de conversas entre o ex-representante do governo gaúcho em Brasília, Marcelo Cavalcante, morto em fevereiro, e o pivô da fraude do Detran, Lair Ferst, indicando que Carlos e Yeda Crusius teriam pago R$ 400 mil “por fora”, com dinheiro do caixa dois da campanha de 2006, na compra de um imóvel. O casal Crusius nega a irregularidade.



Jornal do Brasil

Guerra no ciberespaço derruba gigantes da web

“Uma extensão da ciberguerra entre Rússia e Geórgia”. Foi assim que Bill Woodcock, diretor de uma organização que mede o tráfego da internet, classificou a ação de hackers que ontem tirou do ar o serviço de microblogging Twitter e o Gmail, o e-mail do Google, e causou lentidão na rede social Facebook. Para o especialista, a ofensiva contra alguns dos sites mais populares do mundo não foi obra de hackers comuns, mas de pessoas com motivação política - a data escolhida, véspera do primeiro aniversário da guerra da Ossétia do Sul, é um indício. O Twitter confirma ter sido alvo de um "ataque malicioso". "Vamos investigá-lo", escreveu, em tweet, o cofundador do serviço, Biz Stone. Também cauteloso Google informou, à tarde, que estava normalizado.

Inflação tem maior queda em 65 anos

O Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) recuou 0,64% em julho - uma deflação que dobrou em relação ao mês anterior. Segundo a Fundação Getulio Vargas, o índice deve fechar 2009 com a menor taxa nos 65 anos da série histórica. A queda se deveu principalmente ao movimento dos preços das matérias-primas de alimentos no atacado. O economista Salomão Quadros, da FGV, diz que há fôlego para mais dois meses de deflação e prevê variações mais fortes no segundo semestre.

Senadores quase se estapeiam

"Não aponte esse dedo sujo". "Dedos sujos são os dos jatinhos que o Senado pagou para Vossa Excelência". O bate-boca entre o senador tucano Tasso Jeresati e o líder peemedebista Renan Calheiros foi travado após o discurso em que o líder do PSDB, Arthur Virgílio, defendeu-se do processo contra ele pedido pelo PMDB no Conselho de Ética.