Vigilante executa esposa, filha e amante.



Horizonte

Com ciúmes da companheira, um vigilante a matou, bem como a própria filha e o suposto amante da esposa.

Ciúmes. Este foi o sentimento que acabou provocando uma grande tragédia neste Município, situado na Região Metropolitana de Fortaleza.

Na madrugada de ontem, o vigilante Antônio dos Santos Sousa, 36 anos, estuprou uma jovem de 20 anos, tentou violentar uma menina de 12, matou três pessoas - entre elas, a própria filha de 16 -, e, por fim, tentou praticar o suicídio, efetuando um disparo contra o próprio ouvido.

Tudo isso aconteceu muito rápido e teve início logo na primeira hora de ontem. Antônio chegou em sua casa, situada na Rua Maria Pereira, 79, Vila Nascimento, e discutiu com a esposa. “Há cerca de um ano ele desconfiava de que a mulher tinha um relacionamento amoroso com o vizinho (da casa número 64), e há quatro meses eles chegaram a se separar por causa disso. Mas, atualmente, ele tinha voltado a andar em casa”, contou uma testemunha da tragédia, ao prestar declarações na Delegacia Municipal de Horizonte, onde o inquérito foi instaurado.

Violência

Em seguida, o vigilante - armado com um revólver de calibre 38 com capacidade para cinco tiros, totalmente municiado -, foi até a casa do agricultor Francisco Gomes da Silva, de 36, apontado como o suposto amante de Maria Alves de Macedo Sousa, 34, esposa de Antônio. “Quando chegou lá, ‘rival’ estava deitado em uma rede. Logo na entrada Antônio encontrou uma sobrinha de Gomes, de 20 anos, e dois rapazes, amigos dela. Ele prendeu estes rapazes e o Gomes no banheiro e, então, estuprou a jovem. Em seguida pegou uma criança de 12 anos, também parente de Gomes, e tentou violentá-la, mas não conseguiu. Deu dois tiros na parede, destrancou o banheiro e executou Gomes com outros três”, contou o delegado José Antunes Teixeira, titular da Delegacia Metropolitana de Horizonte.

O revólver ficou sem munição. Antônio o recarregou totalmente e saiu da casa do vizinho, em direção à sua própria residência, em frente à de Gomes. “Testemunhas contaram que, ao chegar em casa, o vigilante encontrou a mulher ajoelhada, implorando para que ele nada fizesse contra ela e os dois filhos do casal - um menino de oito anos e uma adolescente de 16. Mas não houve clemência. Ele a matou com três tiros. Depois, caminhou em direção à filha, Natália de Macedo Sousa, e a assassinou também com um tiro. Depois, utilizou o último cartucho do revólver contra si mesmo. Deu um tiro em seu ouvido, que saiu no olho”, explicou o subtenente Xavier, do Destacamento da PM, que atendeu à ocorrência.

A Polícia, que já tinha sido acionada por populares, logo chegou ao local. Os corpos de Gomes, Maria e Natália foram recolhidos pelo ‘rabecão’ do Instituto Médico Legal (IML).

Antônio, que mexia-se no chão, foi socorrido para a unidade central do Instituto José Frota, onde encontra-se sob escolta policial e fora de perigo. “Assim que ele sair do hospital irá responder pelo triplo homicídio, estupro e tentativa de estupro”, adiantou o delegado Antunes.

Antecedentes

Em 2004, pelo mesmo motivo, Antônio dos Santos já havia sido preso. Com ciúmes da esposa, ele tentou matar outro homem. De acordo com o que apurou a Polícia, o vigilante chegou a passar um tempo recolhido ao presídio, mas já estava em liberdade.