Wal-Mart pode sofrer maior ação coletiva dos EUA
A maior rede de varejo do mundo, Wal-Mart, poderá enfrentar processo judicial por indenização movido por mais de um milhão de funcionárias nos Estados Unidos, na maior ação classista contra uma empresa privada já vista no país.
Um tribunal federal de apelação manteve decisão de 2004, dando ao processo status de ação classista, que poderá incluir até 1,5 milhão de empregadas atuais e as que começaram a trabalhar para a empresa em 26 de dezembro de 1998 mas já deixaram a rede.
Caso perca a causa, a empresa americana pode ter que pagar bilhões de dólares em indenização.
A Wal-Mart disse que não tem uma política de discriminação contra mulheres e que vai apelar contra a decisão.
A ação original foi iniciada em 2001 por seis mulheres que trabalhavam ou haviam trabalhado na Wal-Mart.
Mulheres na gerência
O juiz Martin Jenkins, de São Francisco, disse que há evidências suficientes de práticas discriminatórias que remontam 1998, para justificar um julgamento.
Mas o único dos três juízes responsáveis pela decisão desta terça-feira a não aceitar o caso, Andrew Kleinfeld, afirmou que a única evidência de discriminação fornecida é o fato de que o número de mulheres em posições de gerência nas lojas da Wal-Mart é muito menor do que o número total de funcionárias.
A Wal-Mart emprega 1,3 milhão de pessoas nos Estados Unidos. Cerca de 65% são mulheres.
A empresa alega que dar o status de ação classista ao caso não é apropriado porque suas 3,4 mil lojas operam como firmas individuais e que questões de salários e promoções são decididas a nível local.
Segundo ela, funcionários que acreditam estar sendo vítimas de discriminação poderiam processar lojas individualmente.
A Wal-Mart já foi criticada no passado por ser um mau-empregador, o que a firma nega.
No ano passado, ela foi ordenada a pagar pelo menos US$ 78 milhões em indenização depois que um tribunal decidiu que a empresa violou a lei ao não pagar funcionários que trabalhavam durante seus intervalos de descanso.