De acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Política Tributária (IBPT), os fabricantes de refrigerantes com capital nacional - conhecidas como tubaínas - são os mais tributados de toda a cadeia de produção de bebidas do Brasil: 51,2%. Para protestar contra isso, nos próximos dias 14 e 15, a Associação dos Fabricantes de Refrigerantes do Brasil (Afrebras) vai reeditar sua marcha a Brasília, para "lutar por justiça tributária" no setor.
"Hoje, o único imposto do sistema federal de tributação que é fixo é o do nosso setor. Isso gera uma distorção enorme, pois Coca Cola e AmBev vendem mais caro e pagam menos", afirma o presidente da Afrebras, Fernando Rodrigues de Bairros, acrescentando que o modelo fere o princípio constitucional da isonomia tributária.
Segundo ele, as empresas brasileiras geram um emprego a cada R$ 89 mil de faturamento, já as grandes corporações geram um emprego pa cada R$ 352 mil.
De acordo com o líder empresarial, as distorções fazem com que a carga tributária sobre os pequenos produtores de refrigerante superem em 15% a das grandes empresas:
"Isso é propositalmente colocado pelo oligopólio, que prega o desestímulo ao setor. De 2000 para cá, com a fusão que resultou na AmBev, 89% do faturamento do setor estão concentrados em duas grandes empresas."
Bairros adiantou ao MM (Monitor Mercantil) que a assembléia geral da Afrebras, que ocorrerá paralelamente à marcha em Brasília, deve aprovar uma pauta de reivindicações, na qual o fim da exclusividade em espaço público ocupará posição de destaque: "Nos aeroportos, por exemplo, uma lata de Coca Cola pode custar mais de R$ 4 e o consumidor não tem opção", criticou.
Fonte: Monitor Mercantil Digital