Sequestrador de crianças é herói para os pais

É um "Robin Hood" versão filipina. Chocou os ricos para pedir melhores condições para os pobres. Na última quarta-feira, Armando Ducat seqüestrou, com um sócio, um ônibus com 31 crianças e dois professores. Libertou-os sem violência ao fim de dez horas e pôs as Filipinas a discutir se é um herói ou um terrorista.
Enquanto o Governo defende que cometeu um ato terrorista, os pais já escolheram apoiá-lo. Para eles, Ducat não cometeu um crime e, por isso, não foi apresentada queixa na polícia. Exigia alojamento e educação gratuitos para os desfavorecidos e impunha como condição a realização de uma vigília por parte das famílias e população, para atingir esse propósito.
Armando era, segundo o El País, proprietário do Musmo Day Care, um centro pré-escolar onde estudam os reféns, situado no distrito de Tondo, um dos mais pobres de Manila, e pagava do seu bolso a educação de 145 menores entre os cinco e os sete anos.
A defesa de Ducat, de 56 anos - e, de César Carbonell, seu parceiro no seqüestro -, já chegou mesmo às ruas. Na quinta-feira, algumas das crianças do ônibus manifestaram-se, acompanhadas pelos pais, exibindo cartazes para exigirem a intervenção do Governo.
A idéia era pedirem à Presidente das Filipinas, Gloria Macapagal Arroyo, a libertação de Armando. Depois da manifestação, as famílias anunciaram ainda que vão pôr em marcha outras ações para apoiar o sequestrador, um engenheiro civil reformado que investia na educação das crianças com menos condições.
Do outro lado da discussão, o Governo, liderado pelo ministro da Justiça, Raul Gonzales, defende que Armando cometeu um acto terrorista. Mas já reconhece que a pressão dos pais dificulta a acção da justiça contra Ducat. E que a nova legislação anti-terrorista - que entra em vigor a 14 de Julho - pode tornar mais difícil acusar o sequestrador, diz o ministro da Justiça.
Também convencido de que Armando é um terrorista está o ministro do Interior, Ronald Puno, que afirmou aos jornalistas que Ducat e César são "o pior da sociedade", e não merecem ser tratados como heróis. Para o ministro, é inadmissível que a polícia tenha em- prestado ao sequestrador um megafone e que tenha emitido as suas críticas à política educativa do país através das suas colunas.

Fonte Diário de Noticias (Portugal)
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