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"Aquela foi uma das situações mais lamentáveis e dolorosas pelas quais passei até hoje", disse o jornalista que trabalha há 20 anos no "Jornal do Almoço", da RBS TV. “Tanto o choque quanto a divulgação no YouTube.”
O episódio foi transmitido ao vivo há sete anos, quando ele cobria a Feira da Uva em Caxias do Sul, um dos eventos mais tradicionais da região. Os cachos de uvas viníferas estavam em uma vitrine de metal, mas, por causa do reflexo prejudicial à filmagem, os organizadores do evento concordaram em retirar o vidro minutos antes da transmissão.
No entanto, o jornalista não foi avisado que aquela vitrine estava "eletrificada". Martins -- molhado por causa da chuva e segurando um microfone -- quis destacar o cacho maior e mais bonito, que, como os outros, estava amarrado por um arame à grade de metal da vitrine. "Tomei um baita choque e me estatelei no chão, para pânico geral de quem me circundava e milhares de telespectadores que acompanhavam a transmissão", conta.
O vídeo passou anos no esquecimento, até que a internet o ressuscitou. Mas a reaparição não agradou ao protagonista. "Lamento muito esse tipo de divulgação na internet, que abusa do sofrimento de um profissional. Nunca assisti ao vídeo e nem quero reviver aquilo, porque foi um choque muito violento", afirmou o jornalista ao G1.
O anti-Cicarelli
Ao contrário do que aconteceu com a modelo e apresentadora Daniella Cicarelli, que entrou na Justiça para tirar seu vídeo picante do ar, Lasier achou que essa briga não valia a pena, pois acabaria aumentando a repercussão ruim: "se o vídeo sair, alguém vai lá e coloca de novo", explicou, mostrando conhecer a lógica da internet.
É muito difícil controlar informações na internet: elas podem ser replicadas em diversas páginas e, dessa forma, estarão sempre disponíveis on-line. Essa falta de controle foi comentada por Vinton Cerf, o pai da internet, em entrevista ao G1. "O conteúdo divulgado on-line pode nunca desaparecer, mesmo que seus responsáveis se arrependam daquilo que colocaram na internet", afirmou Cerf, vice-presidente do Google. "Quando algo está no computador, pode sempre ser reproduzido e distribuído", continuou o especialista.
Lasier até poderia processar quem divulgou as imagens, mas confessa não fazer idéia de quem são os "irresponsáveis" que colocaram o vídeo no ar. O jeito é esperar a onda passar, até que o vídeo seja esquecido nos porões da internet.
Fonte: G1
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