Ganhando o mundo sem sair do lugar

Por Éder Comunello (*) A internet chegou no Brasil em meados dos anos 90 e de lá pra cá está cada vez mais presente em nossas vidas. O acesso a este mundo virtual revela-se repleto de conhecimento e informações que vêm revolucionando os processos de ensino e comunicação. O caráter outrora “elitista” desta tecnologia aos poucos vai se esvaindo, graças aos já numerosos projetos de inclusão digital e planos para facilitar a aquisição de computadores por todas as camadas da população.

Além desta democratização da informação, a internet também revolucionou a área de negócios e serviços. O desenvolvimento de implementações computacionais para o comércio eletrônico, transmissão de dados e recuperação da informação disponível na rede oportunizou o surgimento de diversas empresas especializadas no mundo virtual.

Ao falar de internet hoje é impossível esquecer a Google Inc., mantedora do site de busca Google Search, que nos dias atuais é um dos serviços da web mais conhecidos e utilizados. O serviço, criado a partir de um projeto de doutorado dos então estudantes Larry Page e Sergey Brin da Universidade de Stanford em 1996 deu tão certo que a empresa se consolidou e logo partiu para outras iniciativas.

Talvez tenha sido a origem acadêmica dos criadores da Google Inc. que os motive a diversificar o rol de tecnologias investindo em soluções experimentais e contemplando projetos que, apesar de inovadores, não tem retorno econômico assegurado (ao menos de imediato). Podemos enquadrar neste contexto o Google Earth e Google Maps, duas ferramentas com versões gratuitas para visualização de mapas e imagens da Terra feitas por satélite. É certo que hoje a empresa fatura com serviços baseados nestas ferramentas, mas não há como negar a importância e mérito de se disponibilizar acesso gratuito, ainda que parcial, às estas tecnologias.

Estas ferramentas têm revolucionado o ensino de geografia e a percepção que temos do espaço em que nos inserimos. É cada vez mais comum o uso de laboratórios de informática nas escolas, como apoio ao processo de aprendizado. Noções de orientação, escala, cartografia, geopolítica, entre outras, são facilmente tratadas com estes serviços.

As imagens disponíveis no Google Earth recobrem todo planeta e se até pouco tempo o nível de detalhe era alto somente para Europa e Estados Unidos, hoje isto começa a mudar e já temos imagens com alta definição para todas as principais cidades brasileiras. Contudo, o grande trunfo do Google Earth é a representação tridimensional do planeta. O globo terrestre é representado e é possível rotacioná-lo e ampliar a área de interesse chegando a incríveis níveis de detalhamento.

Quando surgiram as primeiras fotografias aéreas o homem pode conhecer nosso planeta como se fosse pelos olhos de um pássaro. Agora com o Google Earth é como se cada pessoa, num passe de mágica, se transformasse em um astronauta e pudesse contemplar a terra a partir do espaço. Diz a letra de uma música do Cidade Negra que com o pensamento se pode ganhar o mundo sem sair do lugar. Pra facilitar agora temos o Google Earth. Bastam alguns cliques e pronto: Pirâmides do Egito, Torre Eiffel, Vaticano, Cristo Redentor, tudo ao dispor do usuário, e em segundos.

O Google Maps é um outro serviço, que apesar de relacionado com o Google Earth, traz uma implementação diferente. Enquanto o Google Earth requer a instalação de um software específico, o Google Maps é totalmente executado via browser. Embora não trabalhe com a representação 3D, seu ponto forte são os mapas urbanos altamente detalhados. É possível combinar estes mapas com imagens de satélite com grande nível de detalhe (ver figura).

Para localizar uma cidade basta ir ao site http://maps.google.com/ e digitar o nome. Caso existam localidades com nomes similares é apresentada uma lista com opções para escolha do usuário. Caso contrário, o ponto referente à cidade é localizado no mapa, podendo-se afastar, aproximar ou deslocar aquela região. No alto da página estão disponíveis os botões Map, Satellite e Hybrid, responsáveis por mostrar na tela, respectivamente, somente o mapa referente àquela área, somente uma imagem de satélite ou ambos. Para os Estados Unidos e Europa estão disponíveis mais funcionalidades. É possível procurar por um endereço dentro de cada cidade. A ferramenta permite ainda que determinados serviços, como hotéis e restaurantes, sejam encontrados e que seja traçada uma rota entre um endereço (origem) e outro (destino).

Mesmo que não estejam disponíveis as mesmas funcionalidades de Estados Unidos e Europa, vale a pena consultar o Google Maps. Além do mais, freqüentemente são feitas atualizações de conteúdo, aumentando o nível de detalhamento de regiões anteriormente com pouco detalhe. No caso de Mato Grosso do Sul, por exemplo, já dispomos de detalhamento para as cidades de Dourados, Campo Grande, Ponta Porã e Corumbá. Nas imagens feitas por satélites pode-se identificar facilmente uma casa, mostrando até mesmo detalhes como piscinas ou quadras esportivas. Nas ruas, automóveis, monumentos e praças são prontamente identificáveis.

E se depois de usar o o Google Earth e Google Maps você achar que nosso planeta ficou pequeno, é hora de viajar mais longe. Nesta mesma linha a Google Inc. dispõe ainda dos serviços Google Mars (http://www.google.com/mars/) e Google Moon (http://moon.google.com/), com eles você vai poder dar um pulo ali em Marte ou então na Lua. Boa viagem.

(*) Éder Comunello, pesquisador em Geoprocessamento da Embrapa Agropecuária Oeste, Dourados-MS.
Campo Grande News