“Ele ficou armado o tempo todo, mas brincou de jogo-da-velha e contou a vida dele para as crianças. Explicou que a vida do crime não compensa”. O relato é de Cláudia Izabel da Cunha, uma das vizinhas e amiga de Mara Tomaz Souza - que ficou refém com os filhos por 56 horas em Campinas, a 95 km de São Paulo.
Segundo a vizinha, a família passou por momentos difíceis dentro da casa: “Eles ficaram presos em um cômodo e as crianças tiveram que fazer as necessidades no sofá, em garrafas descartáveis e nas próprias roupas. E só comeram bolachas recheadas e pirulitos”.
A vizinha falou na manhã desta sexta-feira (27), em frente à casa da família, onde aconteceu o seqüestro - Rua Cineo Pompeu de Camargo, Jardim Novo Campos Elíseos. Segundo o marido de Mara e pai dos meninos, eles pretendem mudar de endereço.
O pai de Mara e avô das crianças, Mário de Souza, contou que o neto mais velho - Vitor, de 9 anos, pediu para que a Polícia não maltratasse e nem matasse o seqüestrador Gleison Flávio de Salles, que os manteve durante todo o tempo sob a mira de uma pistola. “Meu neto disse: ‘não maltrata o tio porque ele jogava jogo-da-velha com a gente’”, contou o avô, também na manhã desta sexta, na porta da casa.
Ainda de acordo com o avô, o tiro disparado pelo bandido momentos antes de policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) invadirem a casa, foi porque ele ficou irritado ao saber que seu nome havia sido divulgado pela imprensa.
Juçara Amorim, prima de Mara, disse a moça está sob efeito de calmantes e ainda apavorada. As crianças também estão com medo e quietas dentro de casa, segundo a prima.
Na noite de quinta (26), a família voltou para a casa por volta das 22h30, depois de passar pelo hospital.
"Foi horrível, foi horrível. Preciso ver meus filhos". Essas foram as únicas palavras de Mara Tomaz Souza ao chegar ao Hospital Municipal Mário Gatti, na quinta-feria, depois do fim do seqüestro.
Ainda abalada, a mãe foi ver o filho mais novo, Murilo, de apenas 4 anos, o primeiro a ser libertado pelo criminoso, no dia do seqüestro.
Segundo a vizinha, a família passou por momentos difíceis dentro da casa: “Eles ficaram presos em um cômodo e as crianças tiveram que fazer as necessidades no sofá, em garrafas descartáveis e nas próprias roupas. E só comeram bolachas recheadas e pirulitos”.
A vizinha falou na manhã desta sexta-feira (27), em frente à casa da família, onde aconteceu o seqüestro - Rua Cineo Pompeu de Camargo, Jardim Novo Campos Elíseos. Segundo o marido de Mara e pai dos meninos, eles pretendem mudar de endereço.
O pai de Mara e avô das crianças, Mário de Souza, contou que o neto mais velho - Vitor, de 9 anos, pediu para que a Polícia não maltratasse e nem matasse o seqüestrador Gleison Flávio de Salles, que os manteve durante todo o tempo sob a mira de uma pistola. “Meu neto disse: ‘não maltrata o tio porque ele jogava jogo-da-velha com a gente’”, contou o avô, também na manhã desta sexta, na porta da casa.
Ainda de acordo com o avô, o tiro disparado pelo bandido momentos antes de policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) invadirem a casa, foi porque ele ficou irritado ao saber que seu nome havia sido divulgado pela imprensa.
Juçara Amorim, prima de Mara, disse a moça está sob efeito de calmantes e ainda apavorada. As crianças também estão com medo e quietas dentro de casa, segundo a prima.
Na noite de quinta (26), a família voltou para a casa por volta das 22h30, depois de passar pelo hospital.
"Foi horrível, foi horrível. Preciso ver meus filhos". Essas foram as únicas palavras de Mara Tomaz Souza ao chegar ao Hospital Municipal Mário Gatti, na quinta-feria, depois do fim do seqüestro.
Ainda abalada, a mãe foi ver o filho mais novo, Murilo, de apenas 4 anos, o primeiro a ser libertado pelo criminoso, no dia do seqüestro.
Paçoca:
“Ela já saiu pedindo por ele”, contou a prima de Mara, Juçara Amorim. Ela disse ainda que a segunda criança a ser liberada, Vitor, estava bem e saiu do local feliz. Ele se encontrou com o pai, Isnaldo Soares de Oliveira, e a primeira coisa que fez foi comer uma paçoca.
Durante as horas em que a família ficou presa dentro de casa sob ameaça do seqüestrador, ninguém foi agredido fisicamente.
Diante da imprensa, Juçara agradeceu o apoio de amigos, da imprensa e até de pessoas de outras cidades que manifestaram solidariedade. Ela disse que ainda não pôde conversar com Mara pessoalmente. Mesmo assim, foram para o hospital, onde as crianças, desidratadas de acordo com os médicos, foram tratadas e comeram sanduíches antes de receber alta. Mara também foi medicada - por conta de um leve aumento na pressão arterial -, mas passa bem e também foi liberada. Logo depois, foram para a casa de familiares em Campinas.
Secretário:
O secretário de Segurança de São Paulo, Ronaldo Marzagão, considerou como “técnica” a ação dos policiais que resultou na liberação dos reféns, o caso mais longo da história do estado de São Paulo - o segundo mais longo aconteceu em janeiro deste ano em Osasco, na Grande São Paulo, e durou 37 horas. “Os policiais deram uma lição de como conduzir a negociação. Com firmeza e equilíbrio. Souberam negociar e preservar a vida de todos”, disse.
56 horas:
O seqüestro terminou por volta das 20h. A família era mantida refém por um assaltante desde as 12h de terça-feira. Mara Tomaz Souza, e seus dois filhos, Thiago e Vitor, foram libertados sem ferimentos por Gleison Flávio de Salles, conhecido por "Madruga", de 23 anos, que os mantinha sob a mira de uma pistola semi-automática.
O bandido invadiu a casa das vítimas - na Rua Cineo Pompeu de Camargo, no Jardim Novo Campos Elíseos - quando fugia da polícia, depois de assaltar uma loja. O terceiro filho de Mara, Murilo, também foi mantido refém, mas acabou libertado ainda na terça-feira (24) em troca de um colete à prova de balas.
O menino Vitor continuou refém junto com a mãe e outro irmão até as 19h10 desta quinta, quando também foi libertado.Mara e Thiago continuaram reféns até as 20h, quando, após um tiro, agentes do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) da Polícia Militar (PM) invadiram a residência, prenderam o assaltante e libertaram a família.
“Os três reféns saíram ilesos e temos também o seqüestrador preso ileso. A ação do Gate foi coroada de êxito”, disse o major responsável pela operação, Luciano Casagrande.
Tiro:
Segundo a polícia, o acordo com o seqüestrador era que ele deixaria a casa algemado à mulher chamada para auxiliar na negociação. No entanto, Gleison deu um tiro em direção ao portão da casa. Após o disparo, o Gate agiu e invadiu a residência. Gleison correu para os fundos e foi encontrado embaixo de uma cama. Ele foi desarmado e acabou se entregando.
Identidade:
O ladrão que invadiu a casa da família Souza recebeu pelo menos três identificações durante os dois dias de tensão. Primeiro foi Felipe, depois Ivanildo. A polícia divulgou na tarde desta quinta-feira que o verdadeiro nome do assaltante é Gleison Flávio de Salles. De acordo com o major Casagrande, o criminoso nasceu em Recife e fugiu da penitenciária de Hortolândia, na região de Campinas. Gleison foi condenado em 2003 por homicídio e três tentativas de assassinato. Ele foi definido pelos policiais como "uma pessoa imprevisível, instável e ameaçadora". O assaltante insistia no pedido de um carro para fugir, o que foi negado durante todo o tempo pela polícia. Contrariado, suspendia as negociações e ficava horas sem fazer contato, o que aumentava a tensão. Ele chegou a propor a libertação das crianças para fugir no carro com Mara, hipótese também recusada pela polícia.
A residência esteve sem energia desde o início da madrugada de quarta-feira (25). Sem fósforos e, portanto, sem a possibilidade de cozinhar, o bandido e os reféns ficaram “à base de biscoitos”, segundo o major Luciano Casagrande.
O seqüestrador passou por exames ainda dentro da casa das vítimas e foi encaminhado para o Instituto Médico Legal (IML) para fazer exame de corpo de delito. Ele deixou o local às 20h45, no carro da polícia, descalço, de bermuda e sem camisa. Ele estava com o sobrancelha direita machucada.
A mulher, que não teve a identidade revelada, foi quem assumiu a negociação com o criminoso desde o fim da tarde desta quinta. A conversa era feita por uma fresta da janela da casa onde aconteceu o seqüestro. De acordo com coronel Eliziário Barbosa, Gleison demonstrava calma quando conversava com a amiga.
“Nunca tivemos uma negociação tão lógica desde o início do caso”, disse o coronel. Nos últimos momentos, Gleison já havia até abandonado a exigência de fugir em um carro. “Ele não falava mais em fuga, estava convencido de que iria ser preso”, contou o PM. Antes da invasão da polícia, o criminoso havia trancado as portas e construído barricadas para que as vítimas não saíssem.