Há duas semanas, 19 pessoas foram presas em São Paulo e Brasília sob a acusação de participação no desvio de R$ 50 milhões do Banco de Brasília (BRB), o banco estatal do governo do Distrito Federal. Um dos presos na Operação Aquarela, acusado pelo Ministério Público do Distrito Federal de ser um dos comandantes do esquema de corrupção, foi Tarcísio Franklin de Moura, presidente do banco estatal entre 1999 e 2006, período em que o senador Joaquim Roriz (PMDB-DF) governou o Distrito Federal. Na operação, a Polícia Civil do Distrito Federal fez grampos, com autorização judicial, nos telefones de Moura. Uma das gravações captou uma conversa entre Moura e Roriz que motivou, na semana passada, um pedido de investigação do senador do PMDB enviado pelo Ministério Público à Procuradoria-Geral da República. Como Roriz tem foro privilegiado, ele só pode ser alvo de investigações conduzidas pelo procurador-geral, Antônio Fernando de Souza.
As suspeitas sobre o senador foram motivadas por um diálogo entre Roriz e Moura, interceptado no dia 13 de março. Na conversa, o ex-presidente do BRB e o senador combinam uma partilha de dinheiro num escritório em Brasília pertencente ao empresário Nenê Constantino, presidente do Conselho de Administração da companhia aérea Gol, dono da maior frota de ônibus do Brasil e de uma empresa que presta serviços para o governo do Distrito Federal. “Senador, posso sugerir um negócio? Por que a gente não leva para o escritório do Nenê?”, pergunta Tarcísio. “Era para ser isso mesmo”, responde Roriz. “E de lá sai cada um com o seu”, afirma Tarcísio. “É isso mesmo. Lá não tem dúvida nenhuma”, diz Roriz.
De acordo com um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, no mesmo dia 13 de março Constantino sacou R$ 2,2 milhões no BRB. Segundo o MP, esse dinheiro foi transferido num carro-forte até o escritório de Constantino, onde teria sido repartido entre Roriz, Tarcísio e uma terceira pessoa que aparece nas gravações. Depois de falar com Roriz, Tarcísio ligou para um homem não identificado pelo MP, a quem tratou por “chefe”. “E aquela minha parte?”, disse o “chefe”. “Vai tudo no bolo”, afirmou Tarcísio. O MP diz não saber a origem do dinheiro.
Procurado por ÉPOCA, Roriz escalou o assessor Valério Neves para dar esclarecimentos. Segundo Neves, o “chefe” mencionado por Moura seria Benjamin Roriz, primo do senador e ex-secretário de seu governo. Em dois dias, Neves deu também duas versões sobre o negócio fechado no escritório de Constantino e sobre a origem do dinheiro. Na noite da quinta-feira, disse que Roriz não recebeu dinheiro de Constantino. Apenas teria, segundo Neves, prestado a ele o favor de descontar um cheque do BRB, operação executada por Moura.
Na sexta-feira, a história mudou. “O senador estava apertado e pediu um empréstimo de R$ 300 mil ao Constantino para comprar parte de uma bezerra nelore da Universidade de Marília”, disse Neves. “Pagou R$ 271 mil e repassou R$ 29 mil ao Benjamin, que também estava com dificuldade financeira. O resto do dinheiro teria ficado com Constantino.” Neves apresentou cópia da nota fiscal de venda da bezerra por R$ 532 mil e o comprovante do depósito relativo ao pagamento de R$ 271 mil. A diferença, segundo ele, deveu-se a um desconto concedido pelo vendedor. Neves também apresentou cópia de um contrato de empréstimo de R$ 300 mil assinado por Roriz e Constantino e uma promissória assinada pelo senador. Procurado por ÉPOCA, Constantino não se pronunciou. Cabe agora à Procuradoria-Geral da República verificar a consistência dessa nova história envolvendo gado e um senador do PMDB.
(G1)
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