Os atletas cubanos e a “deserção”

Camara Ribeirão Preto

Muito se tem falado e escrito no Brasil a respeito de alguns atletas cubanos que, por ocasião do PAN, decidiram vender seus passes nos países capitalistas.

Assim, a imprensa fascista e neoliberal, capitaneada pela Globo, Veja, Folha de S. Paulo e congênitos, passaram a falar dos atletas, segundo essa imprensa marrom, “perseguidos políticos” em Cuba.

São, não por coincidência, as mesmas empresas jornalísticas que sempre apoiaram a ditadura militar no Brasil e nunca disseram nenhuma palavra em favor dos nossos perseguidos políticos.

Antes de mais nada, é preciso se desmistificar essa história: nenhum desses atletas é “perseguido político”. Se fossem, com certeza não teriam viajado para o Brasil com passaportes, vistos e verba paga pelo governo cubano.

Tratam-se sim de arrivistas, que vislumbraram a oportunidade de ganhar dinheiro com o esporte que em seu país se pratica pela própria saúde e em nome da Pátria.

Dois deles, boxeadores, terminaram sua aventura implorando para voltar a Cuba, desiludidos com as promessas de fortuna fácil feitas por lobistas internacionais.

Para os que ficaram no Brasil, terão que conviver com uma nova realidade: Ou compram planos de saúde, ou sofrerão com o descaso da saúde governamental; não sei se poderão pagar escola para seus filhos; adolescentes, esses mesmos filhos conviverão com as drogas e a prostituição infantil; negros, sentirão na pele o racismo; aprenderão a conviver com a violência das ruas.

Em suma, passarão a viver os problemas que em seu país não existem há anos e que essa mesma imprensa marrom critica todos os dias no Brasil.

Na verdade, todos eles, se brasileiros fossem, jamais teriam aqui as oportunidades que lá tiveram.

Não bastando a imprensa, alguns congressistas brasileiros passaram a disparar críticas improcedentes ao governo brasileiro, em uma das poucas oportunidades em que o mesmo agiu com lisura.

Mais uma vez Cuba demonstrou, em sua participação no PAN, o que representa um esporte socializado, sem lucros, e ao alcance de todo o povo.

Aqui no Brasil, continua essa mesma citada imprensa, a endeusar esportistas que ganham milhões de dólares em um país de 60 milhões de excluídos.

Encerro com a frase do comandante Fidel Castro:

Essa noite, milhões de crianças dormirão na rua em todo o mundo. Nenhuma delas é cubana”.


Leopoldo Paulino é advogado, escritor, músico e vereador em Ribeirão Preto

Leopoldo Paulino

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