Fornecedores que operam com a Mude podem estar na mira da Receita

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Ao contrário da própria Cisco, alvo das investigações da Receita Federal, Polícia Federal e do Ministério Público Federal, por suposto esquema de fraude na importação de produtos, que em comunicados à imprensa vem tentando se desvincular da Mude, os fornecedores de hardware e software que mantém relações comerciais com a distribuidora brasileira não se manifestaram até o momento.

A Cisco, até por motivos óbvios, já na primeira nota divulgada na quarta-feira (17/10), procurou desprender-se da empresa ao dizer que “de acordo com relatórios oficiais, a questão envolve um grupo de empresas brasileiras, pelos menos uma delas é um revendedor da Cisco no Brasil”, para mais adiante enfatizar que a companhia não possui operações de vendas diretas no Brasil.

Procurados pela reportagem de TI INSIDE Online, a maioria dos fornecedores que têm negócios com a Mude (mais de 20 no total) não quis se pronunciar e as sete empresas que deram declarações (Sun Microsystems, Nokia, McAfee, Hitachi, Websense, Symantec e Check Point) ou foram evasivas, ou preferiram dizer que vão aguardar os desdobramentos do caso para decidir o que fazer. Exceto a Check Point, todas as demais respostas foram dadas por meio das assessorias de imprensa dos respectivos fornecedores.

A principal preocupação de boa parte das empresas foi esclarecer que suas operações não foram interrompidas. A Websense, por exemplo, fornecedora de soluções de segurança, esclareceu que está 100% “operante, também com seu outro distribuidor, a Westcon, com suas operações normalizadas”. A nota acrescenta que, caso a situação com a Mude se prolongue, os outros canais da Websense (distribuição e revendas) estão prontos para manter toda a operação da empresa no país.

Tom semelhante é usado pela Symantec do Brasil, fabricante de software antivírus e antispyware. “Como uma empresa que adota o modelo comercial 100% via canal, a Symantec tem em sua rede vários distribuidores capazes de atender as necessidades existentes de todos os parceiros da nossa rede de canais, oferecendo a eles continuidade e garantia de negócio”, diz o comunicado.

A Nokia diz que “não houve mudanças [na parceria que mantém com a Mude] até o momento”. Ela apenas acrescenta que continua “acompanhando os desdobramentos e a apuração do caso pelas autoridades brasileiras”. A Sun disse não ter nenhum posicionamento a respeito do caso, enquanto a McAfee declarou que os acontecimentos ainda são “muito prematuros para tomar um decisão”. A Check Point, por sua vez, disse estar aguardando orientações da matriz nos EUA para se posicionar.

A única empresa que parece ter percebido qual pode ser um dos possíveis desdobramentos do caso foi a Hitachi Data Systems (HDS). Na nota enviada a este noticiário ela diz que “não se posiciona sobre rumores de mercado sobre qualquer um de seus parceiros”. Mas enfatiza que, caso solicitada pelas autoridades brasileiras, irá cooperar com qualquer ação ou investigação.

De fato, essas empresas poderão ser chamadas a depor ou até mesmo ser alvo de investigações. Segundo fiscais da Receita Federal, com base nos documentos encontrados pela Polícia Federal em empresas de fachada e também nos escritórios da Mude, já ficou comprovado que a distribuidora participava do esquema montado pela Cisco, que subfaturava em até 70% a importação de produtos de informática e telecomunicações.

Um dos investigadores disse que os papéis e equipamentos apreendidos na sede das duas empresas estão sendo analisados e que se aparecer qualquer indício de que o esquema era utilizado por outras empresas com as quais a Mude têm relações comerciais, estas certamente passarão pelo mesmo processo, inclusive com mandados de busca, apreensão e prisões. Da Redação
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