Primeiro vem o som persuasivo de tiros de armas e a emoção de matar. Depois o canto gospel de paz.
Por todo o país, centenas de ministros e pastores desesperados para atraírem jovens trouxeram preocupação e críticas por causa do uso de uma rara ferramenta de recrutamento: o jogo violento de videogame “Halo”.
O último da série do épico espacial popular, “Halo 3” foi lançado há quase duas semanas pela Microsoft e já ultrapassou os US$ 300 milhões em vendas.
Os compradores têm que ter mais de 17 anos. Mas isso não impediu os líderes em igrejas e centro de jovens de várias congregações protestantes, incluindo igrejas evangélicas que alertaram contra o entretenimento violento, de realizarem noites para jogar “Halo” e lotar seus centros com consoles para vários jogadores para que vários adolescentes possam se juntar ao redor de grandes televisões de tela plana e atirarem.
A aliança entre cultura popular e evangelismo está desafiando as igrejas tanto quantos os bingos fizeram nos anos 60. E a questão é própria para um rico debate sobre até onde as igrejas devem ir para alcançar os jovens.
Líderes de igreja que apóiam o “Halo” – apesar de seu credo “tu matarás” – dizem que se tornou crucial para os esforços evangélicos de alcançarem sua audiência mais evasiva, meninos e homens jovens.
Em um porão da Igreja Comunitária do Colorado em uma área de Denver, onde Tim Foster, de 12 anos, e Chris Graham, de 14, se sentam em frente da televisão, presos em um violento combate virtual enquanto destruíam personagens com explosões de armas letais. Tim explicou a sedução do jogo: “é divertido explodir as pessoas”. Depois que eles vêm pelo jogo, Gregg Barbour, o ministro da igreja disse, eles ficarão para a mensagem cristã. “Queremos evitar que os adolescentes vão para o inferno”, Barbour escreveu em uma carta aos pais da igreja. Mas a questão surge: a qual preço para parecer relevante? Alguns pais, éticos religiosos e pastores dizem que “Halo” pode ter sucesso em atrair jovens, mas isso pode ter uma influência ruim. Ao oferecer “Halo”, as igrejas permitem acesso a material adulto que os jovens não podem comprar sozinhos. “Se você quer criar uma ligação com meninos e trazê-los para a igreja, álcool de graça e filmes pornográficos devem funcionar”, disse James Tonkowich, presidente do Instituto de Religião e Democracia, um grupo sem fins lucrativos que avalia políticas. “Eu acredito que dá para fazer melhor do que isso”. - Matt Richtel